Cinco Silencios
Primeiro Silencio
Um verso feito sem som
Escrito sem palavra de dizer.
Feito de coisa prá não ser mostrada,
Feito palpitação descompassada,
Feito sentir o coração bater...
Segundo Silencio
Existe um poema escrito sem palavras
De versos de não se fazerem à mão.
Palavras jamais datilografadas,
Um poema escrito além da compreensão.
Que é para alem dos olhos. Voz cantada
Para o deleite do coração.
Terceiro Silencio
Falar, mas sem usar palavra alguma...
Dizer das coisas sem pronunciar...
E assim dizendo sem dizer, assim,
Não deixar nunca de dizer nada
Perder a necessidade da palavra
Pra falar...
Quarto Silencio
A palavra que não tem som
Escreve o verso que não tem forma
Que é como o vento,
Que é como a luz,
Que é como o copo d´água quando entorna...
Porque a palavra inteira, sem tamanho,
Sem cor, sem vícios, sem definição,
É como o pensamento,
É como a idéia,
É como a forma do coração...
Quinto Silencio
A poesia não imaginada
Feita do verso que não se escreveu
Traduzindo a palavra não pensada
Feito a manhã que não aconteceu...
Tem gente que pensa que é nada...
Tem gente que traz a alma alimentada
Depois que leu...
Nenhum comentário:
Postar um comentário