30.12.24

Ano novo

Última segunda. O ano terminando. 
Vem coisa nova. Ano novo pra chegar. 
O mundo inteiro se preparando. 
A gente precisa de alguma forma acreditar 

Que a humanidade está melhorando,
Embora haja tanto ainda pra mudar.
É ano novo, a gente segue acreditando,
E isso faz a gente continuar 

A ir se reunindo, a ir se juntando,
E discutindo, e se preparando 
Pras coisas que a gente insiste em acreditar...

É ano novo, e a gente vai renovando 
O coração, que vai sempre nos levando 
Prum tempo de toda gente despertar.

22.12.24

Segundo dia, a febre

Segundo dia normal para um internado,
Até que a febre voltou pra me visitar, 
Fiquei confuso, achei que eu tinha melhorado, 
Mas ela veio, baixinha, pra me assustar, 

Algumas bactérias devem ter se salvado,
E estão armando o seu circo pra voltar,
Tem gente que perde e não sabe sair derrotado,
Aí fica voltando pra atrapalhar,

E hoje temos duelo gigante pela frente:
A bactérias, com o seu espírito impertinente,
Versus o tazocin, que não costuma falhar, 

Vou esperar tranquilo e bem alimentado,
E descansado pelo resultado
Desse conflito que a Globo não vai passar.

Bom dia

A febre

Primeira noite sem febre,
O quadro já começa a melhorar,
Só a pressão que não normaliza,
8 X 5. Alguma coisa avisa 
Que o prognóstico pode mudar,

Mas já melhorei bem desde ontem a noite, 
Passou o cansaço, a fome quer voltar,
Quem tá com medo agora são as bactérias,
O tazocin gritou: acabaram-se as férias,
Vai cair uma por uma, sem dar tempo de chorar.

Primeira noite sem febre,
Merece um poeminha de improviso,
Ainda falta uma longa caminhada,
Mas como disse o poeta nessa frase iluminada:
Navegar é preciso. Viver não é preciso.

18.12.24

A casa

Era uma casa muito arrumada,
Acolhedora e bem preparada, 
E não havia nela solidão,
Porque alguém sempre estendia a mão,
Ninguém se sentia nela abandonado,
Porque ali era sempre abraçado, 
E nem podia se sentir sozinho, 
Porque a casa era só carinho,
Era uma casa quase encantada,
De tão acolhedora e preparada,
Mas era feita com muito esmero,
A melhor do mundo, pra ser sincero.

Livre adaptação do poema de Vinicius de Moraes, A casa.
A Casa Nicola Albano 

17.12.24

A infecção urinária

O rim de novo, esse órgão persistente,
E uma infecção que insiste em retornar,
Mesmo depois de examinado de trás pra frente, 
Volta mais uma vez para assustar,

Vinte e oito dias em casa, felizmente, 
Mas não foi uma decisão simples de tomar:
Será que isso dá certo? Será imprudente?
Aí um anjinho de Deus soprou: vamos tentar...

E aqui estou. Em casa. Me recuperando. 
Em casa? Quem disse? Já tô trabalhando. 
Mas de um modo calmo, que me permita me cuidar.

Eu sei que daqui pra frente é complicado,
Mas saber disso já me deixa preparado,
Porque o bom marujo não tem medo de mar.

7.12.24

A poesia

Depois de ler o último poema de Rafaella Aquino em @entrelacandovidas

A poesia como corredeira,
A poesia como confissão,
Palavra que escapole do pensamento,
Palavra sem filtro, que vem de dentro
Da fonte que alimenta o coração,

A poesia como testemunho,
A poesia como fatia da vida,
Que se mistura aos acontecimentos,
Como se fosse um dos quatro elementos
A poesia, força destemida...

A poesia como necessidade, 
A poesia como assinatura, 
A poesia como um documentário,
Que mexe com o imaginário,
E que de todas as formas, sem perder a ternura...

1.12.24

Poesia

Para Rafaella Aquino

Eu gosto quando vejo poesia se espalhando,
Porque poesia espalhada faz pensar,
A gente lê poesia, fica imaginando,
Tentando entender o que o poeta quis contar,

E quanto mais a gente vai lendo,  mais vai gostando,
Poesia é assim: adora provocar,
O pensamento não para, vive se agitando,
As rimas tem poder, pode apostar,

Então eu gosto quando poemas vão chegando
As suas letras vão conquistando,
Uma conquista que adora libertar,

Benditos os corações que vão rimando,
E através das suas rimas seguem contando
Histórias de amor que fazem a gente vibrar.





Dezembro

Talvez porque seja dezembro, o pensamento...
Talvez porque seja  dezembro, a compaixão...
Talvez porque seja dezembro, um sentimento 
Que faz bater diferente o coração...

Talvez porque seja dezembro, por um momento, 
Uma saudade que chega meio sem razão, 
Uma fotografia, ou apenas um alimento, 
Uma poesia, ou um pedido de perdão, 

Talvez porque seja dezembro, e só por isso,
É como se soprasse um compromisso 
De olhar em volta, de inspirar repartição, 

Talvez porque seja dezembro, só talvez, 
Apenas porque estamos neste mês,
A gente não segura essa emoção...