O livro
O livro,
Como um roteiro,
Capaz de me fazer prender a respiração,
Cuidar até o fim,
Como trazer paz para a morte,
O livro como um oráculo,
O livro que se apresentou tão verdadeiro
Que acabou me parecendo uma revelação,
Cuja palavra foi me levando devagarinho
Para um lugar onde o medo habitava no meu coração,
O livro,
Como quem desvendava um segredo,
O livro,
Como quem ia me conduzindo pela mão,
E me fazendo perguntas,
E me oferecendo respostas,
E me mostrando muito além da simples explicação,
E bem mais que isso,
Confrontando meus pensamentos,
Desafiando minhas verdades,
Vasculhando minhas memórias,
E chamando por minha razão,
O livro,
Como um achado,
O livro como um chamado,
Como um degrau que eu ia subindo
Assustado,
Mas definitivamente sem hesitação,
O livro,
Ressignificando meu passado,
E necessariamente o meu futuro,
Como se já estivesse estado sempre em minha mão,
O livro,
Que ao mesmo tempo ia me assustando,
E me acalmando,
E abrindo os meus olhos,
E me fazendo pensar,
O livro bom que ia me desafiando,
Ao mesmo tempo que parecia me abraçar,
O livro,
Como um presente precioso,
Como um perfume de essência rara de encontrar,
O livro
Que eu tenho agora junto comigo,
Meu derradeiro guia de cuidar.
II
Cuidar até o fim.
Não a palavra. Muito mais a ação.
Como aquele que assume um compromisso:
Cuidar até o fim como única opção.
Do nascimento à morte.
E depois da morte, como se a morte não ocupasse a última posição,
Cuidar até o fim. Cuidar a vida inteira.
Fazendo desse cuidado uma missão.
Cuidar da vida desde o primeiro dia,
A forma mais delicada de poesia,
O jeito mais suave de dizer amar,
Cuidar da vida, como quem confia
Na grande impermanência das coisas que nos guia,
Às vezes só é necessário esse cuidar...
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