3.1.23

Terceiro dia

Terceiro dia. E o país vai mudando.
Aquele cheiro azedo, aquele fedor,
Devagarinho vai se dissipando,
E a paisagem cinzenta ganha cor:

Decretos, atos e medidas vão brotando,
O Brasil já pode respirar sem sentir dor,
Escuta-se ao fundo indígenas cantando:
Terceiro dia apenas. Mal começou.

A sombra, o atraso e o obscurantismo
Vão se esconder no fundo do abismo
Que é o lugar de onde não deveriam ter saído,

Terceiro dia ainda. E já ressuscitamos.
Estávamos morrendo. Mas já não estamos.
Valeu a pena não ter esmorecido.

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