2.4.23

Suplica ao poema

Afasta-me, poesia, da maldade,
Da que me cerca e da que habita em mim,
Da falta de paciencia e de verdade,
Da mão danosa e má, do tempo ruim,

Do mal-me-quer desata-me, poesia,
Das grandes unhas da solidão,
Das vozes do ócio, da má companhia,
E dessa dor que arranha o coração,

E da mediocridade, e do desprezo,
Afasta-me, poesia, desse peso,
Afasta-me, poesia, dessa treva,

E, para que eu não fique mais sozinho,
Transforma-te, poesia, em meu caminho,
Como se fosses um rio que me leva...

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo poema, meu amigo!
Antonio que mora em Natal.