50 anos
06/09/1959 - 06/09/2009
Abro a janela. Observo a paisagem.
É o futuro aparentemente a se mostrar.
Abro a janela como quem segue própria viagem.
Abro a janela. O futuro a respirar.
Da janela o futuro diz sua imagem
E chega como um trem sempre a chegar.
O futuro, como uma grande tecelagem.
Da janela, o futuro a me olhar...
E como um indagador insaciável
Pergunto a esse futuro imponderável:
_Qual é o tempo ainda que me cabe?
E o futuro, inteiro e silencioso,
Responde-me, num sopro cuidadoso:
_Quem é que sabe? E outra vez: _Quem é que sabe?