24.3.20

Esperança

Não a palavra, mas seu significado,
Não o do dicionário, mas o do coração,
Não aquele  que mora no peito, trancado,
Mas o que se espalha livre, sem prisão,

Não a esperança presa ao passado,
Mas aquela outra: a que resiste ao não,
A que é da alma o maior legado,
A que é da vida a maior lição,

A que não precisa de provas e evidências,
A que desafia as hipóteses das ciências,
A que não necessita tradução,

Não a palavra, mas o alimento
Da poesia de que é feita o pensamento.
Não a palavra. A convicção. 

Um comentário:

Pedro Luso de Carvalho disse...

Vejo caro Roberto Moraes que encontrei mais um poeta, que também é médico. Felizmente, a literatura brasileira deu-nos bons romancistas, contistas, cronistas e poetas, como Moacyr Scliar, João Guimarães Rosa e tantos outros.

Gostei do seu poema Esperança, que penso ser um metapoema. Pelo seu conteúdo é uma poema para nossa reflexão.

Um abraço.