31.3.12

Inadiável...

A madrugada é propria pra poesia,
A rima é como o dia amanhecendo,
Urgente, muita vez, como a sangria,
Definitiva, como quem ta morrendo.

As vezes abusa da melancolia,
Da pieguice, da luz de quem vai lendo,
Não tem desculpas, não se sacia,
Precisa diariamente ir se escrevendo

As vezes facil, como a agua da pia,
Outras cruel, como a asfixia,
As vezes como um pária, se vendendo,

Ninguem sabe ao certo como ela se inicia,
A poesia, dor que não se adia,
Como a inadiável manhã que vai nascendo...




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