Feliz Ano Novo
Ano Novo... Vida Nova... Onde? Quando?
Em que poema, sonho, pensamento?
Procura com cuidado... Vai tentando...
Teu coração guarda um tesouro dentro...
31.12.04
24.12.04
Oração de Natal
Senhor Jesus.
Hoje é o Dia do teu Natal.
A Humanidade recorda nesta data os fatos ligados àqueles dias que transformaram a tua chegada numa grandiosa estória de símbolos inesquecíveis: os anuncios dos anjos, a viagem ate Belém num burrinho, o teu nascimento numa estrebaria, a alegria dos pastores comuns de guardar ovelhas quando receberam a noticia de teu nascimento, a visita dos Magos, a ira de Herodes...
Dois milênios se passaram...
Viemos hoje aqui neste teu dia e na tua presença, do mesmo modo como estiveram do teu lado os pastores, homens comuns do campo, guardadores de rebanho, somente para venerar esta data que guarda com ela o inicio de teu martírio e de teu exemplo de amor a Humanidade.
Trazemos, Senhor Jesus, as mãos vazias.
O ouro que nos cabia trazer, nós o perdemos pelo caminho, trocando-o por valores de realeza quase sem valor até que nos restassem somente algumas miseras patacas as quais acabamos por igualmente gastar e nada possuir além da lembrança do quanto já tivemos em mãos...
O incenso precioso era para tê-lo trazido conosco se não tivéssemos abandonado seu aroma quando nos sentimos atraídos por outros aromas que a nós nos pareceram mais atraentes: dois milênios foram tempo suficiente para nos perdermos em outras divindades e valores...
A mirra que intencionavamos trazer acabamos por derramá-la sem cuidado, desapercebendo dessa forma seus sinais de imortalidade infinita, e nos tornando frágeis e tolos e vãos...
Perdemos o rumo da Estrela que surgiu para nos guiar, por isso nos atrasamos tanto...
Trazemos hoje o coração enfraquecido e submerso neste mundo de desacerto e treva a que nos conduzimos...
Deste longo mergulho na sombra pudemos ver de perto o desafeto e o desamor tornarem-se gestos comuns e quase necessários...
Homens destruindo Torres Gêmeas e vendo suas nações dizimadas por caças e bombas sem motivo nenhum alem do ódio e da ira torpe e rude do coração mau...
Nos aproximamos perigosamente da fome e do flagelo e acabamos percebendo que nada ou quase nada podemos fazer ou tentar longe da tua infinita misericórdia...
Mas eis que é Natal, Senhor Jesus...
Temos ouvido, ecos deixados pelos Anjos em suas visitas, que para nosso bem nasceu Jesus, nosso Salvador...
É delicado o Cântico dos Anjos que nos chama em tom quase maternal: Hosana, Jesus nasceu...
É santificada essa Boa Nova...
E terna e pura a luz da tua Estrela...
Acolhedora a tua Manjedoura...
Suave o significado da tua Mensagem de amor...
Deliciosa a companhia dos magos e dos pastores...
Alegre a musica alegre que os presenciamos cantar e dançar como pediram-lhes a Legião de Anjos...
Acolhedora e agradável a tua gruta santa, a nos proteger da noite, do medo, do frio e da solidão que nos dilacera lá fora...
Ah, Menino Jesus...
Cordeiro de Deus que por nós, pecadores, derramou seu sangue para nos mostrar o caminho da salvação...
Estamos hoje, após dois milênios de noite e desamor angustiantes, diante de ti.
Recebe nossas mãos vazias...
E permanece nosso pensamento assim:
Extasiados com a complexidade de tua singeleza e admirados com a força gigantesca de tua aparente fragilidade...
Mestre amado,
Aqui está o nosso coração humilhado diante de teu exemplo...
Insufla nossa boca com teu sopro, fazendo-as cheias de palavras como as de Simeão: podemos partir em paz porque os nossos olhos viram a salvação.
Senhor Jesus,
Feliz Natal.
Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos Homens a quem Ele quer bem.
Que assim seja.
Senhor Jesus.
Hoje é o Dia do teu Natal.
A Humanidade recorda nesta data os fatos ligados àqueles dias que transformaram a tua chegada numa grandiosa estória de símbolos inesquecíveis: os anuncios dos anjos, a viagem ate Belém num burrinho, o teu nascimento numa estrebaria, a alegria dos pastores comuns de guardar ovelhas quando receberam a noticia de teu nascimento, a visita dos Magos, a ira de Herodes...
Dois milênios se passaram...
Viemos hoje aqui neste teu dia e na tua presença, do mesmo modo como estiveram do teu lado os pastores, homens comuns do campo, guardadores de rebanho, somente para venerar esta data que guarda com ela o inicio de teu martírio e de teu exemplo de amor a Humanidade.
Trazemos, Senhor Jesus, as mãos vazias.
O ouro que nos cabia trazer, nós o perdemos pelo caminho, trocando-o por valores de realeza quase sem valor até que nos restassem somente algumas miseras patacas as quais acabamos por igualmente gastar e nada possuir além da lembrança do quanto já tivemos em mãos...
O incenso precioso era para tê-lo trazido conosco se não tivéssemos abandonado seu aroma quando nos sentimos atraídos por outros aromas que a nós nos pareceram mais atraentes: dois milênios foram tempo suficiente para nos perdermos em outras divindades e valores...
A mirra que intencionavamos trazer acabamos por derramá-la sem cuidado, desapercebendo dessa forma seus sinais de imortalidade infinita, e nos tornando frágeis e tolos e vãos...
Perdemos o rumo da Estrela que surgiu para nos guiar, por isso nos atrasamos tanto...
Trazemos hoje o coração enfraquecido e submerso neste mundo de desacerto e treva a que nos conduzimos...
Deste longo mergulho na sombra pudemos ver de perto o desafeto e o desamor tornarem-se gestos comuns e quase necessários...
Homens destruindo Torres Gêmeas e vendo suas nações dizimadas por caças e bombas sem motivo nenhum alem do ódio e da ira torpe e rude do coração mau...
Nos aproximamos perigosamente da fome e do flagelo e acabamos percebendo que nada ou quase nada podemos fazer ou tentar longe da tua infinita misericórdia...
Mas eis que é Natal, Senhor Jesus...
Temos ouvido, ecos deixados pelos Anjos em suas visitas, que para nosso bem nasceu Jesus, nosso Salvador...
É delicado o Cântico dos Anjos que nos chama em tom quase maternal: Hosana, Jesus nasceu...
É santificada essa Boa Nova...
E terna e pura a luz da tua Estrela...
Acolhedora a tua Manjedoura...
Suave o significado da tua Mensagem de amor...
Deliciosa a companhia dos magos e dos pastores...
Alegre a musica alegre que os presenciamos cantar e dançar como pediram-lhes a Legião de Anjos...
Acolhedora e agradável a tua gruta santa, a nos proteger da noite, do medo, do frio e da solidão que nos dilacera lá fora...
Ah, Menino Jesus...
Cordeiro de Deus que por nós, pecadores, derramou seu sangue para nos mostrar o caminho da salvação...
Estamos hoje, após dois milênios de noite e desamor angustiantes, diante de ti.
Recebe nossas mãos vazias...
E permanece nosso pensamento assim:
Extasiados com a complexidade de tua singeleza e admirados com a força gigantesca de tua aparente fragilidade...
Mestre amado,
Aqui está o nosso coração humilhado diante de teu exemplo...
Insufla nossa boca com teu sopro, fazendo-as cheias de palavras como as de Simeão: podemos partir em paz porque os nossos olhos viram a salvação.
Senhor Jesus,
Feliz Natal.
Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos Homens a quem Ele quer bem.
Que assim seja.
22.12.04
Poema de Natal XII
A Gruta
Cavada em pedra
Irregular e fria,
Parede desenhada
Em pedra bruta,
Quem olha
Nem repara
A suavidade
E singeleza
Que ela oculta:
Recebeu o Nazareno,
Protegeu Nosso Senhor,
Do vento frio,
Da noite alta,
Da escuridão sinistra
E absoluta,
Guardando-o
Em seu seio
Do mesmo modo
Que a casca
guarda a fruta.
A gruta.
De atrio cavado
Em rocha fria
E bruta.
Delicadeza
Inaparente
E oculta.
Berço da Boa Nova
Absoluta...
A gruta...
A Gruta
Cavada em pedra
Irregular e fria,
Parede desenhada
Em pedra bruta,
Quem olha
Nem repara
A suavidade
E singeleza
Que ela oculta:
Recebeu o Nazareno,
Protegeu Nosso Senhor,
Do vento frio,
Da noite alta,
Da escuridão sinistra
E absoluta,
Guardando-o
Em seu seio
Do mesmo modo
Que a casca
guarda a fruta.
A gruta.
De atrio cavado
Em rocha fria
E bruta.
Delicadeza
Inaparente
E oculta.
Berço da Boa Nova
Absoluta...
A gruta...
21.12.04
Poema de Natal XI
O burrinho
Pela estrada até Belém
Caminhou, por todo o dia,
Acompanhando, em silêncio,
Jesus, José e Maria.
Por que fora o escolhido
Para tão nobre hornaria?
Não tinha pelos de seda,
Não tinha pele macia.
Não era de raça pura,
Nem muito o quanto valia.
Não tinha o casco impecável,
Nem pasto, nem boa cria.
Não tinha sela aprumada,
Nem lugar na estrebaria.
Não tinha torte, nem nada,
Nem preço, nem garantia.
Nem porte altivo, o coitado,
Seu relinchar nem se ouvia,
Não tinha o couro escovado,
Nem era pra montaria...
Era um burrinho de carga
E só pra isso servia.
Mas que não fosse pesada,
Além do que ele podia.
Não reclamou da distância,
Do cansaço que sentia.
Cumpriu somente o papel
Que a vida lhe oferecia.
Era um burrinho, mais nada.
Seu nome, ninguém sabia,
Mas que, em silêncio, levava
Para Belém o Messias...
Talvez, por isso, o burrinho
Tenha tido a primazia
De acompanhar, em silêncio,
Jesus, José e Maria.
O burrinho
Pela estrada até Belém
Caminhou, por todo o dia,
Acompanhando, em silêncio,
Jesus, José e Maria.
Por que fora o escolhido
Para tão nobre hornaria?
Não tinha pelos de seda,
Não tinha pele macia.
Não era de raça pura,
Nem muito o quanto valia.
Não tinha o casco impecável,
Nem pasto, nem boa cria.
Não tinha sela aprumada,
Nem lugar na estrebaria.
Não tinha torte, nem nada,
Nem preço, nem garantia.
Nem porte altivo, o coitado,
Seu relinchar nem se ouvia,
Não tinha o couro escovado,
Nem era pra montaria...
Era um burrinho de carga
E só pra isso servia.
Mas que não fosse pesada,
Além do que ele podia.
Não reclamou da distância,
Do cansaço que sentia.
Cumpriu somente o papel
Que a vida lhe oferecia.
Era um burrinho, mais nada.
Seu nome, ninguém sabia,
Mas que, em silêncio, levava
Para Belém o Messias...
Talvez, por isso, o burrinho
Tenha tido a primazia
De acompanhar, em silêncio,
Jesus, José e Maria.
20.12.04
Poema de Natal X
As criancinhas de Belém
Dedicado a Francisco Candido Xavier
Mt. 2, 16
“Percebendo Herodes que tinha sido enganado pelos Magos, ficou irritadíssimo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e nas redondezas, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo exato que os Magos lhe haviam indicado”.
Meninos e meninas sacrificados
Pela crueldade de mãos assassinas.
Bebes ainda de colo assassinados,
Tão sem pecados, meninos e meninas...
Tão pequeninos tão sem pecados,
Morrer tão cedo assim, trágica sina...
Impiedosamente massacrados...
O pavor disseminando a dor e a ruína...
Meninos e meninas, Deus vos guarde.
A morte vos tocou com tanto alarde,
Com tanta dor, com tanto inconformismo...
Que Deus vos tenha em Sua companhia
E cale o horror que vos tornou um dia
Os primeiros Mártires do Cristianismo...
As criancinhas de Belém
Dedicado a Francisco Candido Xavier
Mt. 2, 16
“Percebendo Herodes que tinha sido enganado pelos Magos, ficou irritadíssimo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e nas redondezas, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo exato que os Magos lhe haviam indicado”.
Meninos e meninas sacrificados
Pela crueldade de mãos assassinas.
Bebes ainda de colo assassinados,
Tão sem pecados, meninos e meninas...
Tão pequeninos tão sem pecados,
Morrer tão cedo assim, trágica sina...
Impiedosamente massacrados...
O pavor disseminando a dor e a ruína...
Meninos e meninas, Deus vos guarde.
A morte vos tocou com tanto alarde,
Com tanta dor, com tanto inconformismo...
Que Deus vos tenha em Sua companhia
E cale o horror que vos tornou um dia
Os primeiros Mártires do Cristianismo...
19.12.04
Poema de Natal IX
Maria vai ter com Isabel
E se encontraram,
E se abraçaram,
E conversaram
A respeito do que haviam
Ouvido
E visto...
Naquela hora
Daquele dia
Sem que ninguém reparasse ou percebesse
Um outro grande encontro acontecia:
Isabel preparando João Batista...
Maria preparando Jesus Cristo...
Maria vai ter com Isabel
E se encontraram,
E se abraçaram,
E conversaram
A respeito do que haviam
Ouvido
E visto...
Naquela hora
Daquele dia
Sem que ninguém reparasse ou percebesse
Um outro grande encontro acontecia:
Isabel preparando João Batista...
Maria preparando Jesus Cristo...
9.12.04
Poema de Natal VIII
A Estrela de Belém.
A Estrela de Belém
Há dois milênios
Indicou à Humanidade a direção.
A Humanidade se perdeu na usura
Como quem nega a cura
E cospe o pão.
A Humanidade se vestiu da ira,
E se perdeu inteira,
E se afogou num mar
De tenebroso não...
E esse mar de tormenta e desengano
Levou o homem a um caminho insano
Onde não há respeito.
Não há segurança,
Ninguém confia em ninguém.
Resta somente à Humanidade atordoada
Que vem tomando a direção errada
Seguir, usando a fé que ainda tem,
A mesma direção anunciada
Há dois mil anos pela luz imaculada
Da estrela de Belém...
A Estrela de Belém.
A Estrela de Belém
Há dois milênios
Indicou à Humanidade a direção.
A Humanidade se perdeu na usura
Como quem nega a cura
E cospe o pão.
A Humanidade se vestiu da ira,
E se perdeu inteira,
E se afogou num mar
De tenebroso não...
E esse mar de tormenta e desengano
Levou o homem a um caminho insano
Onde não há respeito.
Não há segurança,
Ninguém confia em ninguém.
Resta somente à Humanidade atordoada
Que vem tomando a direção errada
Seguir, usando a fé que ainda tem,
A mesma direção anunciada
Há dois mil anos pela luz imaculada
Da estrela de Belém...
8.12.04
Poema de Natal VII
José e Maria
Nenhum dos dois duvidou
Das coisas que o Anjo dizia.
Maria honrou a José,
José dignificou Maria.
Nenhum dos dois recusou
A missão que lhes cabia.
Maria ficou com José,
José ficou com Maria.
Nenhum sinal de fraqueza,
Nenhuma indelicadeza,
Nenhuma descortesia...
Somente bondade e fé:
Maria inteira em José,
José completo em Maria...
José e Maria
Nenhum dos dois duvidou
Das coisas que o Anjo dizia.
Maria honrou a José,
José dignificou Maria.
Nenhum dos dois recusou
A missão que lhes cabia.
Maria ficou com José,
José ficou com Maria.
Nenhum sinal de fraqueza,
Nenhuma indelicadeza,
Nenhuma descortesia...
Somente bondade e fé:
Maria inteira em José,
José completo em Maria...
7.12.04
Poema de Natal VI
Maria, Mãe de Jesus
_Salve, Maria! O Senhor é contigo!
E assim o Anjo se Anunciou.
O Senhor é contigo, Maria!
O Senhor, por sua graça, te tocou.
_Maria, tu darás a luz a um filho.
Assim o Nosso Pai determinou.
_Será chamadi Filho do Altissimo.
Falou o Anjo à Maria, que aceitou.
Não discutiu, não temeu, não foi emborta.
Cumpriu, serena e suave, a sua hora,
Santa Maria, Mãe de Jesus...
Maria, noiva, por Deus escolhida
Para ser Mãe do Senhor, a Luz da Vida,
Maria, Mãe de Cristo, Anjo de Luz...
Maria, Mãe de Jesus
_Salve, Maria! O Senhor é contigo!
E assim o Anjo se Anunciou.
O Senhor é contigo, Maria!
O Senhor, por sua graça, te tocou.
_Maria, tu darás a luz a um filho.
Assim o Nosso Pai determinou.
_Será chamadi Filho do Altissimo.
Falou o Anjo à Maria, que aceitou.
Não discutiu, não temeu, não foi emborta.
Cumpriu, serena e suave, a sua hora,
Santa Maria, Mãe de Jesus...
Maria, noiva, por Deus escolhida
Para ser Mãe do Senhor, a Luz da Vida,
Maria, Mãe de Cristo, Anjo de Luz...
Poema de Natal V
José, o Pai de Jesus.
Não reagiu. Não temeu. Não foi embora.
Assegurou a honra de Maria.
E como quem sustenta, como escora,
Como o calor que dissipa a névoa fria,
Não teve duvidas naquela hora,
Permanecendo, como quem confia.
Como um andor para Nossa Senhora.
Como uma luz para a Estrela Guia.
José, o carpinteiro. Homem de bem.
O escolhido para, em Belém,
Seguir Maria e sustentar sua luz.
José, que amou com honra a virgem concebida.
José. Um gesto nobre por toda a vida.
José. O Pai do Menino Jesus.
José, o Pai de Jesus.
Não reagiu. Não temeu. Não foi embora.
Assegurou a honra de Maria.
E como quem sustenta, como escora,
Como o calor que dissipa a névoa fria,
Não teve duvidas naquela hora,
Permanecendo, como quem confia.
Como um andor para Nossa Senhora.
Como uma luz para a Estrela Guia.
José, o carpinteiro. Homem de bem.
O escolhido para, em Belém,
Seguir Maria e sustentar sua luz.
José, que amou com honra a virgem concebida.
José. Um gesto nobre por toda a vida.
José. O Pai do Menino Jesus.
2.12.04
Poema de Natal IV
O dinheiro que temos
Guardamos em local seguro:
No Banco, ou escondido
Em cantos reservados.
Também nossos metais
São sempre bem guardados
Em caixas fechadas
Com bons cadeados.
As terras que possuímos,
Nós as temos
Em papéis sempre
Bem documentados.
E assim como as terras,
A nossa casa,
A nossa safra de cana,
Os nossos gados...
Mas porque fomos tão rudes
Ao receber
Com gestos e modos
Tão desleixados
Justo o Cordeiro de Deus
Que veio ao mundo
Pra tirar nossos pecados?
O dinheiro que temos
Guardamos em local seguro:
No Banco, ou escondido
Em cantos reservados.
Também nossos metais
São sempre bem guardados
Em caixas fechadas
Com bons cadeados.
As terras que possuímos,
Nós as temos
Em papéis sempre
Bem documentados.
E assim como as terras,
A nossa casa,
A nossa safra de cana,
Os nossos gados...
Mas porque fomos tão rudes
Ao receber
Com gestos e modos
Tão desleixados
Justo o Cordeiro de Deus
Que veio ao mundo
Pra tirar nossos pecados?
30.11.04
Poema de Natal II
(O Dono da Estalagem nega um quarto)
Sem Anjos anunciando a sua chegada,
Bem antes da Estrela aparecer,
Sem Reis Magos, sem árvore enfeitada,
Sem nada, assim, pra me convencer...
Um homem... Uma mulher embarrigada...
Nada que me deixasse perceber...
Tomei por gente comum dessas, mais nada...
Como é que eu ia reconhecer?
Se musica tocasse, acompanhada
De sinos, guizos, anjos... Mas que nada...
Somente um bebe prestes a nascer...
Eu tinha até lugar na minha pousada,
Mas, acredite, vaga reservada...
Como é que eu ia saber?
(O Dono da Estalagem nega um quarto)
Sem Anjos anunciando a sua chegada,
Bem antes da Estrela aparecer,
Sem Reis Magos, sem árvore enfeitada,
Sem nada, assim, pra me convencer...
Um homem... Uma mulher embarrigada...
Nada que me deixasse perceber...
Tomei por gente comum dessas, mais nada...
Como é que eu ia reconhecer?
Se musica tocasse, acompanhada
De sinos, guizos, anjos... Mas que nada...
Somente um bebe prestes a nascer...
Eu tinha até lugar na minha pousada,
Mas, acredite, vaga reservada...
Como é que eu ia saber?
Poema de Natal I
No coxo frio de uma estrebaria
Sem luz, sem água ou fonte de calor,
Há dois mil anos Jesus nascia
Para se tornar nosso Salvador.
Não trouxe ouro por garantia,
Nem desobedeceu o seu Imperador,
Mas pelas coisas que ele fazia
Ganhou o nome de Nosso Senhor.
No coxo frio que já nem servia,
Na escuridão da noite que caia,
Nesse cenário sem luz nem cor,
Ali, naquela noite, quem diria,
Era assim que a Humanidade recebia
Nosso Senhor Jesus, o Redentor.
No coxo frio de uma estrebaria
Sem luz, sem água ou fonte de calor,
Há dois mil anos Jesus nascia
Para se tornar nosso Salvador.
Não trouxe ouro por garantia,
Nem desobedeceu o seu Imperador,
Mas pelas coisas que ele fazia
Ganhou o nome de Nosso Senhor.
No coxo frio que já nem servia,
Na escuridão da noite que caia,
Nesse cenário sem luz nem cor,
Ali, naquela noite, quem diria,
Era assim que a Humanidade recebia
Nosso Senhor Jesus, o Redentor.
29.11.04
Bilaquiana III
(Resposta a um Clinico)
Ora, dirás: fazer Pediatria?
Certo não sabes Clinica Geral.
Só amamentação, fraldinha, o dia a dia,
Gotinha e Sais de Rehidratação Oral.
Ao invés das grandes sindromes, quem diria,
Receitinhas de ensinar fazer mingau,
Sopinha de legumes em banho-maria,
E as doses do calendário vacinal.
Ora, dirás: consulta sem valia,
Receita igual à receita da titia,
Assim até eu quero ser pediatra...
E eu te direi, no entanto: Que ironia!
Salvas o mundo com tua sabedoria
Mas não percebes a empáfia que te mata...
(Resposta a um Clinico)
Ora, dirás: fazer Pediatria?
Certo não sabes Clinica Geral.
Só amamentação, fraldinha, o dia a dia,
Gotinha e Sais de Rehidratação Oral.
Ao invés das grandes sindromes, quem diria,
Receitinhas de ensinar fazer mingau,
Sopinha de legumes em banho-maria,
E as doses do calendário vacinal.
Ora, dirás: consulta sem valia,
Receita igual à receita da titia,
Assim até eu quero ser pediatra...
E eu te direi, no entanto: Que ironia!
Salvas o mundo com tua sabedoria
Mas não percebes a empáfia que te mata...
23.11.04
Bilaquiana II
(Fazer poesia)
Ora, dirás: tentar fazer poesia...
Certo perdeste o senso que há na prosa
Valorizando o ritmo e a harmonia,
Secando a idéia, fonte preciosa...
Ora, dirás: papel sem serventia,
Mania sem sentido e viciosa...
Enquanto a prosa transmite sabedoria,
A poesia morre de melosa...
E eu te direi, no entanto: _Que tolice!
O verso é feito a prosa sem mesmice,
Dita de forma amena e perfumada...
Por isso eu sigo o ritmo e vou adiante
Fazendo versos, habito interessante...
O verso é a minha prosa temperada.
(Fazer poesia)
Ora, dirás: tentar fazer poesia...
Certo perdeste o senso que há na prosa
Valorizando o ritmo e a harmonia,
Secando a idéia, fonte preciosa...
Ora, dirás: papel sem serventia,
Mania sem sentido e viciosa...
Enquanto a prosa transmite sabedoria,
A poesia morre de melosa...
E eu te direi, no entanto: _Que tolice!
O verso é feito a prosa sem mesmice,
Dita de forma amena e perfumada...
Por isso eu sigo o ritmo e vou adiante
Fazendo versos, habito interessante...
O verso é a minha prosa temperada.
Bilaquiana I
(O pensamento)
Ora, dirás: pensar dialogando...
Viver conforme a coisa imaginada...
Como quem, acordado, vai sonhando...
Como quem mora na casa assim sonhada...
Ora, dirás: lunático delirando...
Mania própria de alma perturbada...
Quem há de compreender a alma quando
Fala sozinha, voz ensimesmada?
E eu te direi, no entanto: experimenta
Olhar por trás do casca que aparenta,
Falar alem do ouvido que te escuta,
E compreender o mundo alem do mundo,
O infinito dentro de um segundo,
E o diamante que há na pedra bruta...
(O pensamento)
Ora, dirás: pensar dialogando...
Viver conforme a coisa imaginada...
Como quem, acordado, vai sonhando...
Como quem mora na casa assim sonhada...
Ora, dirás: lunático delirando...
Mania própria de alma perturbada...
Quem há de compreender a alma quando
Fala sozinha, voz ensimesmada?
E eu te direi, no entanto: experimenta
Olhar por trás do casca que aparenta,
Falar alem do ouvido que te escuta,
E compreender o mundo alem do mundo,
O infinito dentro de um segundo,
E o diamante que há na pedra bruta...
16.11.04
Os Quatro Cavaleiros da Harmonia
Os outros Doces Bárbaros. Bethânia
Gilberto Gil. Gal Costa. Caetano.
Os quatro Cavaleiros da Harmonia.
Canção bonita. Musica de baiano.
Os outros Doces Bárbaros. Gal Costa.
Bethânia. Caetano. Sr. Gilberto.
Quatro baianos. Viramundos. Um índio.
Uma invasão que desde então deu certo.
Os outros Bárbaros. Gilberto Gil.
Cada palavra escrita com Brasil.
Quatro esotéricos. Lindos astrais.
Os outros Doces Bárbaros. Caetano.
Nenhuma frase posta por engano.
Incompreensíveis? Ah! Meu Deus é mais.
Escrito apos escutar/assistir o DVD Outros Doces Barbaros, com Gil, Cae, Gal e Beta. Há algo de divino em suas canções. Para eles, meu breve poema.
Os outros Doces Bárbaros. Bethânia
Gilberto Gil. Gal Costa. Caetano.
Os quatro Cavaleiros da Harmonia.
Canção bonita. Musica de baiano.
Os outros Doces Bárbaros. Gal Costa.
Bethânia. Caetano. Sr. Gilberto.
Quatro baianos. Viramundos. Um índio.
Uma invasão que desde então deu certo.
Os outros Bárbaros. Gilberto Gil.
Cada palavra escrita com Brasil.
Quatro esotéricos. Lindos astrais.
Os outros Doces Bárbaros. Caetano.
Nenhuma frase posta por engano.
Incompreensíveis? Ah! Meu Deus é mais.
9.11.04
A palavra lapidada
Redescobrir a palavra encabulada,
Reaprender da palavra o seu sentido,
Redefinir a palavra utilizada,
Remixar a palavra para o ouvido,
E a palavra, uma vez reformatada,
Fazer com que pareça ter nascido
Para ser dita e para ser falada
Do modo como foi redefinido.
Reescrever a palavra intimidada,
Compreendendo a palavra abandonada
Na esquina escura, no fim do gueto,
Porque a palavra realimentada
Renasce, transformando o quase nada
Na forma inesperada de um soneto...
Redescobrir a palavra encabulada,
Reaprender da palavra o seu sentido,
Redefinir a palavra utilizada,
Remixar a palavra para o ouvido,
E a palavra, uma vez reformatada,
Fazer com que pareça ter nascido
Para ser dita e para ser falada
Do modo como foi redefinido.
Reescrever a palavra intimidada,
Compreendendo a palavra abandonada
Na esquina escura, no fim do gueto,
Porque a palavra realimentada
Renasce, transformando o quase nada
Na forma inesperada de um soneto...
2.11.04
Carinho de Mãe
Para Natty apos ver a homenagem que ela dedicou à sua mãe em www.fotolog.net/nattygreff
Carinho de mãe nada/ninguém copia...
Carinho de mãe faz pegar no sono...
Carinho de mãe é feito poesia
Espantando a tristeza e o abandono...
Carinho de mãe é boa companhia.
É feito a luz do sol tocando a pele:
A gente nem percebe, mas vicia,
Ainda que não confesse nem revele...
Carinho de mãe é mais que o infinito.
É muito mais gostoso e mais bonito
Que o por do sol avermelhando o céu...
Carinho de mãe é tudo. Nada é mais.
É leve e poderoso. Feito o gás...
É consistente e doce. Feito o mel...
Para Natty apos ver a homenagem que ela dedicou à sua mãe em www.fotolog.net/nattygreff
Carinho de mãe nada/ninguém copia...
Carinho de mãe faz pegar no sono...
Carinho de mãe é feito poesia
Espantando a tristeza e o abandono...
Carinho de mãe é boa companhia.
É feito a luz do sol tocando a pele:
A gente nem percebe, mas vicia,
Ainda que não confesse nem revele...
Carinho de mãe é mais que o infinito.
É muito mais gostoso e mais bonito
Que o por do sol avermelhando o céu...
Carinho de mãe é tudo. Nada é mais.
É leve e poderoso. Feito o gás...
É consistente e doce. Feito o mel...
2 de novembro
Versos incidentais de Curuminha, de Chico Buarque e de Essa Rua, domínio publico.
Cantos de ontem que os dias levaram
Prum tempo que se chama nunca mais...
Vozes que eram e que se calaram,
Lembranças de ontem que o dia traz...
Vozes que, serenas, cantarolaram,
Que nos mostraram como é que se faz,
Vozes que partiram, vozes que deixaram
O coração com essa dor sem paz,
Cenas que o tempo fez tornar saudade,
Que deram de morar na eternidade,
Num bosque que se chama solidão...
Se fosse permitido, eu revertia o tempo,
Mudava as cores do pensamento
Pra não deixar mais doer o coração...
Versos incidentais de Curuminha, de Chico Buarque e de Essa Rua, domínio publico.
Cantos de ontem que os dias levaram
Prum tempo que se chama nunca mais...
Vozes que eram e que se calaram,
Lembranças de ontem que o dia traz...
Vozes que, serenas, cantarolaram,
Que nos mostraram como é que se faz,
Vozes que partiram, vozes que deixaram
O coração com essa dor sem paz,
Cenas que o tempo fez tornar saudade,
Que deram de morar na eternidade,
Num bosque que se chama solidão...
Se fosse permitido, eu revertia o tempo,
Mudava as cores do pensamento
Pra não deixar mais doer o coração...
Seu coração
Para minha amiga Carla (www.fotolog.net/anginhaa)
Seu coração é o sol ao meio dia,
Água que brota da fonte de água boa,
Você e mais certeira que poesia
De Chico, de Bandeira, de Pessoa...
