4.11.09

Cantoria II

Escrevo por um instante... Quase um cantico...
E a minha vida, nesse cantico, se completa...
Nem bem alegre nem triste nem romantico...
Quase uma senha secreta...

As vezes como um arqueólogo semantico,
As vezes igual, como uma linha reta...
As vezes básico demais, as vezes tantrico,
As vezes prosador, as vezes poeta...

E no instante em que escrevo, silencioso,
Esse silencio se assume poderoso
E desarruma meu coração.

E desse coração desarrumado
Vejo nascer o poema alinhavado
E não consigo encontrar explicação...

3.11.09

Cantoria

Eu canto porque o instante silencia
E a minha vida nessa hora se incomoda...
Não sou alegre nem sou triste, todavia
Eu canto sambas de roda...

Eu canto porque o instante, como um guia,
Me pede pra cantar, e não me poda...
Faço da musica agradável companhia,
Da voz, minha orquestra de cordas...

Eu canto: Chico, Zeca Pagodinho,
Misturo Bach com uns sambas de Paulinho
E assim a musica livre se completa...

Meu reino por uma cantoria, é o que eu diria...
Meu reino por uma cantoria,
Batuca meu coração de poeta...