E o presidente, acovardado, foi dormir,
Dissimulado, não quis se pronunciar,
Voltou mais cedo pra casa, triste Jair,
Disse que ia dormir, e foi chorar...
Desligou o celular, não quis ouvir
As notícias que acabavam de chegar:
Lula venceu, você acaba de cair,
E o presidente, desorientado, foi deitar.
Mas o que é que tem um derrotazinha?
Metade de uma nação inteirinha
Está chamando você pra tentar outro lugar pra trabalhar,
Mas o presidente foi dormir, muito soninho,
E quando acordar e ver que está sozinho,
A choradeira não vai passar...
31.10.22
30 de outubro
E as coisas vão se acalmando, lentamente,
Cada coisa caminhando pro seu lugar:
Luis Inácio novamente presidente,
Jair Bolsonaro saindo de cena sem falar,
Porque a história atropela, indiferente,
Todo aquele que acha que pode negar
Seu carro alegre, cheio de gente contente,
É a roda da vida que não para de rodar,
E dessa forma, desde essa data em diante,
O futuro já não se chama mais beligerante,
Nem negacionista, nem homofobia,
Estamos de volta aos trilhos novamente,
Agora precisamos em paz seguir pra frente,
Porque hoje é o amanhã do lindo dia...
29.10.22
Esperança
Foi esperança esse tempo inteiro,
Nenhuma certeza de conseguir chegar,
Foi só o coração, como o de um estrangeiro,
Buscando forças para navegar,
Foi esperança, como um marinheiro,
Que não tem medo de enfrentar o mar,
O coração, sempre verdadeiro,
Foi esperança, do verbo esperançar
E a esperança foi sempre esse alimento
Desse tempo tão barulhento
Que a gente não sabe ao certo onde vai dar,
E ainda assim a esperança segue viva,
Como uma força definitiva
Que insiste em nos renovar...
24.10.22
Não passarão
Não passarão o medo, a intolerância,
A homofobia, a discriminação,
A agressividade deslavada, a ignorância,
Os novos bárbaros não passarão,
A fome, o caos, o atraso, a prepotência,
O negacionismo, a radicalização,
O retrocesso, a beligerância,
A volta do regime de opressão,
Não passarão, porque não há de haver espaço
Para o pais continuar nesse descompasso,
A treva bruta precisa dissipar,
Não passarão, ao nascer do novo dia,
As pedras no meio do caminho da poesia,
Porque há um povo feliz que quer passar...
17.10.22
No dia em que eu me for
Pra mim bastava alguma poesia,
Alguns amigos, uma oração,
Uns recordando coisas que eu dizia,
Algumas rimas de recordação,
Não muito mais do que isso nesse dia,
Uma despedida sem ostentação,
Partir em paz, era só o que eu queria,
Levando paz no meu coração,
E a música que cada um sentisse
Enquanto em silêncio eu me despedisse,
Que fosse uma melodia interior
Feita de aceitação e de saudade,
Era só isso que eu queria de verdade
No dia em que eu me for...
14.10.22
O livro novo de poesia da Ana
Para Ana Claudia Quintana Arantes
Um livro novo de poesia da Ana,
Um livro novo de poesia pra alegrar
O dia inteiro, o fim de semana,
O ano todo, o tempo que durar,
Um livro novo de poesia sobre-humana,
Palavra escrita pra nos inspirar,
Um livro novo de poesia da Ana,
Porque a moça da poesia quer falar,
E quando a moça da poesia fala,
A gente se senta no cantinho da sala
E faz silêncio só pra escutar
A poesia, o livro novo, a letra,
O voo livre dessa borboleta
Que vive por aí a se espalhar...
2.10.22
Dois de outubro
Foi tempo demais, porém chegou o dia,
E a gente sabia que esse dia ia chegar,
Depois de um tempo de horror e grosseria,
Chegou o dia bom pra esperançar.
Bom pra plantar sementes de alegria
Que as sombras fizeram questão de desplantar,
Deixando nossa alma mais triste e mais vazia,
Como se de tristeza fossemos nos acabar
Mas nada é permanente. E de repente,
Porque nessa vida nada é permanente,
A gente tem finalmente a chance de mudar,
E mandar de volta pro pântano o inominado,
De uma forma que ele nunca mais seja lembrado,
E nunca mais nos de motivos pra chorar...
E a gente sabia que esse dia ia chegar,
Depois de um tempo de horror e grosseria,
Chegou o dia bom pra esperançar.
Bom pra plantar sementes de alegria
Que as sombras fizeram questão de desplantar,
Deixando nossa alma mais triste e mais vazia,
Como se de tristeza fossemos nos acabar
Mas nada é permanente. E de repente,
Porque nessa vida nada é permanente,
A gente tem finalmente a chance de mudar,
E mandar de volta pro pântano o inominado,
De uma forma que ele nunca mais seja lembrado,
E nunca mais nos de motivos pra chorar...
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