As vezes a palavra é como o lastro
Dificultando o vôo do balão,
É como usar um alfabeto gasto
Pra definir o que vai no coração,
O coração, esse horizonte vasto,
Por mais que a palavra lhe tente tradução,
É como um navio que perde o mastro
E busca se manter na direção.
Então a palavra, insuficiente,
Traduz bem o coração tão raramente
Que às vezes o faz melhor quando se cala,
E o silêncio, mais que a verborragia,
Transforma estupidez em poesia
Sem precisar da palavra torta e rala.