No verso de um bloco de receituário
Escrevo palavras por pura distração.
Vou costurando-as, como um operário,
Com outras palavras que escapam da minha mão,
E chegam, quem sabe de qual imaginário,
E caem no papel, não sei com que intenção,
Palavras comuns, de uso mais que diário,
No verso de um bloco à sua disposição...
Palavras, como chuva, repentinas,
Que, através de sinapses bioquimicas,
Descem da idéia e chegam até o soneto,
Onde, após se assentarem, se conhecem,
E se tocam, e se guardam, e adormecem
Como se descansassem no seu leito...
Escrevo palavras por pura distração.
Vou costurando-as, como um operário,
Com outras palavras que escapam da minha mão,
E chegam, quem sabe de qual imaginário,
E caem no papel, não sei com que intenção,
Palavras comuns, de uso mais que diário,
No verso de um bloco à sua disposição...
Palavras, como chuva, repentinas,
Que, através de sinapses bioquimicas,
Descem da idéia e chegam até o soneto,
Onde, após se assentarem, se conhecem,
E se tocam, e se guardam, e adormecem
Como se descansassem no seu leito...