16.6.06

Minha melhor amiga
(para Carla Cristina Bauermann Brasil)

Minha melhor amiga
É como um pássaro...
Escapa da montanhas
Do caminho
Voando um voo alto
E delicado
Como se fosse um anjo...
Um passarinho...

7.6.06

A Madrugada

Naco do tempo onde tudo é pertmitido,
Sentença onde qualquer delito é perdoado,
Alivio pra todo amor desiludido,
Descanso pra todo mal inconformado,

Peça de pano pra qualquer vestido,
Tecido próprio pra qualquer bordado,
Lápis de cor pra qualquer colorido,
Agua de rio pra qualquer pescado,

A madrugada. Mãe de toda tribo.
Negociação sem recibo.
A indulgencia pra todo pecado.

A madrugada. Teor não traduzido
Onde todo significado faz sentido,
Onde qualquer sentido é relevado...
Maus lençóis

A poesia às vezes sai de perto
Tornando-se inalcançável, a poesia...
Como uma gota d' água no deserto,
Como uma serpentina na folia...

Afasta-se sem dar obediencia
E some como num passe de magia
Deixando um vazio, uma ausencia,
Uma palavra em que ninguém confia...

E assim comporta-se a poesia, às vezes...
E esse sumiço pode durar meses
Ou alguns dias ou toda a eternidade...

A poesia às vezes evapora
Como um brilhante jogado fora
Deixando o poeta em dificuldade...

1.6.06

A morte

Às vezes cruel como o corte de uma espada,
Às vezes lenta, feito uma goteira,
Às vezes matematicamente calculada,
Às vezes subita, como a ratoeira,

Às vezes como coisa inadequada,
Às vezes como a carta derradeira,
Às vezes como a dor da punhalada,
Às vezes como a graça da roseira,

A morte... Quase sempre inesperada,
Como um buraco na estrada,
A polpa podre no melhor da pera...

A morte. Sempre a unica culpada...
Visita assustadora e indesejada...
Mas não podia ser de outra maneira...
A porta

Por esta, frio, insegurança, medo,
Por esta outra, flagelação...
Passando aquela, um ingreme rochedo
Como a gritar-me um estrondoso não...

Aquela ali, facil como um brinquedo...
Aquela outra, como um arranhão...
Por uma, angustia, solidão, degredo,
Por outra, noite, cor de carvão...

A porta. Às vezes escancarada.
A porta. Às vezes muito bem trancada
Limitando os espaços da minha vida...

A porta. A carta certa embaralhada,
Como uma senha codificada...
Apenas uma porta de saida.