É livre, como a lua quando brilha,
É leve, como um pássaro quando voa,
É soberana, feito a Estrela-guia,
É suave, como a mão quando abençoa,
Prudente, porque sabe aonde é que pisa,
Você possui a discrição da brisa
E a estabilidade da canoa...
A sua elegância desestabiliza...
Você me desarruma e me organiza,
Por isso, às vezes, sonho, rindo a toa...
Para minha amiga Carla (www.fotolog.net/anginhaa)
Seu coração é o sol ao meio dia,
Água que brota da fonte de água boa,
Você e mais certeira que poesia
De Chico, de Bandeira, de Pessoa...
É livre, como a lua quando brilha,
É leve, como um pássaro quando voa,
É soberana, feito a Estrela-guia,
É suave, como a mão quando abençoa,
Prudente, porque sabe aonde é que pisa,
Você possui a discrição da brisa
E a estabilidade da canoa...
A sua elegância desestabiliza...
Você me desarruma e me organiza,
Por isso, às vezes, sonho, rindo a toa...
27.10.04
O Salário
Salário não é oferta. Nem presente.
Nem generosidade do patrão.
Não é um valor doado gentilmente,
Um gesto humano de gratidão.
Salário não é a esmola pra um carente.
Não é uma forma de doação.
Não é tapa-buraco, pano-quente,
Não é um premio por distinção...
Salário é o germe e o fruto do trabalho.
De um latifúndio é a parte que te cabe.
É o que te resta da divisão.
Não há respeito se não há salário.
A falta do salário é falta grave.
Onde não tem salário tem ladrão.
Salário não é oferta. Nem presente.
Nem generosidade do patrão.
Não é um valor doado gentilmente,
Um gesto humano de gratidão.
Salário não é a esmola pra um carente.
Não é uma forma de doação.
Não é tapa-buraco, pano-quente,
Não é um premio por distinção...
Salário é o germe e o fruto do trabalho.
De um latifúndio é a parte que te cabe.
É o que te resta da divisão.
Não há respeito se não há salário.
A falta do salário é falta grave.
Onde não tem salário tem ladrão.
A Pneumonia
Febre. Catarro. Falta de ar.
Tiragem intercostal inspiratória.
Dificuldade para respirar.
Antecedentes alérgicos na estória.
Tosse que teima em não querer passar.
É o pulmão encharcado que estertora
Sonoros crepitantes a indicar
Sinais de congestão inflamatória.
A pneumonia. Quase uma asfixia
Fotografada na radiografia
Que às vezes mostra a dura realidade:
O muro que separa a morte e a cura
É feito a trilha estreita em noite escura
Por entre espinhos da fatalidade...
Febre. Catarro. Falta de ar.
Tiragem intercostal inspiratória.
Dificuldade para respirar.
Antecedentes alérgicos na estória.
Tosse que teima em não querer passar.
É o pulmão encharcado que estertora
Sonoros crepitantes a indicar
Sinais de congestão inflamatória.
A pneumonia. Quase uma asfixia
Fotografada na radiografia
Que às vezes mostra a dura realidade:
O muro que separa a morte e a cura
É feito a trilha estreita em noite escura
Por entre espinhos da fatalidade...
26.10.04
O Mar de Lama
Uma homenagem aos politicos da minha cidade que estão sabendo dar um show nesse segundo turno das eleições mais lamentáveis que já presenciamos.
Você quer conhecer um Mar de Lama?
Seja bem vindo à minha cidade...
Mas não se assuste com a imensa gama
De baixaria e de leviandade...
Das peripécias da Primeira Dama
Aos equívocos da Municipalidade,
Parece que a loucura criou fama
E recebeu, aqui, vitalidade...
Quer conhecer? A estupidez te chama.
Nada se perde aqui. Tudo se trama:
É uma questão de criatividade.
Aqui é um ninho de ratazana
Por isso a minha gente não se engana:
Aqui é um Mar de Lama de verdade...
Uma homenagem aos politicos da minha cidade que estão sabendo dar um show nesse segundo turno das eleições mais lamentáveis que já presenciamos.
Você quer conhecer um Mar de Lama?
Seja bem vindo à minha cidade...
Mas não se assuste com a imensa gama
De baixaria e de leviandade...
Das peripécias da Primeira Dama
Aos equívocos da Municipalidade,
Parece que a loucura criou fama
E recebeu, aqui, vitalidade...
Quer conhecer? A estupidez te chama.
Nada se perde aqui. Tudo se trama:
É uma questão de criatividade.
Aqui é um ninho de ratazana
Por isso a minha gente não se engana:
Aqui é um Mar de Lama de verdade...
O Funcionário e o Mar
Ao Funcionario Publico Municipal de minha Campos dos Goytacazes nesse seu dia de memória inesquecivel: nunca vimos uma eleição assim antes...
O funcionário, face impublicável,
Não sabe se ri, se chora ou se reclama,
Sentindo-se completamente dispensável
No meio desse imenso mar de lama...
Ao Funcionario Publico Municipal de minha Campos dos Goytacazes nesse seu dia de memória inesquecivel: nunca vimos uma eleição assim antes...
O funcionário, face impublicável,
Não sabe se ri, se chora ou se reclama,
Sentindo-se completamente dispensável
No meio desse imenso mar de lama...
18.10.04
Crime e Castigo
A droga e o vicio destruiram Maradona,
Adão e Eva perderam-se em pecado,
Luis Carlos Prestes comandou uma intentona,
Tiradentes confessou que era o culpado,
Mike Tyson vacilou, beijou a lona,
Carl Lewis dançou porque correu dopado,
O Flu perdeu e desceu pra segundona,
Mas eu, meu Deus, o que é que eu fiz de errado?
Lampião morreu porque era um cangaceiro,
Ronald Biggs roubou muito dinheiro,
Judas traiu e até hoje e malhado...
Mas eu, que mal pra receber a praga
De ter que trabalhar feito um burro de carga
E o meu salário sair tão atrasado?
A droga e o vicio destruiram Maradona,
Adão e Eva perderam-se em pecado,
Luis Carlos Prestes comandou uma intentona,
Tiradentes confessou que era o culpado,
Mike Tyson vacilou, beijou a lona,
Carl Lewis dançou porque correu dopado,
O Flu perdeu e desceu pra segundona,
Mas eu, meu Deus, o que é que eu fiz de errado?
Lampião morreu porque era um cangaceiro,
Ronald Biggs roubou muito dinheiro,
Judas traiu e até hoje e malhado...
Mas eu, que mal pra receber a praga
De ter que trabalhar feito um burro de carga
E o meu salário sair tão atrasado?
27.9.04
O Candidato. Parte V
(Ou O Dia Seguinte)
Eu fui um candidato. Fiz comicio.
Peguei no colo muita criancinha.
Dei muito a mão aos pobres nesse oficio.
Beijei no rosto de muita velhinha.
Que gente feia abracei no sacrificio.
Que cara de pau essa minha.
Eu fiz da hipocrisia um atrificio
Pra obter o voto dessa gentinha.
Eu fui um candidato até o dia
Em que o povo que eu beijei, por ironia,
Me despachou como quem toca um cão...
Banquei o espertalhão. Não deu em nada.
Tentando ludibriar quem me enganava
Morri da minha própria má- intenção...
(Ou O Dia Seguinte)
Eu fui um candidato. Fiz comicio.
Peguei no colo muita criancinha.
Dei muito a mão aos pobres nesse oficio.
Beijei no rosto de muita velhinha.
Que gente feia abracei no sacrificio.
Que cara de pau essa minha.
Eu fiz da hipocrisia um atrificio
Pra obter o voto dessa gentinha.
Eu fui um candidato até o dia
Em que o povo que eu beijei, por ironia,
Me despachou como quem toca um cão...
Banquei o espertalhão. Não deu em nada.
Tentando ludibriar quem me enganava
Morri da minha própria má- intenção...
9.9.04
O Candidato. Parte IV
(ou Autoretrato)
Eu sou um candidato. Uma ameaça.
Eu vivo às custas do seu sofrimento.
Eu me aproveito da sua desgraça.
A sua dificuldade é o meu sustento.
Eu sou um candidato. A minha raça
Não tem pudor nem constrangimento.
Eu não me importo com o que você passa.
Eu quero é melhorar meu rendimento.
Eu sou um salafrário oficial.
Um clone exato do Lobo Mau.
A minha especialidade é a vovozinha.
Tudo que eu quero é me dar bem. Mais nada.
Sou um protótipo da coisa errada.
Eu sou uma erva daninha.
(ou Autoretrato)
Eu sou um candidato. Uma ameaça.
Eu vivo às custas do seu sofrimento.
Eu me aproveito da sua desgraça.
A sua dificuldade é o meu sustento.
Eu sou um candidato. A minha raça
Não tem pudor nem constrangimento.
Eu não me importo com o que você passa.
Eu quero é melhorar meu rendimento.
Eu sou um salafrário oficial.
Um clone exato do Lobo Mau.
A minha especialidade é a vovozinha.
Tudo que eu quero é me dar bem. Mais nada.
Sou um protótipo da coisa errada.
Eu sou uma erva daninha.
O Candidato. Parte III
Essa gente não recua.
Essa gente continua
Querendo fazer de um curral
Nossa cidade...
(lembrando Drummond)
Eu sou um candidato. Moral ilibada.
Passado probo. Individuo competente.
Eu quero ser um lutador, mais nada.
A voz que clama pela minha gente.
Eu sou um candidato. Voz pausada.
Terno. Gravata. Gesto convincente.
Pai de familia. Uma alma devotada
E um histórico de vida comovente.
Eu sou um candidato... Presepada
De atitude milimetricamente calculada.
Produto feito pra chegar na frente.
Eu sou uma arapuca especializada
Em pegar gente despreparada.
Um estelionatário inconsequente.
Essa gente não recua.
Essa gente continua
Querendo fazer de um curral
Nossa cidade...
(lembrando Drummond)
Eu sou um candidato. Moral ilibada.
Passado probo. Individuo competente.
Eu quero ser um lutador, mais nada.
A voz que clama pela minha gente.
Eu sou um candidato. Voz pausada.
Terno. Gravata. Gesto convincente.
Pai de familia. Uma alma devotada
E um histórico de vida comovente.
Eu sou um candidato... Presepada
De atitude milimetricamente calculada.
Produto feito pra chegar na frente.
Eu sou uma arapuca especializada
Em pegar gente despreparada.
Um estelionatário inconsequente.
O Candidato. Parte II
A cidade está repleta de arapucas.
Gente ruim que se locupleta da miséria alheia se une a gente miserável que tenta acordo com mil algozes.
Não sinto ódio dessa gente.
Sinto poesia por ela.
Eu sou um candidato. Eu realizo.
Eu tenho planos para minha cidade.
Seu voto é tudo de que eu preciso
Para fazer do meu sonho realidade.
Eu sou um candidato serio, eu friso.
Nasci sob o signo da idoneidade.
Eu sei exatamente aonde é que eu piso.
Eu sou um defensor da civilidade.
Mas quando chego em casa e fecho a porta
Eu fico pensando na cor da nota
Que eu vou ganhar pra mim se eu for eleito.
Por isso eu peço a você: não me abandone.
Decore meu numero. Decore meu nome.
Eu preciso ficar rico nesse pleito.
A cidade está repleta de arapucas.
Gente ruim que se locupleta da miséria alheia se une a gente miserável que tenta acordo com mil algozes.
Não sinto ódio dessa gente.
Sinto poesia por ela.
Eu sou um candidato. Eu realizo.
Eu tenho planos para minha cidade.
Seu voto é tudo de que eu preciso
Para fazer do meu sonho realidade.
Eu sou um candidato serio, eu friso.
Nasci sob o signo da idoneidade.
Eu sei exatamente aonde é que eu piso.
Eu sou um defensor da civilidade.
Mas quando chego em casa e fecho a porta
Eu fico pensando na cor da nota
Que eu vou ganhar pra mim se eu for eleito.
Por isso eu peço a você: não me abandone.
Decore meu numero. Decore meu nome.
Eu preciso ficar rico nesse pleito.
1.9.04
O Candidato
Eu sou um candidato. Eu negocio.
Se o que é pro rio eu digo que é pro mar,
O que é pro mar eu digo que é pro rio...
É uma questão de negociar...
Um cacarejo eu trato como um pio.
Um pio eu lanço como um ronronar.
Se é dupla eu dexo registrado um trio.
Eu negocio sem pestanejar.
Eu sou um candidato. Eu troco. Eu crio.
Se eu digo que tá cheio e tá vazio
Aí é que eu prometo completar...
Sou como um rato dentro de um navio:
Se eu perco a vez aqui, ali me alio...
Resta é fazer alguém me acreditar...
Eu sou um candidato. Eu negocio.
Se o que é pro rio eu digo que é pro mar,
O que é pro mar eu digo que é pro rio...
É uma questão de negociar...
Um cacarejo eu trato como um pio.
Um pio eu lanço como um ronronar.
Se é dupla eu dexo registrado um trio.
Eu negocio sem pestanejar.
Eu sou um candidato. Eu troco. Eu crio.
Se eu digo que tá cheio e tá vazio
Aí é que eu prometo completar...
Sou como um rato dentro de um navio:
Se eu perco a vez aqui, ali me alio...
Resta é fazer alguém me acreditar...
25.8.04
Fingindo
O poeta é um fingidor.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Autopsicografia, Fernando Pessoa
É quase poesia. É uma ousadia.
Parece. Tenta ter a mesma cor.
Até se esforça, como quem copia,
Ou como faz o pássaro cantor...
Mas assim com a canção que o pássaro cria
É quase uma canção, o trovador
Tenta a palavra em forma de poesia...
Por isso é que o poeta é um fingidor...
E finge o verso, ou quase o verso, e tenta,
Espera, espelha, espalha, experimenta,
E a poesia quase vai surgindo...
Mas, como um terno imitação de um Armani,
Este soneto, amigo, não se engane,
É só o poeta, um fingidor, fingindo...
Autopsicografia, Fernando Pessoa
É quase poesia. É uma ousadia.
Parece. Tenta ter a mesma cor.
Até se esforça, como quem copia,
Ou como faz o pássaro cantor...
Mas assim com a canção que o pássaro cria
É quase uma canção, o trovador
Tenta a palavra em forma de poesia...
Por isso é que o poeta é um fingidor...
E finge o verso, ou quase o verso, e tenta,
Espera, espelha, espalha, experimenta,
E a poesia quase vai surgindo...
Mas, como um terno imitação de um Armani,
Este soneto, amigo, não se engane,
É só o poeta, um fingidor, fingindo...
18.8.04
O Enigma da Serpente
Este soneto é uma letra de musica.
Faz parte da trilha sonora que estou compondo para o musical infantil O Pequeno Principe.
Fala do encontro do Principezinho com a serpente no deserto.
Esta e as outras cações brevemente estarão disponiveis em mp3 em site brevemente divulgado.
Eu não vou muito longe, me arrastando.
Eu ando como quem arranha o chão.
Não sei andar correndo nem voando.
Eu ando quase como um arranhão.
E muita gente me acha um bicho estranho
E acha estranha a minha condição.
O meu caminho eu traço enquanto arranho
O chão como quem vai de escorregão.
Eu não vou muito longe. Mas cuidado.
Basta somente um beijo meu, gelado,
Somente um beijo pra te levar
Por mares nunca dantes navegados,
Por sonhos que jamais serão sonhados
E o coração não ousa imaginar...
Este soneto é uma letra de musica.
Faz parte da trilha sonora que estou compondo para o musical infantil O Pequeno Principe.
Fala do encontro do Principezinho com a serpente no deserto.
Esta e as outras cações brevemente estarão disponiveis em mp3 em site brevemente divulgado.
