28.3.04

O Silencio
À todos os prematuros que nos deixam mais sozinhos...

Agora só o silencio ocupa o espaço
Aonde o bebê prematuro agonizava,
Como se fosse o sono de um cansaço,
Um verso inteiro escrito sem palavra...

Agora só o silencio, absoluto
Aonde tudo em torno se agitava...
Silencio castigante. O som do luto.
O sofrimento quando se calava.

Ventilação, ambu, adrenalina,
Laringoscópio, tubo, dopamina...
Os convidados para a despedida...

Agora só o silencio. O resto cessa.
Já não há correria. Não há pressa.
Silencio onde ainda há pouco havia vida...

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