Entre anamneses e ectoscopias,
Entre amigdalas hiperemiadas e hemogramas,
Eu passo meus dias, meus longos dias,
Que mais parecem, por isso, semanas,
Entre estertores e estreptococcias,
E linfadenites, e traumas, e hemangiomas,
Entre palavras impróprias pra poesias,
E estranhas, como se viessem de outros idiomas,
Entre encaminhamentos, receitas e prontuários,
Vou preenchendo assim os meus horários,
E escrevendo dessa forma a minha vida,
Que não se repete, nunca se copia,
Que às vezes é surpreendente, como é a poesia,
E outras tantas estupida, como é a talidomida...
Entre amigdalas hiperemiadas e hemogramas,
Eu passo meus dias, meus longos dias,
Que mais parecem, por isso, semanas,
Entre estertores e estreptococcias,
E linfadenites, e traumas, e hemangiomas,
Entre palavras impróprias pra poesias,
E estranhas, como se viessem de outros idiomas,
Entre encaminhamentos, receitas e prontuários,
Vou preenchendo assim os meus horários,
E escrevendo dessa forma a minha vida,
Que não se repete, nunca se copia,
Que às vezes é surpreendente, como é a poesia,
E outras tantas estupida, como é a talidomida...
3 comentários:
Este poeta entre tudo o que apresenta
Nos mostra mesmo que é preciso acreditar
Que é na rima e nos jeitinhos do dia a dia
Que o conforto ao paciente vai levar
Se tão doutor em seus poemas parece ser
Se tão poeta consegue ser em meio a dor
Essas vidinhas pequeninas tão doídas
Recebem, é certo, grandes dosagens de amor
O meu netinho de 11 meses, veja só
Recebe a dengue em seu corpinho pequenino
Ali na UPA recebeu todo o cuidado
E me lembrei deste poeta doutorzinho
E é em Campos esta UPA que o atendeu
Tomou sorinho e tudo logo ficou bem
Mas sua veia se escondia e me doeu
De vê-lo aos gritos, pois foi grito de nenem.
Profundo e belíssimo!
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