30.1.19

Morte

Pedaço da minha vida que eu não conheço,
E faço de conta que nunca vou conhecer,
Pedaço que começou lá no começo,
O que toda gente chama de nascer,

Pedaço sem rota, sem data, sem endereço,
Como uma palavra que a gente evita escrever,
É vida, escrita pelo lado avesso,
Como o dia esperando o amanhecer,

Uma palavra, não outra, definitiva,
Talvez de todas elas a mais viva,
A mais presente em nós pela vida inteira,

Morte, mas não precisa chama-la assim,
Porque embora aparentemente seja o fim,
Segue vivendo à sua própria maneira...

2 comentários:

J. C. Gomes disse...

A palavra com sentido definido desde o ser gerado dentro da barriga materna.

Poema perfeito!

Deliciosa Ilusão

https://minhacasadapoesia.blogspot.com/ disse...

Morte a única certeza da vida.
ótimo poema tenho um blog também!