Pedaço da minha vida que eu não conheço,
E faço de conta que nunca vou conhecer,
Pedaço que começou lá no começo,
O que toda gente chama de nascer,
Pedaço sem rota, sem data, sem endereço,
Como uma palavra que a gente evita escrever,
É vida, escrita pelo lado avesso,
Como o dia esperando o amanhecer,
Uma palavra, não outra, definitiva,
Talvez de todas elas a mais viva,
A mais presente em nós pela vida inteira,
Morte, mas não precisa chama-la assim,
Porque embora aparentemente seja o fim,
Segue vivendo à sua própria maneira...