23.5.19

A ingratidão

Eu trago aquele poema aqui guardado,
Poema que nunca mais libertou meu pensamento,
Que foi como um vírus quando inoculado
Mudando quase tudo aqui por dentro,

E sempre que o leio, confesso-me assustado,
E cada vez que o faço, eu sou quem tento
Compreender o que há por trás do seu significado
E me repito a todo momento:

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja

A ingratidão, o nome dessa pantera
Matando o último sonho, a última quimera,
Como uma larva venenosa que rasteja...

Nenhum comentário: