17.2.03

A Moeda
Uma pessoa, que sempre se passou por amiga, tomou-me por emprástimo um valor que eu iria precisar logo adiante. Esquecendo todas as regras de decencia e gratidão, essa pessoa resolveu não me devolver o valor emprestado, causando-me dificuldades, e não me apresentar quaisquer justificativa além de me evitar. À ela, meu poema.

Eu te ajudei quando tu precisaste.
Não fiz questão nenhuma de ajudar.
Tomaste-me emprestado aquele dia
A moeda cuja falta de fazia.
Eu te ajudei sem nada perguntar.

E nada eu te emprestei das minhas sobras
Mas do que eu ia, em breve, precisar.
Levaste a moeda inteira que pediste.
Pegaste a moeda. Depois sumiste.
Tomaste-me emprestado sem pagar.

Mas nada te entreguei do que sobrava,
Do que eu podia desperdiçar...
E já sabias, desde o teu pedido
Prontamente atendido,
Que eu te emprestei sem poder emprestar.

Mas mesmo assim não destes mais noticias.
O que emprestei não era prá te dar.
Eu nada te passei do que sobrava.
Somente te ajudei. Não precisava,
Por pagamento, me prejudicar.

Tomaste-me a moeda. A que querias.
Respeito? Gratidão? Decencia? Nada.
Não percebeste, entretanto, que a moeda
Que tu levaste é a que trará a tua queda
E que por ela serás condenada.


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