Eu não vou muito longe, me arrastando.
Eu ando como quem arranha o chão.
Não sei andar correndo nem voando.
Eu ando quase como um arranhão.
E muita gente me acha um bicho estranho
E acha estranha a minha condição.
O meu caminho eu traço enquanto arranho
O chão como quem vai de escorregão.
Eu não vou muito longe. Mas cuidado.
Basta somente um beijo meu, gelado,
Somente um beijo pra te levar
Por mares nunca dantes navegados,
Por sonhos que jamais serão sonhados
E o coração não ousa imaginar...
12.8.04
11.8.04
Cuidado quando voce for escrever poesia no Livro de Plantão
ou A fogueira da Inquisição não se apagou...
Não pode verso em Livro de Plantão.
Não pode rima em plena Portaria.
Nos corredores pode também nção.
Na Recepção não pode ter poesia.
Não pode verso escrito em receituário.
Versinhos causam grande confusão.
Seja discreto, portanto, em seu poemário,
E siga sempre o Manual de Instrução:
Não rime nada que comprometa.
Segure a onda da sua caneta.
Sonetos só se forem pra tapear.
Por isso evite escrever poesia.
Tome cuidado porque a Auditoria
Costuma, invariavelmente, não gostar...
ou A fogueira da Inquisição não se apagou...
Não pode verso em Livro de Plantão.
Não pode rima em plena Portaria.
Nos corredores pode também nção.
Na Recepção não pode ter poesia.
Não pode verso escrito em receituário.
Versinhos causam grande confusão.
Seja discreto, portanto, em seu poemário,
E siga sempre o Manual de Instrução:
Não rime nada que comprometa.
Segure a onda da sua caneta.
Sonetos só se forem pra tapear.
Por isso evite escrever poesia.
Tome cuidado porque a Auditoria
Costuma, invariavelmente, não gostar...
6.8.04
A fraternidade em flocos
A fraternidade não se intimida.
Resiste à dor e à dificuldade.
Não capitula, ainda que ferida.
Serve de antídoto pra infelicidade.
Não esmorece quando coagida.
Não vive à cata de novidade.
Não queda desatenta ou distraida.
Não teme ou treme ante a fatalidade.
A fraternidade. Nunca dividida.
Nunca deixada prá trás. Nunca perdida.
Não faz acordos com a iniquidade.
Amor que dura por toda a vida.
A dracma que jamais será perdida.
O amor tem flocos de fraternidade.
A fraternidade não se intimida.
Resiste à dor e à dificuldade.
Não capitula, ainda que ferida.
Serve de antídoto pra infelicidade.
Não esmorece quando coagida.
Não vive à cata de novidade.
Não queda desatenta ou distraida.
Não teme ou treme ante a fatalidade.
A fraternidade. Nunca dividida.
Nunca deixada prá trás. Nunca perdida.
Não faz acordos com a iniquidade.
Amor que dura por toda a vida.
A dracma que jamais será perdida.
O amor tem flocos de fraternidade.
A fraternidade
A fraternidade se diverte e brinca,
Faz coisas tolas parecerem sérias.
A fraternidade não tem limites:
Resiste aos virus e às bacterias.
E enquanto brinca e se diverte, cuida.
Como um remedio que os anjos dão.
E enquanto cuida com paciencia e zelo
Vai se tornando um só coração.
A fraternidade. Nada a copia:
Tratado, pensamento, poesia...
Nada contem tanta sinceridade...
Benditos sejam os irmãos que a vida
Faz com que vivam sem despedida...
Não há adeus na fraternidade...
A fraternidade se diverte e brinca,
Faz coisas tolas parecerem sérias.
A fraternidade não tem limites:
Resiste aos virus e às bacterias.
E enquanto brinca e se diverte, cuida.
Como um remedio que os anjos dão.
E enquanto cuida com paciencia e zelo
Vai se tornando um só coração.
A fraternidade. Nada a copia:
Tratado, pensamento, poesia...
Nada contem tanta sinceridade...
Benditos sejam os irmãos que a vida
Faz com que vivam sem despedida...
Não há adeus na fraternidade...
4.8.04
O Papel Infeliz
Em Campos, minha cidade, há dois matutinos: a Folha da Manhã e O Diário.
Obedecem linhas politicas distintas e por vezes chegam a noticiar o mesmo fato como se fossem fatos diferentes.
Aos matutinos da minha cidade, o meu soneto.
Culpado! Culpado! Escreve a Folha...
É inocente! Garante O Diário...
Um jornalismo de multipla escolha
Feito pra um mundo todo ao contrário...
O objeto. Um assegura: é rolha.
O outro jura que é um dromedário.
Um diz que é culpa de uma abelha a bolha,
O outro, de um maníaco sanguinário.
Está criada a informação zarolha
Quando um jura que é toco, outro que é trolha
E onde nenhum dos dois admite falha...
E sob esse surrealismo extraordinário
Resta ao leitor esclarecido a encolha
Ou o papel infeliz do grande otário.
Em Campos, minha cidade, há dois matutinos: a Folha da Manhã e O Diário.
Obedecem linhas politicas distintas e por vezes chegam a noticiar o mesmo fato como se fossem fatos diferentes.
Aos matutinos da minha cidade, o meu soneto.
Culpado! Culpado! Escreve a Folha...
É inocente! Garante O Diário...
Um jornalismo de multipla escolha
Feito pra um mundo todo ao contrário...
O objeto. Um assegura: é rolha.
O outro jura que é um dromedário.
Um diz que é culpa de uma abelha a bolha,
O outro, de um maníaco sanguinário.
Está criada a informação zarolha
Quando um jura que é toco, outro que é trolha
E onde nenhum dos dois admite falha...
E sob esse surrealismo extraordinário
Resta ao leitor esclarecido a encolha
Ou o papel infeliz do grande otário.
31.7.04
Adormecendo...
"Mano, aproveito a ocasião (inocência de Lucas) para a lhe pedir outra vez uma poesia sobre o sono das crianças."
De meu irmão Celso após ler O Pote de Ouro, aqui neste blog...
Desliga o fio da correria:
Escola, pipa, televisão...
Somente o sono por companhia:
O quarto de dormir do coração...
Desliga o som. Desfaz tudo. Esvazia
O pensamento. Guarda a respiração.
E após tudo vazio inventa e cria
Usando as letras da imaginação...
Desliga a luz e faz o faz de conta:
Inventa, molda, escreve, escolhe e apronta
De olhos fechados, pra ninguém ver...
Feito um segredo seu e do seu sono...
Feito uma idéia que não tem dono
E mora dentro do adormecer...
"Mano, aproveito a ocasião (inocência de Lucas) para a lhe pedir outra vez uma poesia sobre o sono das crianças."
De meu irmão Celso após ler O Pote de Ouro, aqui neste blog...
Desliga o fio da correria:
Escola, pipa, televisão...
Somente o sono por companhia:
O quarto de dormir do coração...
Desliga o som. Desfaz tudo. Esvazia
O pensamento. Guarda a respiração.
E após tudo vazio inventa e cria
Usando as letras da imaginação...
Desliga a luz e faz o faz de conta:
Inventa, molda, escreve, escolhe e apronta
De olhos fechados, pra ninguém ver...
Feito um segredo seu e do seu sono...
Feito uma idéia que não tem dono
E mora dentro do adormecer...
Receita para se tornar um Doutor Exemplar...
Uma homenagem à covardia e à omissão daquele que obedece, adubos do abuso, do desmando e da estupidez daquele que manda...
Sê bonzinho, Doutor, com quem te ofende,
E prá quem te ameaça diz: Amém!...
Bendito seja o Doutor quando ele atende
Numa só tarde quase ou mais de cem...
E não reclama, Doutor, mas sê bonzinho
Com quem te pune mesmo sem razão...
Um cordeirinho é sempre um cordeirinho...
Um tubarão é sempre um tubarão...
Com quem te explora, sê complacente...
Com quem te lesa, sempre sorridente...
Vai relegando tudo... Deixa estar...
Quem sabe um dia, porque Deus não falha,
Tu exibas, orgulhoso, uma medalha
De Honra ao Mérito, Doutor exemplar...
Uma homenagem à covardia e à omissão daquele que obedece, adubos do abuso, do desmando e da estupidez daquele que manda...
Sê bonzinho, Doutor, com quem te ofende,
E prá quem te ameaça diz: Amém!...
Bendito seja o Doutor quando ele atende
Numa só tarde quase ou mais de cem...
E não reclama, Doutor, mas sê bonzinho
Com quem te pune mesmo sem razão...
Um cordeirinho é sempre um cordeirinho...
Um tubarão é sempre um tubarão...
Com quem te explora, sê complacente...
Com quem te lesa, sempre sorridente...
Vai relegando tudo... Deixa estar...
Quem sabe um dia, porque Deus não falha,
Tu exibas, orgulhoso, uma medalha
De Honra ao Mérito, Doutor exemplar...
28.7.04
A tristeza diária
À minha amiga Bruna (www.fotolog.net/brubruzynha) após me pedir perdão pela tristeza diária...
Não te perdoo pela tristeza diária
Porque não há nada pra perdoar...
Tristeza não é pecado, moça linda,
Nem é pecado querer chorar...
Portanto fica assim do seu jeitinho...
Não precisa contar nem se explicar...
Estarei sempre por aqui, pertinho,
A porta sempre aberta. Pode entrar.
E não precisa dizer nem falar nada.
Pode ir deitar ou sentar-se, recostada.
Descansa o coração que tá tristinho...
Conta comigo, delicada amiga...
Se não quiser nada dizer, não diga...
Mas fica sempre com meu carinho...
À minha amiga Bruna (www.fotolog.net/brubruzynha) após me pedir perdão pela tristeza diária...
Não te perdoo pela tristeza diária
Porque não há nada pra perdoar...
Tristeza não é pecado, moça linda,
Nem é pecado querer chorar...
Portanto fica assim do seu jeitinho...
Não precisa contar nem se explicar...
Estarei sempre por aqui, pertinho,
A porta sempre aberta. Pode entrar.
E não precisa dizer nem falar nada.
Pode ir deitar ou sentar-se, recostada.
Descansa o coração que tá tristinho...
Conta comigo, delicada amiga...
Se não quiser nada dizer, não diga...
Mas fica sempre com meu carinho...
27.7.04
O olhar da palavra
Tem gente que detesta poesia...
E não por não gostar, mas por ter medo...
Como quem morre de medo de bruxaria
Ou de os versos comentarem os seus segredos...
Tem gente que tem pavor, mas que ironia:
A poesia é leve feito um brinquedo,
Não tem pecado, a nada desafia,
E nunca fez ninguem morrer mais cedo...
É só palavra. E quem se arrepia
E teme os resultados que ela cria,
É porque andou, e como andou, pecando...
O que essa gente não desconfia
É que o mal não é o verso. É a hipocrisia.
O verso é só a palavra observando...
Tem gente que detesta poesia...
E não por não gostar, mas por ter medo...
Como quem morre de medo de bruxaria
Ou de os versos comentarem os seus segredos...
Tem gente que tem pavor, mas que ironia:
A poesia é leve feito um brinquedo,
Não tem pecado, a nada desafia,
E nunca fez ninguem morrer mais cedo...
É só palavra. E quem se arrepia
E teme os resultados que ela cria,
É porque andou, e como andou, pecando...
O que essa gente não desconfia
É que o mal não é o verso. É a hipocrisia.
O verso é só a palavra observando...
26.7.04
23.7.04
Aos donos do Poder
Quem pode, manda.
Quem tem juizo recorre se precisar.
Quem manda, até sem perceber, desmanda.
Quem tem juizo não morre por esperar.
Quem pode é sempre o que rege a Banda.
Quem tem juizo às vezes para prá escutar.
Quem pode é só a metade. É uma banda.
A outra, quem tem juizo pode mostrar.
Quem pode pensa que pode
Sem perceber que nem só de
Poder consiste o mandar...
Quem tem juizo não se desespera...
Quem tem juizo se prepara e espera
O tempo de quem manda terminar...
Quem pode, manda.
Quem tem juizo recorre se precisar.
Quem manda, até sem perceber, desmanda.
Quem tem juizo não morre por esperar.
Quem pode é sempre o que rege a Banda.
Quem tem juizo às vezes para prá escutar.
Quem pode é só a metade. É uma banda.
A outra, quem tem juizo pode mostrar.
Quem pode pensa que pode
Sem perceber que nem só de
Poder consiste o mandar...
Quem tem juizo não se desespera...
Quem tem juizo se prepara e espera
O tempo de quem manda terminar...
21.7.04
16.7.04
O pote de ouro
- Lucas, Lucas, venha ver o arco-íris!! - eu chamei meu irmão
- Hoje não choveu... Achei que só tivesse arco-íris quando chove...
in www.fotolog.net/marianaesuacam
Mariana,
Com 3 anos
É natural
Que seu irmão ainda não saiba:
Não é necessário,
Lucas,
Chover
Para ter arco-iris
No céu...
Um pote de ouro...
Isso sim
Faz os arco-iris
Acontecerem...
- Lucas, Lucas, venha ver o arco-íris!! - eu chamei meu irmão
- Hoje não choveu... Achei que só tivesse arco-íris quando chove...
in www.fotolog.net/marianaesuacam
Mariana,
Com 3 anos
É natural
Que seu irmão ainda não saiba:
Não é necessário,
Lucas,
Chover
Para ter arco-iris
No céu...
Um pote de ouro...
Isso sim
Faz os arco-iris
Acontecerem...
As varias formas de amar
Tem muita gente que ama assim:
Eu gosto de voce, mas gosto mais de mim...
Tem muita gente que ama assado:
Eu não sou ninguém sem voce do meu lado...
Tem muita gente que ama frito:
Voce é linda, mas eu sou mais bonito...
Tem muita gente que ama cozido:
Minha vida sem voce não tem sentido...
Tem muita gente que ama assim:
Um dia longe de voce é o fim...
Tem muita gente que ama assado:
Voce tem sorte por ter me encontrado...
Tem muita gente que ama frito:
O meu amor é maior que o infinito...
Tem muita gente que ama cozido:
Eu sou o que há de bom, não é, querido?
Assim, assado, frito, cozido:
O Amor é sempre crédito adquirido...
Cozido, frito ou assado, assim
A falta do amor é que é ruim...
Tem muita gente que ama assim:
Eu gosto de voce, mas gosto mais de mim...
Tem muita gente que ama assado:
Eu não sou ninguém sem voce do meu lado...
Tem muita gente que ama frito:
Voce é linda, mas eu sou mais bonito...
Tem muita gente que ama cozido:
Minha vida sem voce não tem sentido...
Tem muita gente que ama assim:
Um dia longe de voce é o fim...
Tem muita gente que ama assado:
Voce tem sorte por ter me encontrado...
Tem muita gente que ama frito:
O meu amor é maior que o infinito...
Tem muita gente que ama cozido:
Eu sou o que há de bom, não é, querido?
Assim, assado, frito, cozido:
O Amor é sempre crédito adquirido...
Cozido, frito ou assado, assim
A falta do amor é que é ruim...
15.7.04
Intimidade
Li em um banner promocional: Que momento, ao lado de seu pai, voce gostaria de ter gravado?
Hoje, cheio de saudade,
Sem ter momento nenhum pra recordar,
Sem ter imagem, sem ter sorriso,
Qualquer jeitinho bom de ele falar,
Eu so queria um minuto
Pertinho do pai querido
Que a saudade me levou,
Que o amor deixou comigo,
E de quem eu já nem sei
Me separar.
Li em um banner promocional: Que momento, ao lado de seu pai, voce gostaria de ter gravado?
Hoje, cheio de saudade,
Sem ter momento nenhum pra recordar,
Sem ter imagem, sem ter sorriso,
Qualquer jeitinho bom de ele falar,
Eu so queria um minuto
Pertinho do pai querido
Que a saudade me levou,
Que o amor deixou comigo,
E de quem eu já nem sei
Me separar.
14.7.04
O Coração Necessário
É necessário um Coração valente
Para vencer a escuridão da sombra...
O mal é quase sempre inconsequente,
Por isso assusta, e amedronta e assombra...
É necessário um Coração gigante
Feito um Colosso que nunca tomba...
Que não se curva à dor dilacerante
Nem capitula ante o ataque à bomba...
É necessário um Coração prudente
Que cruze intacto o Inferno de Dante...
O mal é sempre e cada vez mais mau...
É necessário um Coração paciente
Que siga sempre em frente e confiante
Até a vitória final...
É necessário um Coração valente
Para vencer a escuridão da sombra...
O mal é quase sempre inconsequente,
Por isso assusta, e amedronta e assombra...
É necessário um Coração gigante
Feito um Colosso que nunca tomba...
Que não se curva à dor dilacerante
Nem capitula ante o ataque à bomba...
É necessário um Coração prudente
Que cruze intacto o Inferno de Dante...
O mal é sempre e cada vez mais mau...
É necessário um Coração paciente
Que siga sempre em frente e confiante
Até a vitória final...
Vozes
Para minha amiga Debora Assad
Às vezes cantam canções felizes,
Outras nem tanto,
Às vezes Cantos de Liberdade,
Outras em busca da absolvição,
Às vezes vozes que vem da boca,
Mas outras vezes, do coração.
Às vezes lentas,
Outras velozes,
As vezes meio assim:
Nem sim,
Nem não...
Às vezes saem meio preguiçosas,
Às vezes versos,
Às vezes prosas,
Às vezes pontos de interrogação...
Às vezes Carreras,
Às vezes João Gilberto,
Às vezes vozes de um cantar discreto,
As vezes de ouvir o mundo inteiro...
Às vezes vozes do interior mineiro,
Às vezes bem do Rio de Janeiro...
São como as vestes da canção as vozes...
São a maneira de Deus falar...
São o outro som do coração
E às vezes
Um jeito delicado de lutar...
Se a dor tem dias de nos visitar,
Ou se a alegria não sabe se conter,
Se a gente acorda com vontade de chorar
Ou com uma sede danada de viver,
Bastam as vozes
Como intrumento
Para o encantamento acontecer...
Vozes...
Distribuindo ao vento seus encantos...
Sem sem perceber,
Viver qualquer canção...
Do mesmo modo
Que ja dizia
Milton Nascimento:
"O que importa é ouvir a voz que vem do coração"...
Vozes
Veladas
Veludosas
Vozes
Tomem estes versos
Por gratidão...
Para minha amiga Debora Assad
Às vezes cantam canções felizes,
Outras nem tanto,
Às vezes Cantos de Liberdade,
Outras em busca da absolvição,
Às vezes vozes que vem da boca,
Mas outras vezes, do coração.
Às vezes lentas,
Outras velozes,
As vezes meio assim:
Nem sim,
Nem não...
Às vezes saem meio preguiçosas,
Às vezes versos,
Às vezes prosas,
Às vezes pontos de interrogação...
Às vezes Carreras,
Às vezes João Gilberto,
Às vezes vozes de um cantar discreto,
As vezes de ouvir o mundo inteiro...
Às vezes vozes do interior mineiro,
Às vezes bem do Rio de Janeiro...
São como as vestes da canção as vozes...
São a maneira de Deus falar...
São o outro som do coração
E às vezes
Um jeito delicado de lutar...
Se a dor tem dias de nos visitar,
Ou se a alegria não sabe se conter,
Se a gente acorda com vontade de chorar
Ou com uma sede danada de viver,
Bastam as vozes
Como intrumento
Para o encantamento acontecer...
Vozes...
Distribuindo ao vento seus encantos...
Sem sem perceber,
Viver qualquer canção...
Do mesmo modo
Que ja dizia
Milton Nascimento:
"O que importa é ouvir a voz que vem do coração"...
Vozes
Veladas
Veludosas
Vozes
Tomem estes versos
Por gratidão...
13.7.04
A Poesia Escondida
Um soneto dedicado a meus dois fotologs:
www.fotolog.net/oprematuro
www.fotolog.net/diadebranco
Eu gosto de tirar fotografia:
Ela fala a verdade quando eu mostro...
A foto não contém hipocrisia
Nem subserviencia. Por isso eu gosto.
Eu gosto de brincar dessa mania:
Eu fotografo depois eu posto.
Eu nunca trago a máquina vazia
Mas sempre a cara e o coração expostos...
Como quem traz segredos de alquimia,
Como quem tira e leva mas não cria,
Como quem pega sem desfalcar,
Eu gosto de tirar fotografia
Por ter encontrado sinais de poesia
Na minha máquina de fotografar...
Um soneto dedicado a meus dois fotologs:
www.fotolog.net/oprematuro
www.fotolog.net/diadebranco
Eu gosto de tirar fotografia:
Ela fala a verdade quando eu mostro...
A foto não contém hipocrisia
Nem subserviencia. Por isso eu gosto.
Eu gosto de brincar dessa mania:
Eu fotografo depois eu posto.
Eu nunca trago a máquina vazia
Mas sempre a cara e o coração expostos...
Como quem traz segredos de alquimia,
Como quem tira e leva mas não cria,
Como quem pega sem desfalcar,
Eu gosto de tirar fotografia
Por ter encontrado sinais de poesia
Na minha máquina de fotografar...
10.7.04
9.7.04
A foto e o poema
Não era a foto da grosseria.
Não era a fotografia da agressão.
Não era a imagem da pancadaria.
Era uma foto de sangue sobre o chão.
Mas era foto. Não poesia.
A foto prova. A poesia não.
Por isso o medo da fotografia.
Por isso a imediata demissão
Não era sangue de hemofilia,
Nem gotas de trombocitopenia,
Mas sim, pingos de chute e de agressão.
Era a impressão digital da covardia...
Da violência... Da selvageria...
Da vida envergonhada pelo chão.
Não era a foto da grosseria.
Não era a fotografia da agressão.
Não era a imagem da pancadaria.
Era uma foto de sangue sobre o chão.
Mas era foto. Não poesia.
A foto prova. A poesia não.
Por isso o medo da fotografia.
Por isso a imediata demissão
Não era sangue de hemofilia,
Nem gotas de trombocitopenia,
Mas sim, pingos de chute e de agressão.
Era a impressão digital da covardia...
Da violência... Da selvageria...
Da vida envergonhada pelo chão.
Desindividuos
Desindividuos são gentes sem postura...
Comportamento descomportado...
Seres humanos com vida e sem ternura
E um histórico de vida desbotado...
Desindividuos. Águas que evaporam.
Gentes que vão sem deixar saudade.
Por quem os sinos e os homens nem choram.
Pessoas sem personalidade...
Desindividuos. Seres diários
Que não constam sequer nos dicionários
Por serem coisas tão comezinhas...
Desindividuos. Gentes estranhas.
Quem há de compreende-los? A as suas manhas?
E a sua forma de vida tão mesquinha?
Desindividuos são gentes sem postura...
Comportamento descomportado...
Seres humanos com vida e sem ternura
E um histórico de vida desbotado...
Desindividuos. Águas que evaporam.
Gentes que vão sem deixar saudade.
Por quem os sinos e os homens nem choram.
Pessoas sem personalidade...
Desindividuos. Seres diários
Que não constam sequer nos dicionários
Por serem coisas tão comezinhas...
Desindividuos. Gentes estranhas.
Quem há de compreende-los? A as suas manhas?
E a sua forma de vida tão mesquinha?
7.7.04
Um Anjo chamado Angela
Para Angela Sarmet, minha amiga, poetisa e pediatra...
Exatamente nessa ordem...
E Angela, sem asas, consultando...
Dizendo: Vinde a mim as criancinhas...
E as criancinhas amam Angela, um Anjo
De jeito maternal. E sem asinhas.
E atende como quem rima brincando...
São poesias suas receitinhas.
E o Anjo Angela vai receitando
Dizendo: Vinde a mim as dodoizinhas...
Sem asas, Angela, sobrevoando,
Vai se entregando, vai se entregando,
Vai semeando perolazinhas...
Adoro estar com Angela trabalhando...
Parece Deus ali, abençoando,
Dizendo: Vinde a mim as doentinhas...
Para Angela Sarmet, minha amiga, poetisa e pediatra...
Exatamente nessa ordem...
E Angela, sem asas, consultando...
Dizendo: Vinde a mim as criancinhas...
E as criancinhas amam Angela, um Anjo
De jeito maternal. E sem asinhas.
E atende como quem rima brincando...
São poesias suas receitinhas.
E o Anjo Angela vai receitando
Dizendo: Vinde a mim as dodoizinhas...
Sem asas, Angela, sobrevoando,
Vai se entregando, vai se entregando,
Vai semeando perolazinhas...
Adoro estar com Angela trabalhando...
Parece Deus ali, abençoando,
Dizendo: Vinde a mim as doentinhas...
6.7.04
29.6.04
O Coronel e o Inferno
_Poeta, Poeta!!! Não me mande para o Inferno!!!
Disse-me uma vez um Coronelzinho...
Mas como eu faria isso se o Inferno
É um lugar pra onde se vai sozinho?
Tem gente que vai pra ele bem depressa...
Tem gente que vai bem devagarinho...
Tem gente que já segue em linha reta...
Tem gente se perde no caminho...
O fato é que o Poeta não condena...
Um poeminha é coisa tão pequena...
Diante de um Inferno é tão fraquinho...
Pro inferno vai quem planta o pecado
Aonde era pro bem ter sido semeado...
Mas ele ainda não sabe... Coitadinho...
_Poeta, Poeta!!! Não me mande para o Inferno!!!
Disse-me uma vez um Coronelzinho...
Mas como eu faria isso se o Inferno
É um lugar pra onde se vai sozinho?
Tem gente que vai pra ele bem depressa...
Tem gente que vai bem devagarinho...
Tem gente que já segue em linha reta...
Tem gente se perde no caminho...
O fato é que o Poeta não condena...
Um poeminha é coisa tão pequena...
Diante de um Inferno é tão fraquinho...
Pro inferno vai quem planta o pecado
Aonde era pro bem ter sido semeado...
Mas ele ainda não sabe... Coitadinho...
25.6.04
Distraçao
Para Bruna, Santa Maria, RS, apos sua foto passeando na beira mar admirando surfistas... (www.fotolog.net/brubruzynha)
O surfista, dentro d'agua,
Tentando a sua onda cheia,
Vagueia velozmente, feito arraia...
Distraido, nao repara na Sereia
Maravilhosa e divina que passeia
Na beira
Da areia
Da praia...
Para Bruna, Santa Maria, RS, apos sua foto passeando na beira mar admirando surfistas... (www.fotolog.net/brubruzynha)
O surfista, dentro d'agua,
Tentando a sua onda cheia,
Vagueia velozmente, feito arraia...
Distraido, nao repara na Sereia
Maravilhosa e divina que passeia
Na beira
Da areia
Da praia...
Sonetinho cheio de Saudade
Para minha amiga Carla Cristina (www.fotolog.net/anginhaa)
Se eu fosse fazer silencio da saudade que te sinto,
Seria o certo nunca mais falar,
Silencio imenso, fundo e duradouro,
Silencio quase de nem respirar...
Se eu fosse fazer silencio do tamanho da saudade
Seria assim, como me ausentar,
Silencio feito o silencio de quem dorme
Um sono leve e calmo... E sem roncar...
Por isso troco o silencio por riminhas,
Dessas riminhas de agradar anginhas...
O verso diz ser ter que pronunciar...
Mas se eu fosse fazer verso a cada saudade, guria,
Eu não parava mais de escrever poesia...
E ai sim, voce ia se cansar...
Para minha amiga Carla Cristina (www.fotolog.net/anginhaa)
Se eu fosse fazer silencio da saudade que te sinto,
Seria o certo nunca mais falar,
Silencio imenso, fundo e duradouro,
Silencio quase de nem respirar...
Se eu fosse fazer silencio do tamanho da saudade
Seria assim, como me ausentar,
Silencio feito o silencio de quem dorme
Um sono leve e calmo... E sem roncar...
Por isso troco o silencio por riminhas,
Dessas riminhas de agradar anginhas...
O verso diz ser ter que pronunciar...
Mas se eu fosse fazer verso a cada saudade, guria,
Eu não parava mais de escrever poesia...
E ai sim, voce ia se cansar...
21.6.04
O Dia da Colheita
Versos para a ingratidão...
A colheita acabou. Não sobrou nada.
Um cheiro ácido. Um sabor estranho.
Um gosto cru de terra desmatada,
De agua pouca e ruim e imprópria ao banho.
E o que era a colheita planejada,
Safra multiplicada, lucro, ganho,
O tempo fez tornar-se terra amarga,
Deserto inominado e sem tamanho...
A colheita acabou. Restou o luto.
A folha seca no lugar do fruto,
E, no lugar do adubo, a folha morta...
A semente parecia tão bonita...
Mas era só casca... Mas era só fita...
Mas era só coisa feia e torta...
Versos para a ingratidão...
A colheita acabou. Não sobrou nada.
Um cheiro ácido. Um sabor estranho.
Um gosto cru de terra desmatada,
De agua pouca e ruim e imprópria ao banho.
E o que era a colheita planejada,
Safra multiplicada, lucro, ganho,
O tempo fez tornar-se terra amarga,
Deserto inominado e sem tamanho...
A colheita acabou. Restou o luto.
A folha seca no lugar do fruto,
E, no lugar do adubo, a folha morta...
A semente parecia tão bonita...
Mas era só casca... Mas era só fita...
Mas era só coisa feia e torta...
17.6.04
Oração pelas criancinhas
Pai do Céu, protegei os nossos filhos,
E os nossos netos, e os nossos sobrinhos,
E as criancinhas carentes de afetos,
E as criancinhas dos nossos vizinhos,
E as menininhas da Guatemala,
E os menininhos do Paquistão,
E as criancinhas filhas de ouro e gala,
E as criancinhas filhas do Alcorão,
Crianinhas pretas, brancas, amarelas,
Abençoai-as, Pai, e as das favelas,
E as que padecem nos Hospitais,
Abençoai, Senhor, as criancinhas,
As bem nascidas e as prematurinhas
E as que não sabem o que é ter paz.
Pai do Céu, protegei os nossos filhos,
E os nossos netos, e os nossos sobrinhos,
E as criancinhas carentes de afetos,
E as criancinhas dos nossos vizinhos,
E as menininhas da Guatemala,
E os menininhos do Paquistão,
E as criancinhas filhas de ouro e gala,
E as criancinhas filhas do Alcorão,
Crianinhas pretas, brancas, amarelas,
Abençoai-as, Pai, e as das favelas,
E as que padecem nos Hospitais,
Abençoai, Senhor, as criancinhas,
As bem nascidas e as prematurinhas
E as que não sabem o que é ter paz.
16.6.04
Dias assim
Os dias nublados parecem tristes.
Parecem dias que não tem cor.
As nuvens perdem os seus contrastes.
Olhar o céu perde seu sabor.
São tristes dias os de céu nublado.
São feitos de horas quase sem fim
Aonde o azul, quase acinzentado,
Parece pronunciar um nome ruim.
Por tão nublados, nem parecem dias.
Tempos propícios às ventanias.
Murmurios convidando à solidão.
Dias nublados parecem longe,
Lembrando um céu quando o céu se esconde
Dentro de gotas feitas de não...
Os dias nublados parecem tristes.
Parecem dias que não tem cor.
As nuvens perdem os seus contrastes.
Olhar o céu perde seu sabor.
São tristes dias os de céu nublado.
São feitos de horas quase sem fim
Aonde o azul, quase acinzentado,
Parece pronunciar um nome ruim.
Por tão nublados, nem parecem dias.
Tempos propícios às ventanias.
Murmurios convidando à solidão.
Dias nublados parecem longe,
Lembrando um céu quando o céu se esconde
Dentro de gotas feitas de não...
Sonetinho aos intolerantes...
A intolerancia assassinou Cristo.
Semente do holocausto nazista, a intolerancia morrerá um dia do próprio veneno...
Tem gente que não tolera poesia.
Tem gente que não tolera a coisa certa.
Tem gente que não tolera a luz do dia.
Tem gente que não tolera a casa aberta.
Tem gente que não tolera companhia.
Tem gente que não tolera a linha reta.
Tem gente que não tolera a própria cria.
Tem gente que não tolera a própria meta.
Tem gente que não tolera, então conspira.
Tem gente que não tolera, então atira.
Tem gente que não tolera, e discrimina.
Tem gente que não tolera e se condena.
Tem gente que não tolera e se envenena.
Tem gente que não tolera e se elimina.
A intolerancia assassinou Cristo.
Semente do holocausto nazista, a intolerancia morrerá um dia do próprio veneno...
Tem gente que não tolera poesia.
Tem gente que não tolera a coisa certa.
Tem gente que não tolera a luz do dia.
Tem gente que não tolera a casa aberta.
Tem gente que não tolera companhia.
Tem gente que não tolera a linha reta.
Tem gente que não tolera a própria cria.
Tem gente que não tolera a própria meta.
Tem gente que não tolera, então conspira.
Tem gente que não tolera, então atira.
Tem gente que não tolera, e discrimina.
Tem gente que não tolera e se condena.
Tem gente que não tolera e se envenena.
Tem gente que não tolera e se elimina.
15.6.04
7.6.04
Resposta à Rita
Ao ler o poema Versos para os urubus uma leitora, Rita, pergunta em seus comentários:
E será que vale a pena ter coração?!
E para que não fique sem resposta...
Não vale à pena ter coração.
Diz a razão que não vale à pena.
O coração é que é o grande senão
E ao mesmo tempo é como um poema:
É quase feito de fragilidade,
Depositário de coisa pequena,
Caminha com grande dificuldade
E passa a vida a nos causar problema.
Por isso, respondendo à sua razão
Para que conste no seu teorema:
Não vale à pena ter coração.
Mas ninguem é feliz pela razão.
Esse é o dilema.
A razão pode trazer conforto,
Um bem estar qualquer de coisa amena.
Felicidade não. Pois é. Que Pena.
O coração, por sua vez, é um azarão
Que chega de repente e rouba a cena.
Nenhuma razão imita
Essa simplicidade extrema:
O coração, por nunca ter razão,
Caminha acima do valer à pena.
Por isso é que valendo à pena ou não
Ainda que incomode a sua razão
O coração é lei que tem por lema
Permanecer além da conclusão,
Ser a condenação do que o condena,
Ser muito além dessa inutil discussão,
Pois se a razão condenou,
O coração
Foi quem tratou com perdão à Madalena.
Voce pergunta se vale a pena
Ter coração...
E eu te respondo em forma de poema:
Pode ser que valha não...
Mas cara Rita,
A razão sem coração
Parece coisa tão tola
E tão pequena...
Ao ler o poema Versos para os urubus uma leitora, Rita, pergunta em seus comentários:
E será que vale a pena ter coração?!
E para que não fique sem resposta...
Não vale à pena ter coração.
Diz a razão que não vale à pena.
O coração é que é o grande senão
E ao mesmo tempo é como um poema:
É quase feito de fragilidade,
Depositário de coisa pequena,
Caminha com grande dificuldade
E passa a vida a nos causar problema.
Por isso, respondendo à sua razão
Para que conste no seu teorema:
Não vale à pena ter coração.
Mas ninguem é feliz pela razão.
Esse é o dilema.
A razão pode trazer conforto,
Um bem estar qualquer de coisa amena.
Felicidade não. Pois é. Que Pena.
O coração, por sua vez, é um azarão
Que chega de repente e rouba a cena.
Nenhuma razão imita
Essa simplicidade extrema:
O coração, por nunca ter razão,
Caminha acima do valer à pena.
Por isso é que valendo à pena ou não
Ainda que incomode a sua razão
O coração é lei que tem por lema
Permanecer além da conclusão,
Ser a condenação do que o condena,
Ser muito além dessa inutil discussão,
Pois se a razão condenou,
O coração
Foi quem tratou com perdão à Madalena.
Voce pergunta se vale a pena
Ter coração...
E eu te respondo em forma de poema:
Pode ser que valha não...
Mas cara Rita,
A razão sem coração
Parece coisa tão tola
E tão pequena...
4.6.04
Versos para os urubus
I
Os urubus se alimentam de restos e sobras,
Pedaços de visceras, postas de mão,
Os urubus se contentam com partes e lascas,
Os urubus se contentam com podridão...
Procuram a matéria apodrecida e fria,
Procuram a matéria em decomposição,
Ou urubus preferem a porcaria,
Os urubus desprezam o coração...
E assim, vivendo de resto e posta,
Se alimentando do que ninguem gosta,
Os urubus e sua condição...
Buscam o resto, o infecto, o putrefeito,
Os urubus e seu soturno jeito,
Buscando o nojo. O perfeito não.
II
E o coração que os urubus recusam
Na sua vida de danação,
É o que escapa, e permanece intacto,
É o que resiste à degradação.
E o coração, intacto e recusado
Por não ser troço em decomposição,
Por não ser resto, por não ser lixo,
Por não ser musculo em putrefação,
Acaba por tornar-se um gem guardado,
O germen do futuro, preservado,
A resistencia, que é nunca em vão...
O coração do corpo destroçado.
O coração, tesouro resguardado.
Semente de esperança, o coração...
III
O coração que os urubus recusam.
O coração que permanece inteiro.
O coração, quase despercebido.
O coração, quase como um guerreiro.
O coração que os urubus ignoram.
O coração, presença diminuta.
O coração, morada dos que choram.
O coração e sua força absoluta.
O coração que os urubus nem sabem
Porque no peito de urubus nem cabem
O coração e a sua força imensa.
O coração, gigante adormecido,
Que é pelos urubus despercebido.
O coração que faz a diferença.
I
Os urubus se alimentam de restos e sobras,
Pedaços de visceras, postas de mão,
Os urubus se contentam com partes e lascas,
Os urubus se contentam com podridão...
Procuram a matéria apodrecida e fria,
Procuram a matéria em decomposição,
Ou urubus preferem a porcaria,
Os urubus desprezam o coração...
E assim, vivendo de resto e posta,
Se alimentando do que ninguem gosta,
Os urubus e sua condição...
Buscam o resto, o infecto, o putrefeito,
Os urubus e seu soturno jeito,
Buscando o nojo. O perfeito não.
II
E o coração que os urubus recusam
Na sua vida de danação,
É o que escapa, e permanece intacto,
É o que resiste à degradação.
E o coração, intacto e recusado
Por não ser troço em decomposição,
Por não ser resto, por não ser lixo,
Por não ser musculo em putrefação,
Acaba por tornar-se um gem guardado,
O germen do futuro, preservado,
A resistencia, que é nunca em vão...
O coração do corpo destroçado.
O coração, tesouro resguardado.
Semente de esperança, o coração...
III
O coração que os urubus recusam.
O coração que permanece inteiro.
O coração, quase despercebido.
O coração, quase como um guerreiro.
O coração que os urubus ignoram.
O coração, presença diminuta.
O coração, morada dos que choram.
O coração e sua força absoluta.
O coração que os urubus nem sabem
Porque no peito de urubus nem cabem
O coração e a sua força imensa.
O coração, gigante adormecido,
Que é pelos urubus despercebido.
O coração que faz a diferença.
A Felicidade que nunca cessa...
A minha felicidade escapa à toa...
Escapa à toa e permanece em mim
Assim como é a Fonte de água boa,
Como é o sol... Mais ou menos assim...
A minha felicidade escapa e fica,
E cada vez que escapa, aumenta mais...
Como a bactéria que se multiplica,
Do jeito como quando escapa o gás...
Feito um esguicho de chafariz,
A felicidade que me faz feliz
Do mesmo modo faz feliz quem me rodeia...
Felicidade que escapa e permanece,
Do mesmo modo que é o poder da prece,
Da mesma forma que a Lua Cheia...
A minha felicidade escapa à toa...
Escapa à toa e permanece em mim
Assim como é a Fonte de água boa,
Como é o sol... Mais ou menos assim...
A minha felicidade escapa e fica,
E cada vez que escapa, aumenta mais...
Como a bactéria que se multiplica,
Do jeito como quando escapa o gás...
Feito um esguicho de chafariz,
A felicidade que me faz feliz
Do mesmo modo faz feliz quem me rodeia...
Felicidade que escapa e permanece,
Do mesmo modo que é o poder da prece,
Da mesma forma que a Lua Cheia...
2.6.04
Oração pelas fofoqueiras
Há os que trabalham em Hospitais e passam seu tempo trabalhando.
E há os que não tem ou não sabem o que ou como fazer e passam seu tempo fofocando...
Senhor,
Abençoai o Corpo de Enfermagem,
Dai luz às faxineiras e às copeiras,
Cuidai dos funcionários da Triagem
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Guiai, Senhor, nossos motoristas,
Curai os abcessos e as frieiras,
Abençoai as nossas Nutricionistas
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Iluminai nossos Diretores,
Guiai a mão dos nossos Doutores,
Evitai brigas e choradeiras...
E protegei nossos pacientes,
Cuidai da ira dos descontentes
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Amém...
Há os que trabalham em Hospitais e passam seu tempo trabalhando.
E há os que não tem ou não sabem o que ou como fazer e passam seu tempo fofocando...
Senhor,
Abençoai o Corpo de Enfermagem,
Dai luz às faxineiras e às copeiras,
Cuidai dos funcionários da Triagem
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Guiai, Senhor, nossos motoristas,
Curai os abcessos e as frieiras,
Abençoai as nossas Nutricionistas
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Iluminai nossos Diretores,
Guiai a mão dos nossos Doutores,
Evitai brigas e choradeiras...
E protegei nossos pacientes,
Cuidai da ira dos descontentes
Mas dai um jeito nas fofoqueiras...
Amém...
31.5.04
A Greve
Dedicado à paralisação dos Setores de Emergencia da Prefeitura de Campos em 26/05/2004
A greve não é sinonimo de rebeldia.
Não pode ser confundida com agressão,
Nem com desrespeito para com a Chefia,
Nem com insulto ou insubordinação...
A greve não é sinonimo de anarquia.
Não pode ser tomada como agitação.
Não é desmando a greve. E nem folia.
E nem pecado. E nem má intenção.
A greve é o escudo do atingido,
A voz de quem se quer fazer ouvido
Pelo Prefeito, pelo Patrão...
É o engasgo do sapo na garganta.
É a internação quando a injeção já não adianta.
É por um pé prá fora da prisão.
Dedicado à paralisação dos Setores de Emergencia da Prefeitura de Campos em 26/05/2004
A greve não é sinonimo de rebeldia.
Não pode ser confundida com agressão,
Nem com desrespeito para com a Chefia,
Nem com insulto ou insubordinação...
A greve não é sinonimo de anarquia.
Não pode ser tomada como agitação.
Não é desmando a greve. E nem folia.
E nem pecado. E nem má intenção.
A greve é o escudo do atingido,
A voz de quem se quer fazer ouvido
Pelo Prefeito, pelo Patrão...
É o engasgo do sapo na garganta.
É a internação quando a injeção já não adianta.
É por um pé prá fora da prisão.
10.5.04
A Primeira vez que um Anjo me tocou...
À minha Mãe Hilda, no seu dia...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem notei quando falou: Meu filho...
Eu senti fome: me amamentou...
Eu senti sono: o Anjo me abraçou...
E me aqueceu quando eu senti frio...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem notei o Anjo cuidar de mim...
Me acompanhou nos deveres da Escola,
E me ensinou a tocar cantarola
E a suportar o temporal ruim...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Nem reparei na sua delicadeza
Capaz de me contar, feito párabolas,
Estórias, contos, poesias, fábulas
E os misterios sem fim da Natureza...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem observei seu braço forte
Reinventando o curso dos rios,
Iluminando os dias mais sombrios
E me ajudando a escapar da morte...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu não notei ter sido tocado...
Mas, desde então, quando há ventania,
Eu uso o vento pra fazer poesia
E o Anjo fica sempre do meu lado...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu recebi desse Anjo a minha vida...
E hoje, quase velho e já cansado,
Ainda sinto o seu toque encantado
Cicatrizando a minha ferida...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Foi de uma forma definitiva...
E desde então o Anjo em meu caminho...
E desde então o Anjo e seu carinho...
E desde então o Anjo em minha vida...
À minha Mãe Hilda, no seu dia...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem notei quando falou: Meu filho...
Eu senti fome: me amamentou...
Eu senti sono: o Anjo me abraçou...
E me aqueceu quando eu senti frio...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem notei o Anjo cuidar de mim...
Me acompanhou nos deveres da Escola,
E me ensinou a tocar cantarola
E a suportar o temporal ruim...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Nem reparei na sua delicadeza
Capaz de me contar, feito párabolas,
Estórias, contos, poesias, fábulas
E os misterios sem fim da Natureza...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu nem observei seu braço forte
Reinventando o curso dos rios,
Iluminando os dias mais sombrios
E me ajudando a escapar da morte...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu não notei ter sido tocado...
Mas, desde então, quando há ventania,
Eu uso o vento pra fazer poesia
E o Anjo fica sempre do meu lado...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Eu recebi desse Anjo a minha vida...
E hoje, quase velho e já cansado,
Ainda sinto o seu toque encantado
Cicatrizando a minha ferida...
A primeira vez que um Anjo me tocou
Foi de uma forma definitiva...
E desde então o Anjo em meu caminho...
E desde então o Anjo e seu carinho...
E desde então o Anjo em minha vida...
8.5.04
Ainda sobre a Felicidade...
Sobre um poema escrito para /anginhaa
A Felicidade é um chafariz distante
Onde alguns poucos vão se molhar...
É um doce inteiro feito para os Anjos
Que Deus nos permitiu experimentar...
É uma raspinha da perfeição...
Gole do bule de bem-estar...
É aonde quer chegar o coração...
É onde o amor resolveu morar...
Às vezes nem precisa motivos pra ser...
Às vezes chega perto sem dizer...
Às vezes faz a gente descansar...
A Felicidade... Tão procurada...
Tão poucas vezes identificada...
Tão evidente em todo lugar...
Sobre um poema escrito para /anginhaa
A Felicidade é um chafariz distante
Onde alguns poucos vão se molhar...
É um doce inteiro feito para os Anjos
Que Deus nos permitiu experimentar...
É uma raspinha da perfeição...
Gole do bule de bem-estar...
É aonde quer chegar o coração...
É onde o amor resolveu morar...
Às vezes nem precisa motivos pra ser...
Às vezes chega perto sem dizer...
Às vezes faz a gente descansar...
A Felicidade... Tão procurada...
Tão poucas vezes identificada...
Tão evidente em todo lugar...
4.5.04
26.4.04
A Palavra vã
Quando a palavra perde o sentido
E torna-se palavra sem valor,
É como um verso, quando esquecido,
Canção que já não canta o trovador..
Quando as palavras perdem verdade
E já não tocam seu coração
Por não trazerem sinceridade
E por dizerem sim querendo não,
Busca, em seu coração, seu dicionário...
Faz uma cata em seu vocabulário...
Outras palavras virão te visitar
Mais delicadas, mais convincentes,
E a carencia que há na alma dos carentes
Essas novas palavras vão curar...
Quando a palavra perde o sentido
E torna-se palavra sem valor,
É como um verso, quando esquecido,
Canção que já não canta o trovador..
Quando as palavras perdem verdade
E já não tocam seu coração
Por não trazerem sinceridade
E por dizerem sim querendo não,
Busca, em seu coração, seu dicionário...
Faz uma cata em seu vocabulário...
Outras palavras virão te visitar
Mais delicadas, mais convincentes,
E a carencia que há na alma dos carentes
Essas novas palavras vão curar...
23.4.04
Essencial
Para www.fotolog.net/monikabreu que postou em seu flog um lindo beijo que recebeu de seu amigo Vinicius
O poema foi meu comment.
Amigo é coisa pra se guardar
Do lado esquerdo do peito
Mas se guardar do lado direito
Também tá perfeito...
Amigo é coisa pra se postar...
Não parar pra reparar se tem defeito...
Amigo é coisa pra se beijar
De um jeito
De não ter como negar...
Amigo é coisa pra se guardar...
Coisa pra se preservar...
Coisa pra sempre se ver...
As vezes chove,
As vezes faz sol,
As vezes relampeja pra valer...
Mas um amigo faz sempre,
E não as vezes...
Amigo é a melhor coisa de se ter...
Para www.fotolog.net/monikabreu que postou em seu flog um lindo beijo que recebeu de seu amigo Vinicius
O poema foi meu comment.
Amigo é coisa pra se guardar
Do lado esquerdo do peito
Mas se guardar do lado direito
Também tá perfeito...
Amigo é coisa pra se postar...
Não parar pra reparar se tem defeito...
Amigo é coisa pra se beijar
De um jeito
De não ter como negar...
Amigo é coisa pra se guardar...
Coisa pra se preservar...
Coisa pra sempre se ver...
As vezes chove,
As vezes faz sol,
As vezes relampeja pra valer...
Mas um amigo faz sempre,
E não as vezes...
Amigo é a melhor coisa de se ter...
A Derrota
Não há derrota em cair ferido...
Não há derrota em tombar, decapitado...
Não há derrota em ter sido subtraido,
Esquartejado, morto, bombardeado...
Não há derrota em ter sido traido...
Nem é derrota ter sido crucificado...
Não é derrota ter sido substituido
Ou, na camara de gás, envenenado...
Derrota é a vitória sem sentido.
É o espirito de vingança do atingido.
É o louro adquirido com o pecado.
É o ódio que habita o coração doído.
É não se conformar por ter perdido.
É não saber ter sido derrotado
Não há derrota em cair ferido...
Não há derrota em tombar, decapitado...
Não há derrota em ter sido subtraido,
Esquartejado, morto, bombardeado...
Não há derrota em ter sido traido...
Nem é derrota ter sido crucificado...
Não é derrota ter sido substituido
Ou, na camara de gás, envenenado...
Derrota é a vitória sem sentido.
É o espirito de vingança do atingido.
É o louro adquirido com o pecado.
É o ódio que habita o coração doído.
É não se conformar por ter perdido.
É não saber ter sido derrotado
13.4.04
31.3.04
A Vaga
Cheguei ao Hospital de manhã cedo.
Tentei estacionar: mas que suplicio...
Encontrar vaga pra parar, que enredo...
Questão de sorte. Quase um sacrificio.
Quatro milhões de carros amontoados
De todas as maneiras pelo chão...
Quatorze fuscas enfileirados
Em frente a um Audi... Que situação...
Doze ambulancias comunitárias,
Outras dezoito da Prefeitura,
Imensa movimentação diária,
Um alvoroço sem noção nem cura...
Tentei, no entanto, seguir meu caminho,
Achar a vaga tão desejada
Pra não ter que parar o meu carrinho
Do outro lado da rua, na calçada...
Que sorte grande: bem na minha frente
A vaga... A vaga... Cheguei primeiro...
Mas esse mundo de Deus é incoerente:
Perdi a vaga para um Enfermeiro...
Mais adiante uma outra vaga havia
Em frente à Emergencia do Hospital.
Tentei. Corri. Mas... Pura ironia...
Tomou-a uma Assistente Social...
Mas era meu dia de sorte e mais adiante
A vaga que eu pedi a Deus... Porreta!!!
Mas que situação decepcionante:
Perdi a vaga pruma fisioterapeuta...
Uma outra vaga ali... Que coisa boa...
Ja imaginava o fim desse monólogo...
Mas isso estressa qualquer pessoa:
Perder a vaga para um Psicólogo...
Dei mais um giro... Tudo lotado...
Mas de repente, não mais que de repente,
Aquela ali... Mas algo deu errado...
Perdi a vaga pro meu paciente...
Mas não desisto fácil. Fui seguindo.
Incorporei Cabral e: Vaga a vista!!!!
E quando eu tava quase conseguindo
Perdi a vaga pruma Nutricionista...
Outra pro Segurança, pro Copeiro,
Pro Academico, pro Administrador,
Pra todo mundo, pro mundo inteiro,
Pro Cozinheiro, pro Padre, pro Pastor...
E quando eu tava quase desistindo
De achar lugar pra estacionar,
Quando eu já tava quase me sentindo
Um sem vaga, e meu carro, um sem lugar,
Muita calma nessa hora, eu ponderei...
Quem sabe dessa vez ela aparece...
Cincoenta e cinco voltas depois cansei...
Estacionar aqui ninguem merece...
Uma hora e meia... O tanque já sem saldo...
Decidi, atrasado e quase morto:
Ou uso a vaga do Doutor Geraldo
Ou vou estacionar no heliporto...
Cheguei ao Hospital de manhã cedo.
Tentei estacionar: mas que suplicio...
Encontrar vaga pra parar, que enredo...
Questão de sorte. Quase um sacrificio.
Quatro milhões de carros amontoados
De todas as maneiras pelo chão...
Quatorze fuscas enfileirados
Em frente a um Audi... Que situação...
Doze ambulancias comunitárias,
Outras dezoito da Prefeitura,
Imensa movimentação diária,
Um alvoroço sem noção nem cura...
Tentei, no entanto, seguir meu caminho,
Achar a vaga tão desejada
Pra não ter que parar o meu carrinho
Do outro lado da rua, na calçada...
Que sorte grande: bem na minha frente
A vaga... A vaga... Cheguei primeiro...
Mas esse mundo de Deus é incoerente:
Perdi a vaga para um Enfermeiro...
Mais adiante uma outra vaga havia
Em frente à Emergencia do Hospital.
Tentei. Corri. Mas... Pura ironia...
Tomou-a uma Assistente Social...
Mas era meu dia de sorte e mais adiante
A vaga que eu pedi a Deus... Porreta!!!
Mas que situação decepcionante:
Perdi a vaga pruma fisioterapeuta...
Uma outra vaga ali... Que coisa boa...
Ja imaginava o fim desse monólogo...
Mas isso estressa qualquer pessoa:
Perder a vaga para um Psicólogo...
Dei mais um giro... Tudo lotado...
Mas de repente, não mais que de repente,
Aquela ali... Mas algo deu errado...
Perdi a vaga pro meu paciente...
Mas não desisto fácil. Fui seguindo.
Incorporei Cabral e: Vaga a vista!!!!
E quando eu tava quase conseguindo
Perdi a vaga pruma Nutricionista...
Outra pro Segurança, pro Copeiro,
Pro Academico, pro Administrador,
Pra todo mundo, pro mundo inteiro,
Pro Cozinheiro, pro Padre, pro Pastor...
E quando eu tava quase desistindo
De achar lugar pra estacionar,
Quando eu já tava quase me sentindo
Um sem vaga, e meu carro, um sem lugar,
Muita calma nessa hora, eu ponderei...
Quem sabe dessa vez ela aparece...
Cincoenta e cinco voltas depois cansei...
Estacionar aqui ninguem merece...
Uma hora e meia... O tanque já sem saldo...
Decidi, atrasado e quase morto:
Ou uso a vaga do Doutor Geraldo
Ou vou estacionar no heliporto...
28.3.04
O Silencio
À todos os prematuros que nos deixam mais sozinhos...
Agora só o silencio ocupa o espaço
Aonde o bebê prematuro agonizava,
Como se fosse o sono de um cansaço,
Um verso inteiro escrito sem palavra...
Agora só o silencio, absoluto
Aonde tudo em torno se agitava...
Silencio castigante. O som do luto.
O sofrimento quando se calava.
Ventilação, ambu, adrenalina,
Laringoscópio, tubo, dopamina...
Os convidados para a despedida...
Agora só o silencio. O resto cessa.
Já não há correria. Não há pressa.
Silencio onde ainda há pouco havia vida...
À todos os prematuros que nos deixam mais sozinhos...
Agora só o silencio ocupa o espaço
Aonde o bebê prematuro agonizava,
Como se fosse o sono de um cansaço,
Um verso inteiro escrito sem palavra...
Agora só o silencio, absoluto
Aonde tudo em torno se agitava...
Silencio castigante. O som do luto.
O sofrimento quando se calava.
Ventilação, ambu, adrenalina,
Laringoscópio, tubo, dopamina...
Os convidados para a despedida...
Agora só o silencio. O resto cessa.
Já não há correria. Não há pressa.
Silencio onde ainda há pouco havia vida...
23.3.04
Os Anjos Moram Em Santa Maria, RS
Para Carlinha
A cada dia um carinho, uma mensagem,
um mail, um verso, uma palavra boa...
E pouco a pouco aquela sua imagem
Vai se tornando pra mim outra pessoa...
Um anjo que encontrei no meu caminho
Como eu pensei que nunca ia encontrar...
Um anjo que me trata com carinho
Como faz tempo ninguem vem me tratar...
Santa Maria... Porque tão distante?
Não podia ser logo ali adiante?
Porque tão longe, anjinho, sua morada?
Deve ser porque os anjos moram
Onde os meus pensamentos nunca choram...
Um beijo, anjinho. Um beijo. E só. Mais nada.
Para Carlinha
Que sem saber foi ficando meu anjo
E sem saber mora em meu coração.
Para Carlinha esse soneto tolo.
E meu carinho. E minha saudade.
E uma vontade de beber um chimarrão...
Para Carlinha
A cada dia um carinho, uma mensagem,
um mail, um verso, uma palavra boa...
E pouco a pouco aquela sua imagem
Vai se tornando pra mim outra pessoa...
Um anjo que encontrei no meu caminho
Como eu pensei que nunca ia encontrar...
Um anjo que me trata com carinho
Como faz tempo ninguem vem me tratar...
Santa Maria... Porque tão distante?
Não podia ser logo ali adiante?
Porque tão longe, anjinho, sua morada?
Deve ser porque os anjos moram
Onde os meus pensamentos nunca choram...
Um beijo, anjinho. Um beijo. E só. Mais nada.
Para Carlinha
Que sem saber foi ficando meu anjo
E sem saber mora em meu coração.
Para Carlinha esse soneto tolo.
E meu carinho. E minha saudade.
E uma vontade de beber um chimarrão...
21.3.04
Falando do Amor
De uma carta para Carlinha, linda amiga...
Eu te diria que eu não soube amar
Nem conservar o amor que eu conquistei.
Por conta disso eu me perdi num mar
De desamor... Foi quando eu me afoguei...
E acrescentaria: eu tentei me salvar.
E ao tentar salvar-me, eu me enganei.
Eu juro que eu tentei, sem descansar,
Salvar meu coração... Como eu tentei...
Confessaria que eu não soube. Eu fui
Feito um balão que se perdeu no espaço,
Um pássaro sem asas prá voar...
Feito um Castelo à beira-mar que rui,
Feito um desenho resumido a um traço,
Feito uma carta de ninguém mandar...
De uma carta para Carlinha, linda amiga...
Eu te diria que eu não soube amar
Nem conservar o amor que eu conquistei.
Por conta disso eu me perdi num mar
De desamor... Foi quando eu me afoguei...
E acrescentaria: eu tentei me salvar.
E ao tentar salvar-me, eu me enganei.
Eu juro que eu tentei, sem descansar,
Salvar meu coração... Como eu tentei...
Confessaria que eu não soube. Eu fui
Feito um balão que se perdeu no espaço,
Um pássaro sem asas prá voar...
Feito um Castelo à beira-mar que rui,
Feito um desenho resumido a um traço,
Feito uma carta de ninguém mandar...
14.3.04
Um poema para o Dia Nacional da Poesia
Em 1847, 14 de Março, nasceu Antonio de Castro Alves, o Poeta dos Escravos.
O Dia 14 de março é o Dia Nacional da Poesia.
À Castro Alves, poeta imortal e sempre presente em minha vida...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Chamando a rima suave
Para a nossa companhia,
Trazendo a letra caliente
Para a nossa vida fria,
Infusão deliciosa
De cor e perfumaria...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Que secasse os malfeitores
E abolisse a hipocrisia,
Desmascarasse os falsários,
Que tombasse a dinastia
Do larápio que roubou
Nossa alegria...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Tecido com rima leve,
Sutil feito um fio guia,
Oásis de letra boa,
Recarga prá alma vazia,
Repouso para a cansada,
Sabor prá monotonia...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia...
Um poema... Ah, se eu soubesse
Eu tentaria...
Em 1847, 14 de Março, nasceu Antonio de Castro Alves, o Poeta dos Escravos.
O Dia 14 de março é o Dia Nacional da Poesia.
À Castro Alves, poeta imortal e sempre presente em minha vida...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Chamando a rima suave
Para a nossa companhia,
Trazendo a letra caliente
Para a nossa vida fria,
Infusão deliciosa
De cor e perfumaria...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Que secasse os malfeitores
E abolisse a hipocrisia,
Desmascarasse os falsários,
Que tombasse a dinastia
Do larápio que roubou
Nossa alegria...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia
Tecido com rima leve,
Sutil feito um fio guia,
Oásis de letra boa,
Recarga prá alma vazia,
Repouso para a cansada,
Sabor prá monotonia...
Um poema para o Dia
Nacional da Poesia...
Um poema... Ah, se eu soubesse
Eu tentaria...
10.3.04
A Prematuridade
Aos meus prematurinhos registrados em www.fotolog.net/oprematuro, aos som de Aguas de Março.
O olhar capaz
De julga-la incapaz
Por tão somente
Ver nela os sinais
De delicadeza
E fragilidade,
Deixa escapar,
Por olhar sem olhar,
E de perceber
O que há de melhor
Na prematuridade:
O gigante escondido
Em corpo frágil,
A persistencia
Ante a desolação,
A Resistencia,
A vontade,
O banho de animo
E a promessa de vida
Que mora
Em seu coração...
Aos meus prematurinhos registrados em www.fotolog.net/oprematuro, aos som de Aguas de Março.
O olhar capaz
De julga-la incapaz
Por tão somente
Ver nela os sinais
De delicadeza
E fragilidade,
Deixa escapar,
Por olhar sem olhar,
E de perceber
O que há de melhor
Na prematuridade:
O gigante escondido
Em corpo frágil,
A persistencia
Ante a desolação,
A Resistencia,
A vontade,
O banho de animo
E a promessa de vida
Que mora
Em seu coração...
7.3.04
O Poema impedivel
Não peça que eu escreva nenhum verso.
Eu nunca escrevo verso. É o coração
Que tem a idéia e me traz a letra
E põe a letra pronta em minha mão...
Por isso, não... Não peça... Eu não escrevo...
Adoraria. Mas não sei não.
É o coração quem colhe a palavra
E tece a rima feito um artesão...
E quando ele se cala, e não diz nada,
E a poesia queda calada,
E faz silencio como quem termina,
É que a palavra, quando gestada,
Simula o som sutil da madrugada
Preparando a manhã que se aproxima...
Por isso não espere que eu escreva.
Eu não escrevo nada. É impressão.
Quem tem a idéia e burila a letra
E prepara o verso é meu coração...
Não peça que eu escreva nenhum verso.
Eu nunca escrevo verso. É o coração
Que tem a idéia e me traz a letra
E põe a letra pronta em minha mão...
Por isso, não... Não peça... Eu não escrevo...
Adoraria. Mas não sei não.
É o coração quem colhe a palavra
E tece a rima feito um artesão...
E quando ele se cala, e não diz nada,
E a poesia queda calada,
E faz silencio como quem termina,
É que a palavra, quando gestada,
Simula o som sutil da madrugada
Preparando a manhã que se aproxima...
Por isso não espere que eu escreva.
Eu não escrevo nada. É impressão.
Quem tem a idéia e burila a letra
E prepara o verso é meu coração...
5.3.04
Saudade
Para Tahiana Fernandes
A saudade é assim:
A gente sente,
Ela aumenta.
A gente esquece,
Ela passa.
E quando a gente finge que não lembra
Ela persiste, oculta, feito traça.
Saudade.
Que traz presente quem vai distante.
Balde gigante onde cabe o mundo inteiro...
Por conta da saudade
Estar alhures
É como estar no Rio de Janeiro.
Para Tahiana Fernandes
A saudade é assim:
A gente sente,
Ela aumenta.
A gente esquece,
Ela passa.
E quando a gente finge que não lembra
Ela persiste, oculta, feito traça.
Saudade.
Que traz presente quem vai distante.
Balde gigante onde cabe o mundo inteiro...
Por conta da saudade
Estar alhures
É como estar no Rio de Janeiro.
13.2.04
A Minha Cidade
Escrito em um Cyber Cafe de Buenos Aires durante a visita a uma foto da minha cidade postada hoje em http://www.fotolog.net/cityflashes
A minha cidade parece cansada...
Parece que se cai, desiludia...
Resiste, mas parece abandonada...
Parece morta, mas ainda tem vida...
A minha cidade parece esvaziada...
Parece uma cidadela perdida...
Nao morre, mas parece anemiada...
E dorme, feito a Bela Adormecida...
Escrito em um Cyber Cafe de Buenos Aires durante a visita a uma foto da minha cidade postada hoje em http://www.fotolog.net/cityflashes
A minha cidade parece cansada...
Parece que se cai, desiludia...
Resiste, mas parece abandonada...
Parece morta, mas ainda tem vida...
A minha cidade parece esvaziada...
Parece uma cidadela perdida...
Nao morre, mas parece anemiada...
E dorme, feito a Bela Adormecida...
7.2.04
Há coisas que a gente só vê por aqui.
Ou
Há uma balança escondida dentro do banheiro do consultório de pediatria do HGG.
Já vi champanhe saindo do chuveiro,
Chover o ano inteiro no sertão,
Já vi comendador virar padeiro,
Soldado raso virar capitão,
Vi lanterninha chegar primeiro,
Muito reserva golear timão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Já vi até perfume perder cheiro,
Já vi bicheiro dentro da prisão,
Muito político distribuir dinheiro,
Muito pastor vendendo salvação,
Vi muito bom aluno baderneiro,
Muito inventor vender sua invenção,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Já vi bastante amigo interesseiro,
Muito dinheiro virar tostão,
Já vi chutinho enganar goleiro,
Muito atrilheiro chutar o chão,
Incendiário vestido de bombeiro
E muito pit-bull lamber sabão...
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Paulista tirar sarro de Mineiro,
Baiano fazer pose de machão,
Gaúcho andar no Rio de Janeiro
Com sua bombacha e bebendo chimarrão,
Machão virar dondoca em fevereiro
E Marinheiro virando a mão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Eu já vi Bush ao sol de Varadero,
Fidel bebendo Coca no Japão,
Sadam Houssaim saindo de um bueiro,
Bin Laden pilotando um avião,
Eu já vi Jackson tocar pandeiro,
Bill Gates inventar um programão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Ou
Há uma balança escondida dentro do banheiro do consultório de pediatria do HGG.
Já vi champanhe saindo do chuveiro,
Chover o ano inteiro no sertão,
Já vi comendador virar padeiro,
Soldado raso virar capitão,
Vi lanterninha chegar primeiro,
Muito reserva golear timão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Já vi até perfume perder cheiro,
Já vi bicheiro dentro da prisão,
Muito político distribuir dinheiro,
Muito pastor vendendo salvação,
Vi muito bom aluno baderneiro,
Muito inventor vender sua invenção,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Já vi bastante amigo interesseiro,
Muito dinheiro virar tostão,
Já vi chutinho enganar goleiro,
Muito atrilheiro chutar o chão,
Incendiário vestido de bombeiro
E muito pit-bull lamber sabão...
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Paulista tirar sarro de Mineiro,
Baiano fazer pose de machão,
Gaúcho andar no Rio de Janeiro
Com sua bombacha e bebendo chimarrão,
Machão virar dondoca em fevereiro
E Marinheiro virando a mão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
Eu já vi Bush ao sol de Varadero,
Fidel bebendo Coca no Japão,
Sadam Houssaim saindo de um bueiro,
Bin Laden pilotando um avião,
Eu já vi Jackson tocar pandeiro,
Bill Gates inventar um programão,
Mas esconder balança no banheiro
Eu juro, eu nunca tinha visto não...
6.2.04
Tá errado
Manifesto contra a obrigatoriedade do relógio de ponto para os médicos da Emergencia do Hospital de Guarus.
Eu não aceito. Isso é um boi na pista.
Eu vou marcar porque não sou lesado.
Mas vigiar ponto de socorrista
Tá errado, ta errado, ta errado...
Eu nunca fui contra a obediencia
E isso não me faz um desmiolado,
Mas marcar ponto estando na Emergencia
Tá errado, tá errado, tá errado...
Ordens são ordens. Se estabelecidas
Têm mais que se fazerem obedecidas,
E desobedece-las é pecado...
Eu obedeço. Não sou leviano.
Mas o relógio de ponto é desumano.
E tá errado, tá errado, tá errado...
Manifesto contra a obrigatoriedade do relógio de ponto para os médicos da Emergencia do Hospital de Guarus.
Eu não aceito. Isso é um boi na pista.
Eu vou marcar porque não sou lesado.
Mas vigiar ponto de socorrista
Tá errado, ta errado, ta errado...
Eu nunca fui contra a obediencia
E isso não me faz um desmiolado,
Mas marcar ponto estando na Emergencia
Tá errado, tá errado, tá errado...
Ordens são ordens. Se estabelecidas
Têm mais que se fazerem obedecidas,
E desobedece-las é pecado...
Eu obedeço. Não sou leviano.
Mas o relógio de ponto é desumano.
E tá errado, tá errado, tá errado...
5.2.04
Essencial
A poesia não serve prá nada...
Não tem nenhum valor a poesia...
Mas dizem que lutou na Nicarágua
E derrubou um Rei na Alexandria...
Puro capricho. Palavra aguada.
Coisa miuda de pouco valor.
Mas eu ouvi da boca de uma escrava:
Foi o poema quem me libertou...
A poesia: jogo de palavra,
Brinquedo bom com que Drummond brincava.
Mais quase nada. Pura alegoria.
Mas dizem que Bandeira embelezou-a,
Ouvi alguns chamando-a de Pessoa...
Ah... Eu não sei viver sem poesia...
A poesia não serve prá nada...
Não tem nenhum valor a poesia...
Mas dizem que lutou na Nicarágua
E derrubou um Rei na Alexandria...
Puro capricho. Palavra aguada.
Coisa miuda de pouco valor.
Mas eu ouvi da boca de uma escrava:
Foi o poema quem me libertou...
A poesia: jogo de palavra,
Brinquedo bom com que Drummond brincava.
Mais quase nada. Pura alegoria.
Mas dizem que Bandeira embelezou-a,
Ouvi alguns chamando-a de Pessoa...
Ah... Eu não sei viver sem poesia...
4.2.04
A poesia não serve prá nada
A poesia não serve prá nada.
Não tem nenhum valor a poesia.
É feito gnomo, gelfo, duende... É feito fada...
Coisa do mundo da fantasia.
A poesia não serve prá nada.
É só palavra formando rima.
É coisa de garota apaixonada.
Rabisco de caderno de menina...
A poesia não serve prá nada.
Só prá namorada, madrugada,
Lua, criança, distração, mania...
A poesia não serve pra nada...
É feito folha desidratada...
Mas eu não sei viver sem poesia...
A poesia não serve prá nada.
Não tem nenhum valor a poesia.
É feito gnomo, gelfo, duende... É feito fada...
Coisa do mundo da fantasia.
A poesia não serve prá nada.
É só palavra formando rima.
É coisa de garota apaixonada.
Rabisco de caderno de menina...
A poesia não serve prá nada.
Só prá namorada, madrugada,
Lua, criança, distração, mania...
A poesia não serve pra nada...
É feito folha desidratada...
Mas eu não sei viver sem poesia...
Seguindo a vida
Eu não sei porque voce foi embora...
Porque partiu assim da minha vida...
Fez como alguem quando joga fora
O pouco resto da maçã mordida...
Eu não sei porque voce foi um dia...
Porque não quis ficar com meu carinho...
Porque deixou minha companhia...
Me desprezou no meio do caminho...
Tanta entrega deixou voce cansada?
Não sei... Voce não disse nada...
Seguiu seu rumo como bem quis...
Não sei porque, mas voce foi embora...
Desde então sou quem epera a hora
Que é de reaprender a ser feliz...
Eu não sei porque voce foi embora...
Porque partiu assim da minha vida...
Fez como alguem quando joga fora
O pouco resto da maçã mordida...
Eu não sei porque voce foi um dia...
Porque não quis ficar com meu carinho...
Porque deixou minha companhia...
Me desprezou no meio do caminho...
Tanta entrega deixou voce cansada?
Não sei... Voce não disse nada...
Seguiu seu rumo como bem quis...
Não sei porque, mas voce foi embora...
Desde então sou quem epera a hora
Que é de reaprender a ser feliz...
1.2.04
A Segunda Vez que eu Vi um Anjo
Para Beta
www.fotolog.net/botan
A segunda vez que eu vi um anjo
Eu não sabia: era real ou sonho...
Tinha os cabelos avermelhados...
Tinha um olhar, eu percebi, tristonho...
A segunda vez que eu vi um anjo
Eu nem acreditei: ela existia...
Tinha um olhar delicado... Um jeito manso...
Parecia poesia...
A segunda vez... E eu nem imaginava
Que anjo agora fotologava
Fazendo poses cheias de charminho...
A segunda vez... E eu quase me assustei...
Foi heresia, mas eu pensei:
Eita, pedaço de mal caminho...
Para Beta com carinho.
A Primeira vez que eu vi um anjo é o nome de um poema que dediquei a meu irmão em www.quasepoesia.blogspot.com
Para Beta
www.fotolog.net/botan
A segunda vez que eu vi um anjo
Eu não sabia: era real ou sonho...
Tinha os cabelos avermelhados...
Tinha um olhar, eu percebi, tristonho...
A segunda vez que eu vi um anjo
Eu nem acreditei: ela existia...
Tinha um olhar delicado... Um jeito manso...
Parecia poesia...
A segunda vez... E eu nem imaginava
Que anjo agora fotologava
Fazendo poses cheias de charminho...
A segunda vez... E eu quase me assustei...
Foi heresia, mas eu pensei:
Eita, pedaço de mal caminho...
Para Beta com carinho.
A Primeira vez que eu vi um anjo é o nome de um poema que dediquei a meu irmão em www.quasepoesia.blogspot.com
23.1.04
Ai que Caô...
Dando sequencia à serie As Mais Maravilhosas e Estupefantes Marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos...
Em Homenagem aos colegas do Hospital de Guarus que lutaram o ano inteiro por aumento salarial e so receberam promessas vazias...
Para que esse ano a gente não saia novamente de palhaço...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
Lutei o ano inteiro
Por aumento de salário
Chegou o CCarnaval
E eu com essa cara de Otário...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
A complementação
Que o prefeito disse que dava
Virou cachê de um show
Na praia, onde a galera eestava...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
Trabalho pra caramba
É uma fila que não para...
Eu tenho a impressão
Que tão zuando a minha cara...
Dando sequencia à serie As Mais Maravilhosas e Estupefantes Marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos...
Em Homenagem aos colegas do Hospital de Guarus que lutaram o ano inteiro por aumento salarial e so receberam promessas vazias...
Para que esse ano a gente não saia novamente de palhaço...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
Lutei o ano inteiro
Por aumento de salário
Chegou o CCarnaval
E eu com essa cara de Otário...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
A complementação
Que o prefeito disse que dava
Virou cachê de um show
Na praia, onde a galera eestava...
Ai que Caô ôôô ôôô
Ai que Caô ôôô ôôô
Trabalho pra caramba
É uma fila que não para...
Eu tenho a impressão
Que tão zuando a minha cara...
21.1.04
Pra brincar o carnaval...
Iniciando a série As Mais Famosas Marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos.
Dedicado aos funcionários do Hospital Geral de Guarus que após um ano de promessas estéreis continuam sem receber sua complementação pelo trabalho realizado.
Prá ver se esse ano a gente não sai de palhaço...
_Oh, funcionário, porque estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
_É o complemento do nosso salário
Que o Prefeito disse
Que ia dar e não deu...
Ah, seu Prefeito...
Cade o valor
Do funcionário que lutou e que venceu?
Ve se paga o complemento
Como voce prometeu...
Iniciando a série As Mais Famosas Marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos.
Dedicado aos funcionários do Hospital Geral de Guarus que após um ano de promessas estéreis continuam sem receber sua complementação pelo trabalho realizado.
Prá ver se esse ano a gente não sai de palhaço...
_Oh, funcionário, porque estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
_É o complemento do nosso salário
Que o Prefeito disse
Que ia dar e não deu...
Ah, seu Prefeito...
Cade o valor
Do funcionário que lutou e que venceu?
Ve se paga o complemento
Como voce prometeu...
20.1.04
Cantada
Todo mundo quer ficar com Veronica:
Ela é graciosa demais.
Tem um jeitinho de mulher bionica
E um tom de voz de quem fala e faz...
Todo mundo quer ficar com Veronica
Mas ninguém sabe do que ela é capaz...
A sua velocidade é supersonica...
Ela é tão cheia de gás...
Todo mundo quer ficar com Veronica...
Nobreza faraonica e voraz...
E já ninguém fala mais de Carla e Monica...
Só de Veronica... E cada vez mais...
Todo mundo quer ficar com Veronica...
Eu olho todo mundo e sigo atrás...
Ah... Se eu pudesse eu também ficava com Veronica
Pra tentar encontrar nela a minha paz...
Todo mundo quer ficar com Veronica:
Ela é graciosa demais.
Tem um jeitinho de mulher bionica
E um tom de voz de quem fala e faz...
Todo mundo quer ficar com Veronica
Mas ninguém sabe do que ela é capaz...
A sua velocidade é supersonica...
Ela é tão cheia de gás...
Todo mundo quer ficar com Veronica...
Nobreza faraonica e voraz...
E já ninguém fala mais de Carla e Monica...
Só de Veronica... E cada vez mais...
Todo mundo quer ficar com Veronica...
Eu olho todo mundo e sigo atrás...
Ah... Se eu pudesse eu também ficava com Veronica
Pra tentar encontrar nela a minha paz...
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