Assistiu em silêncio o arruinamento
Daqueles a quem chamou de suditos, a tirana,
Viveu sem culpa e sem arrependimento,
Por quase um século, sempre soberana,
Viu dor e morte em seu reinado sangrento,
Enriqueceu às custas da miséria humana,
Trocou a família por um trono modorrento
Onde não há lugar para quem ama,
Até que um dia morreu e tornou-se venerada,
Teve a chance de fazer tanto e não fez nada
Além de cumprir o regulamento...
Que história triste, que legado sombrio,
Um reinado tão longo e tão vazio,
Construido à base de tanto sofrimento
11.9.22
8.9.22
Poeminha cheio de otimismo
Para Paulo Feijó
Quando tudo parece complicado,
E sobretudo o céu parece desabar,
E surge daí um nó tão apertado
Que pouca gente sabe desatar,
É nessa hora de tudo tão pesado,
É justamente aí nesse lugar,
Que a vida que seguia um rumo errado,
Começa finalmente a se acertar,
E então os dados clínicos e as ressonâncias,
E as coronárias, só por implicância,
Retomam seu caminho original.
Milagre! Dirão os idiotas da objetividade,
Mas no fundo, no fundo, a gente sabe
Que Deus não faz todo dia tudo igual.
7.9.22
O imbrochavel
O que se autodenomina o imbrochavel,
O que não se percebe um desprezível,
Um imbrochavel, mas um insuportável,
E bem que podia se tornar um inelegível,
Porque um imbrochavel intragável,
Não perde uma oportunidade pra baixar o nível,
Um imbrochavel totalmente descartável,
Um lixo absolutamente previsível,
Um imbrochavel e seus apoiadores,
Um imbrochavel e seus adoradores,
Levando o país a andar pra trás,
Um imbrochavel até chegar o dia
Do imbrochavel tomar umbanho de água fria
Pra depois desse dia nunca mais...
O que não se percebe um desprezível,
Um imbrochavel, mas um insuportável,
E bem que podia se tornar um inelegível,
Porque um imbrochavel intragável,
Não perde uma oportunidade pra baixar o nível,
Um imbrochavel totalmente descartável,
Um lixo absolutamente previsível,
Um imbrochavel e seus apoiadores,
Um imbrochavel e seus adoradores,
Levando o país a andar pra trás,
Um imbrochavel até chegar o dia
Do imbrochavel tomar umbanho de água fria
Pra depois desse dia nunca mais...
5.9.22
Para Flávio e Luís
O tempo passa. A idade avança.
A idade passa. O afeto não.
Tem sido assim desde os tempos de criança:
O tempo não passa para o coração.
E no entanto o calendário não descansa,
Insiste anualmente em sua repetição,
A gente finge que não dá importância,
Mas o importante é não perder a direção.
Então, ao perceber o tempo passando,
E esse afeto permanecendo,
Nada mais justo que comemorar:
Feliz aniversário! E vamos brindando,
Porque parece que estamos crescendo,
Mas estamos mesmo é aprendendo a nos respeitar.
Em 05 e 06 de setembro de 2022
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