6.2.06

Ocaso (II)

Faz tempo a poesia foi-se embora
Deixando sozinho meu coração...
Levou suas rimas, aquela senhora,
A poesia, sem compaixão...

E foi-se como quem não se demora,
Como quem vai ali comprar um pão,
E quando alcança o mundo que há la fora
Segue adiante, quer voltar mais não...

Faz tempo a poesia bateu asas
Tornando meus rios poços de águas rasas,
Tornando quase tudo solidão...

Hoje eu espero um sinal, que ela apareça
Numa tarde qualquer de alguma terça,
Como um adubo alimentando o chão...