Saudades dos tempos em que eu acreditava
Nos atos públicos que quando moço eu ia,
E repetia palavras de ordem, e gritava,
E toda gente gritava. Parecia
Que ali na praça a gente revolucionava,
Tombava a ditadura, criava a democracia,
Eu não tinha medo nenhum, nem duvidava,
Eu era feliz assim mas nem sabia...
O tempo passou, e com o tempo a vida
Foi me tornando o homem que duvida
Do que há por trás de toda boa intenção,
E já não crê mais em palavras de ordem,
Nem na força das coisas que elas pensam que podem,
Nem nas promessas da revolução...
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