31.1.11

Para Miss Charada

Vc diz: Me chame de quantos nomes vc quizer... pois todos os dias sou uma mulher diferente...
Li e gostei disso, e escrevi esse soneto pra voce:

Vou te chamar de moça delicada,
De moça especial logo em seguida,
Uns dias te chamarei moça estressada,
Outros dias, moça feliz da vida...

Domingo à tarde, moça comportada,
Segunda feira, moça bem vestida,
Sabado à noite, moça de balada,
Diariamente: moça crescida...

Vou te chamar de moça que me agrada,
De moça que não precisa dizer nada
Pra se tornar essa moça tão querida...

Ah, moça que parece um conto de fada...
Ah, moça misteriosa, Miss Charada...
Ah, moça que me deixa sem saida...

21.1.11

O amor

Estrada estranha, atraente estrada,
Mal desenhada, mal definida,
As vezes de aparencia abandonada,
Algumas outras, interrompida...

Estrada estranha, sem ponto de entrada,
Estrada sem atalho de saida,
As vezes alimenta, outras, desagrada,
E as vezes dá sentido à própria vida...

Estranha estrada, estreita e desejada,
Temida, distraida, romanceada,
Desperdiçada, evidente, perseguida...

Estranha estrada, o amor, desenganada,
Sozinha, mesmo quando acompanhada,
Estranha estrada, o amor, desconhecida...

20.1.11

A necessidade
(inspirado no poema Versos Intimos de Augusto dos Anjos)

O homem, que nessa Terra miserável,
Vive entre feras, sob a estupidez,
Sujeito à discriminação abominável,
Escravo da usura e da insensatez,

Este mesmo homem, que nessa Terra instável
Acostuma-se a varias dores de uma vez,
E sofre, como sofre o colon irritavel,
E faz sua morte, sem perceber que a fez,

Este pobre homem, da solidão inseparável,
De uma forma estranhamente inevitável,
Já não confia em mais nada, e nada espera...

E rendendo-se, esse homem, à cruel fatalidade,
Sob o dominio da brutalidade,
Sente a necessidade de também ser fera...