27.2.14

Para as dores que não tem cura

No começo, bem no começo, você chora,
Depois, aos poucos, você se acostuma,
Começa fraquinho, dai piora,...
E a alma inteira então e desarruma,

Até que um dia chega aquela hora
Em que você não sente mais coisa nenhuma,
E ai nenhum pavor mais apavora,
E a dor que pesava tanto vira espuma,

No começo, bem no começo, você se desespera,
Mas acaba fazendo amizade com a fera
E se acostuma com a dor, e a dor desiste...

E ainda que permaneça bem pertinho,
Já não escurece mais o seu caminho,
E nem deixa mais você nem mal nem triste...

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