1.5.05

A pena máxima

Eu tenho um coração descomportado,
Impaciente, desinibido,
Que tende sempre a ir para o lado errado
E não percebe nunca onde há o perigo,

E bate sempre descompassado,
E, porque inexperiente, é distraido:
Não entra por onde era pra ter entrado,
Não sai por onde era pra ter saido...

E chega sempre algum tempo atrasado,
E mal vestido, e desarrumado,
Com a sensação do dever não cumprido...

Eu tenho um coração, pobre coitado,
Que mora no meu peito, condenado
À pena incondicional de ter nascido...

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