25.11.07

O dicionário

Desculpe,
Mas não uso dicionário,
Meu dicionário é o meu coração,
Não há palavra que ele desconheça,
Não há nenhuma
Que lhe cause confusão,
E não importa a língua:
Inglês,
Nagô,
Castelhano,
Francês,
Turco,
 Alemão,
O coração conhece,
Entende,
Fala,
Responde,
Escreve
E diz
Com perfeição...
Por isso é que eu não uso Dicionário,
O dicionário
Não cabe
Na minha mão,
Prossegue além da letra,
Da palavra,
Do significado
E da razão,
E não tem regras,
Nem páginas,
Nem índice,
Nem letras,
Nem pecado,
Nem perdão...
Eu não preciso de dicionários,
Todos turvos...
Meu dicionário
É o meu coração...

Um comentário:

Anônimo disse...

Luis,

Já que é para escrever poemas ruins, não vou de deixar só:

Anunciação.

Um dia Virgulino,
Ouviu a voz do Divino:
"Vai cbra da peste,
lava de sangue o nordeste,
Pr`eu ver no que reste,
Alguma coisa que preste".

Lampião,
Então,
De norte a sul,
De leste a oeste,
Varreu todo o agreste.

deus arrependido,
Ao ver a matança infinita,
Deu ao capitão,
Sua maria bonita,
pra sossegar o coração.




Deus e o diabo na bolsa de valores (ou a teoria econômica da eternidade)

O motivo preciso,
Da expulsão,
Do diabo do paraíso,
É que na realidade,
Ele roubou de deus
A fórmula da felicidade.
O todo poderoso, então,
De cima da sua onipotência,
Inventou a culpa e a indecência,
Para aniquilar a concorrência.



Pique

Viver,
É brincar todo dia
De esconde-esconde com a morte.
Mas não se engane,
Ela tem todo o tempo que precisa,
Pra te encontrar.