17.2.03

Quitanda de Versos
Escrito recuperado por acaso ao encontrar esta página inicial de uma compilação que tentei fazer dos meus escritos e que ao rele-lo resolvi dividi-lo aqui no blog...
Isso que dá entrar em férias, revisar e futucar papeladas que dormiam...


Não espere encontrar numa quitanda o artigo fino que você procura.
Procure ali ovo da roça, a goiabada caseira, o feijão, a fruta colhida do pé...
A mercadoria comum. O diário. O simples. O fácil. O óbvio.
Foi assim que acabei fazendo destas páginas a minha Quitanda de Versos.
Gravando nelas minha letra comum, diária, simples, fácil e exatamente óbvia.
Não sei escrever o verso elegante de Drummond, Bandeira, Mário, Gullar, Vinicius...
Não me reconheço como poeta.
Quasepoeta talvez, de algum modo, em alguns momentos.
Ficou guardado em mim o menino que aprendeu rimar com Castro Alves.
Que continua encantado pelos Laços de Fita.
Que encontrou um jeito pessoal de dizer Bom Dia diferente.
E as vezes nem bom dia, exatamente...
Mas reinventar a poesia diariamente...
E assim plantando a letra inconformada com a palavra escrita e ritimada, vai colhendo poesia em cada pagina de papel abandonada...
Não espere encontrar aqui a forma perfeita do verso correto, o poema completo...
Mas a palavra suave de uma pessoa comum que se esqueceu com dizer Bom Dia...
Por isso diz: poesia...
Simples, diária, fácil e exatamente óbvia...
Como é o dia quando a gente diz Bom Dia.
Como é o dia quando a gente faz poesia...
Como é a poesia todo dia...
Esta é a minha Quitanda de Versos...
Mais nada.
Campos, 30 de setembro de 2000

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