11.5.06

A poesia

A poesia volta, vez em quando,
Discretamente, a me provocar,
Como um zumbido, um pingo de chuva,
Uma goteira a pingar,

Discretamente, vez em quando, volta,
Como quem sente medo de acabar,
E faz um verso desses, sem motivo,
E em tudo ve um motivo de rimar...

E volta sempre, a mesma poesia
Como a manhã que volta a cada dia,
Como um pedaço de cachoeira.

Que volte sempre então. Que sempre venha
Imponderável, como é a ordenha,
Eterna, ainda que apenas passageira...

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