15.7.02

Súplica ao Poema

Livrai-me, Poesia, da maldade.
Da que me cerca e da que habita em mim...
Da falta de paciencia e de verdade...
Da voz danosa e má, do tempo ruim...

Do mal-me-quer livrai-me, Poesia...
Das grandes unhas da solidão...
Livrai-me do ócio, da má companhia
E dessa dor que arranha o coração...

E da mediocridade, e do desprezo
Livrai-me, poesia, desse peso...
Livrai-me, poesia, dessa treva...

E, para que eu não fique mais sozinho,
Transforma-te, Poesia, em meu caminho
Como se fosse um rio que me leva...

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