15.5.20

O Ministério da Saúde (versão pandemia)

O Ministério da Saúde não denuncia,
Mas o egoismo mata mais que a septicemia,
A antipatia causa mais dano que a infecção,
A empáfia não tem transplante,
A prepotência é altamente contagiosa,
E já está provado que é bastante perigosa,
Assim como a arrogância que uma vez identificada
Não sai com água e sabão.
O Ministério da Saúde não proclama,
Mas quem não ama
Não cria anticorpos contra a solidão,
Amar funciona como uma vacina
Quando o coração cansado desanima,
Quando se tem amor desistir deixa de ser uma opção.
E pena que o Ministério da Saúde não assina
A distribuição gratuita de ocitocina,
E não adota, em grande escala, a produção
De máscaras de proteção contra o egoismo,
De face shieds contra a agressividade sem sentido,
E de ternura em gel, pra sempre que a maldade
Tentar tocar, em sua imbecilidade,
O coração mal intencionado, ou distraído,
Essa ternura deixar o coração mais protegido,
Nem determine o uso de capotes contra esmorecimento,
Filtros contendo solidariedade dentro,
Protocolos prevenindo a intolerância,
Lives patrocinadas por complacência,
Atos institucionais contra a imprudência,
Um lockdown contra a depressão,
Unidades de saúde distribuindo abraços,
Daqueles que não necessitam usar braços,
Mas nem por isso menos eficientes em criar laços,
Essenciais, como a respiração.
O Ministério da Saúde não admite:
Mas o mau humor é mais contagioso que a meningite,
A negligência, mais inoperável que o tumor,
A displicência deixa mais sequelas que o derrame,
A tsunami é menos perigosa que o cinismo,
O alpinismo é menos arriscado que que a mentira,
A ira é a felicidade com defeito,
Bebê contente mama mais peito,
A ingratidão invariavelmente vira dor...
O Ministério da Saúde não divulga,
Mas passar o tempo todo reclamando causa ruga,
E o consumismo, está provado, é uma fuga,
O auto vitimismo, um mal sem solução,
O pessimismo causa grande sofrimento,
A impaciência necessita tratamento,
Antibiótico não cura um coração rabugento,
E morrer não machuca, quando existe gratidão.
O Ministério da Saúde adianta:
Ninguém colhe o que não planta,
Ninguém planta o que não traz no coração...
O Ministério da Saúde não discute:
O bom humor é mais delicioso que o iogurte,
O amor é a tábua da salvação...

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