28.6.12

O passado, o futuro...

Repensar o passado, planejando o futuro
Como se não houvesse outra opção,
Construindo, com velhos erros, novos rumos...
Que seja essa nossa vocação...

Aprender com o passado a escrever o futuro,
Tornando os dois parte da mesma construção,
Descobrindo possibilidades nunca dantes...
Criando caminhos de SIM onde antes NÃO...

Repensar o passado, refazendo teorias,
Reavaliando protocolos, garantias,
Trazendo à luz novos referenciais...

Planejar um futuro respeitoso,
Para que o bebe de ontem torne-se o idoso
De um amanhã de mais luz e de mais paz...

25.6.12

Sem medidas

O médico é um fingidor,
Finge tão completamente
Que chega a fingir a dor
Nos casos da dor ausente,

Um fingidor compulsivo,
Que tenta inconscientemente
Buscar a cura fingida
Da morte quase aparente...

Um fingidor sem medidas
Que finge ter varias vidas
E finge isso tão bem

Que vive as vidas que finge
Como um tinteiro que tinge
A propria vida que tem...

16.6.12

Quem cuida das mães de UTI?


Quem cuida das mães de UTI
Que esperam por seus filhos, assustadas?
Quem toma-lhes as mãos, frágeis e tremulas?
Quem seca-lhes as lágrimas sentidas?
Quem abranda-lhes as feições apavoradas,
E as suas noites de sono mal dormidas,
E os seus dias inteiros, pensativas,
E as suas horas inteiras, angustiadas?

Quem cuida das mães de UTI
Que oram por suas crianças internadas?
Quem descobre seus medos escondidos?
Quem compreende suas culpas descabidas?
Quem dá voz às suas vozes paralisadas?
E os seus corações que mal se aguentam,
Quem ouve, quem entende, quantos tentam?
Quem dá colo a sua dor desfigurada?

Quem cuida das mães de UTI
Que sabem pensar em seus filhos e em mais nada?
Quem oferece-lhes repouso e abrigo?
Quem dá-lhes um pouco de paz e de agua fresca?
Quem torna suas esperanças renovadas?
Quem mostra-lhes que há luz por entre os sustos?
Quem observa essa suavidade dos seus rostos?
Quem doa seu tempo a essas mães despedaçadas?

Quem cuida das mães de UTI
Que decoram de seus filhos suas risadas?
Que caminham lento por entre monitores,
Que esbarram em incubadoras, distraídas,
Que aprendem palavras estranhas, pouco usadas,
Que tocam seus bebes em berços aquecidos,
Que enxergam detalhes quase despercebidos,
Que cultivam felicidades adiadas?

Quem cuida das mães de UTI
Que vivem pros seus filhos, agoniadas?
Quem explica sua força contagiante
Capaz de faze-las sorrir, mesmo se tristes,
Esperançando as horas arrasadas?
Quem cuida das mães de UTI, mães silenciosas,
Quem cuida das mães de UTI, mães preciosas,
Quem cuida das mães de UTI, mães extremadas?

7.6.12

Amamentar

Amamentar faz bem. O leite do peito
É alguma coisa que beira à perfeição.
Dificuldades? Pra tudo tem jeito...
Problemas? Pra tudo tem solução... 

Porque amamentar é um ato perfeito,
É muito mais do que oferecer alimentação,
É uma mistura entre o que é dever e o que é direito,
Entre o que esgota e o que traz satisfação...

 Amamentar é assim: traz alegrias,
Alimenta teses de Doutorado e poesias,
Faz mães felizes, bebes maravilhados...

Amamentar por dois anos, por mais de dois anos...
Amamentar, esse amor que não faz planos...
Esse paraíso livre de pecados...






3.6.12

O filho pródigo

Juntou o que era seu, tomou o que era seu,
Partiu levando o que conseguiu juntar,
Dissolutamente partiu... E se perdeu...
Arrependido, resolveu voltar...

A dor, nascida das coisas que viveu,
Das coisas que decidiu experimentar,
Foi a mesma dor que de tanto que doeu
Trouxe ele de volta, cansado, para o lar...

Juntou o que tinha e o que pensou que tinha
E quando chegou, destruido, ao fim da linha,
A unica coisa que tinha realmente foi buscar:

O amor paterno, que não se cansa,
O amor paterno que nunca descansa,
O amor, que nunca deixa de esperar...