29.10.18

O coração

Eu trago dentro do meu peito, aprisionado,
Um coração que nunca se compreendeu,
As vezes que tem tentado, tem errado,
Quase nunca acerta o lado que escolheu,

Aqui dentro do meu peito, escravizado,
Um coração que nunca se convenceu,
Nasceu com o tempo de validade carimbado
Numa nota fiscal do céu que se perdeu...

Depois de dois bilhões de sistoles, cansado
De interpretar mal e de ser mal interpretado,
Já não pretende convencer ninguém,

Segue sozinho, não busca companhia,
Passageiro lunático de um trem da alegria
Desvendando o significado desse trem.

Nenhum comentário: