30.12.02

A lenta caminhada
Depois de escutar as canções de Todo Caetano...

"Às vezes é solitário viver"...
Às vezes é impossivel voltar...
Às vezes, imprevisível saber...
Às vezes, maravilhoso sonhar...
Às vezes é necessário crescer...
Às vezes muito dificil falar...
Às vezes imprescindivel escrever...
Às vezes desnecessário rimar...
Às vezes é complicado morrer...
Às vezes mais triste é continuar...
Às vezes é muito para aprender...
Às vezes nadica para ensinar...
Ás vezes só tempo prá perceber...
Às vezes segundos para acabar...
Às vezes há tanto prá se fazer...
Às vezes é tão cruel acordar...
Às vezes é solidário poder
Dividir, dar, distribuir, entregar...
Às vezes é solitário fazer...
Às vezes é necessário chorar...

27.12.02

O Mapa do Lugar

Um dia, se eu tiver merecimento,
Devo ir morar em Milton Nascimento...
Morando lá, uma vez cada semana
Eu vou passear em Herbert Vianna
Que com certeza, se eu não me engano,
Fica pertinho de onde fica Caetano...

24.12.02

Sobre o "escrever bonitinho"...
Resposta à um comentário recebido sobre meu modo de escrever...

Estive por aqui e voce escreve muito bonitinho.
Foram as sua palavras...
As primeiras que li...
Escrever bonitinho...
Imaginei:
O que seria escrever bonitinho?...
Eu só conseguiria entender como escrever bonitinho
Escrever com a alma...
Transcrever o pensamento e o pulso do coração...
Qualquer tentativa que eu fizesse de escrever a forma
E a rima
E o ritimo
Que não passasse por escrever dessa forma
Não seria escrever bonitinho.
Por isso aceitei suas palavras
E pus uma medalha no peito com orgulho:
Eu escrevo bonitinho.
Minha letra é bonitinha,
E a minha rima
Porque é do coração que elas nascem
E é lá no coração que elas crescem...
O mesmo lugar aonde nasce e cresce o amor...
Qualquer palavra minha que não venha dai,
Qualquer idéia,
Qualquer rima
Não será esse escrever bonitinho
Porque será feito a ave empalhada
De voo ralo,
Ou feito o rio de escoar confuso e lento
Insuficiente para o pensamento...
Que bom voce ter percebido
Como é bonitinho meu escrever...
Somente desse modo tentarei meu texto
Porque somente deste modo
Eu o compreenderia
Bonitinho...
Obrigado por sua visita
E seu carinho...
A Tua Nobreza
Poeminha em 3 partes para Paola Faria

I
Reserva um canto prá guardá-la, inteira:
O coração, o sonho, a poesia...
Protege-a da maldade traiçoeira...
Afaste-a sempre da má companhia...

Jamais troque-a por nada, em qualquer tempo...
Jamais a exiba com ar de superior...
Não deixe que pereça à chuva e ao vento
E nem que se desbote e perca a cor...

Como se fosse pedra preciosa,
Como se fosse a Fonte milagrosa,
Como se fosse a luz sobre a incerteza,

Trate de conservá-la com cuidado...
Trate de resguardá-la do pecado...
Trate de protege-la da maldade...

Porque se buscas a Felicidade
O teu caminho é a tua dignidade
E a tua dignidade é a tua nobreza...

16.12.02

Estava escrito no cartão...
À minha prima Bárbara Abud.

O importante é sonhar,
Não interessa em que altura

Estava escrito no cartão.
E eu completei assim:


O importante é que tu permaneças
Essa mistura
De ternura
E inquietude...
O importante é que não te percas
Da tua grande virtude:
A tua dignidade.
O importante
É que a tua verdade
E a tua razão
Nunca sufoquem Deus
No teu maravilhoso coração.
Seu primo,
Luis.
A Febre

Madrugada. Febre alta. Era a agonia.
Quarenta graus de morte e de calor.
A febre sufocava. A dor doía...
Cansaço. Desconforto. Mal. Torpor.

Febre alta. Agonia. Madrugada.
O corpo parecia se entregar.
A voz gritava, desesperada.
Tudo que a voz sabia era gritar.

Febre alta. Quarenta. Desespero.
Um desacerto. Um dano. Um exagero.
A dor agonizando a madrugada.

Às vezes também é assim a vida:
Tem dias que arde em febre descabida
Como quem traz a alma sufocada.

A febre ardendo. A alma torporosa.
Cansaço. Desconforto. Mal-estar.
Uma agonia insana e escandalosa.
A alma parecendo sufocar

Como se fosse eterna a madrugada,
Como se fosse imensa essa agonia,
Como se fosse um sol que incendiava,
Como se a noite devorasse o dia...

A alma padecendo em desconforto
Como quem se desgarra e perde o porto...
Como quem é só descontentamento...

Algum lugar há de existir, no entanto,
Que ponha fim à dor e ao desencanto
E que amenize a cor do sofrimento...



Aprendizado lento
Após escutar o CD Os Tribalistas

Já sei namorar...
Eu só não sei ainda
Prosseguir
Se a gente dá de chegar
No caminho do acabar...

12.12.02

Canalha
A uma amiga que me ofendeu sem me dizer o motivo, provavelmente vitima do mal da mentira, esse poema...

Não deverias me chamar _Canalha!!!!
Sem que eu pudesse me defender...
Fizeste da palavra a tua navalha,
Arma que mata sem conhecer...

_Canalha!!!! Sem me dar nenhum motivo...
Nenhuma forma de explicação...
Como se fosse um gesto obsessivo...
Como se fosses a dona da razão...

_Canalha!!!! Foi assim que me chamaste...
Como se eu fosse um troco, um trapo, um traste...
Foi essa a tua atitude inconsequente...

Toma cuidado. A letra descuidada
Com que tu ofendes é a mesma que te enquadra
E te condena, invariávelmente...