Desejo
Que nosso próximo 2000 seja bem 10,
Que a gente continue tentando ser feliz,
Que para a caminhada não nos faltem os pés,
Que não nos desestimulem os imbecis,
Que representemos bem nossos papéis,
Que duvidemos menos do que o próximo diz,
Que não nos canse nadar contra as marés,
Que a nossa prontidão venha com bis...
Que o nosso próximo 2000 seja alimento,
Preparação, substancia, refazimento,
Que a gente vá resistindo e vá tentando,
Verdadeiro como é uma criança quando ora,
Feliz como é possível ser aqui e agora,
Inominado, como é uma mãe amamentando...
31.12.09
15.12.09
O Amor
Para Helder e Silvana em seus 25 anos de casado
Que seja de longe a palavra mais vivida,
A mais falada, cantada e declamada,
E porque mais falada, a mais sentida,
E porque mais sentida, a mais usada.
Que seja a palavra mais permitida,
Que nunca seja a palavra protelada,
Como fonte de luz, a mais bebida,
Como fonte da vida, a mais sonhada,
Que não se perca nunca distraida,
Que não se encontre nunca dividida,
Que não se esqueça nunca abandonada,
Que seja sempre e para toda a vida
Redesenhada, fortalecida,
A presença de Deus multiplicada...
Que dure para além da eternidade,
Que viva muito mais que a vida inteira,
Que não se contenha, como é a calamidade,
Que não se limite, como é a cachoeira,
E que transforme com facilidade
A vida comezinha e corriqueira
Como um poema descreve a eternidade,
Como um falcão sobrevoa a cordilheira...
Que esteja acima da felicidade,
Que não se curve ante a dificuldade,
Que não se renda às horas mais vazias,
Que seja para sempre então lembrada
Como era um dia quando foi provocada,
Doce como era nos primeiros dias...
Para Helder e Silvana em seus 25 anos de casado
Que seja de longe a palavra mais vivida,
A mais falada, cantada e declamada,
E porque mais falada, a mais sentida,
E porque mais sentida, a mais usada.
Que seja a palavra mais permitida,
Que nunca seja a palavra protelada,
Como fonte de luz, a mais bebida,
Como fonte da vida, a mais sonhada,
Que não se perca nunca distraida,
Que não se encontre nunca dividida,
Que não se esqueça nunca abandonada,
Que seja sempre e para toda a vida
Redesenhada, fortalecida,
A presença de Deus multiplicada...
Que dure para além da eternidade,
Que viva muito mais que a vida inteira,
Que não se contenha, como é a calamidade,
Que não se limite, como é a cachoeira,
E que transforme com facilidade
A vida comezinha e corriqueira
Como um poema descreve a eternidade,
Como um falcão sobrevoa a cordilheira...
Que esteja acima da felicidade,
Que não se curve ante a dificuldade,
Que não se renda às horas mais vazias,
Que seja para sempre então lembrada
Como era um dia quando foi provocada,
Doce como era nos primeiros dias...
11.12.09
Mais da lágrima
Não tome a lágrima por coisa corriqueira,
Patética talvez, sem significancia,
Jamais a trate de qualquer maneira
Como coisinha assim, sem importancia.
Não caia, entretanto, dela, prisioneira,
Julgada e condenada em ultima instancia,
Não sofra dela a dor mais derradeira,
A que provoca a mágoa e atiça a ansia...
Aprenda dela as oportunidades
Como quem olha as próprias qualidades,
Como quem cava as portas de saida...
A lágrima assim, como reengenharia,
Acesso, senha, passe, vale, guia,
Caligrafia para a própria vida...
Não tome a lágrima por coisa corriqueira,
Patética talvez, sem significancia,
Jamais a trate de qualquer maneira
Como coisinha assim, sem importancia.
Não caia, entretanto, dela, prisioneira,
Julgada e condenada em ultima instancia,
Não sofra dela a dor mais derradeira,
A que provoca a mágoa e atiça a ansia...
Aprenda dela as oportunidades
Como quem olha as próprias qualidades,
Como quem cava as portas de saida...
A lágrima assim, como reengenharia,
Acesso, senha, passe, vale, guia,
Caligrafia para a própria vida...
1.12.09
A lágrima
Cuida da sua lágrima com carinho...
Nunca trate-a como coisa sem valor...
Seja simpática... Trate-a com jeitinho...
Aproxime-se dela se preciso for...
Converse com ela pelo caminho
Sobre sua insatisfação, sobre sua dor,
Sobre as vezes em que seu coração sofreu sozinho,
Sobre as vezes em que ele caiu por tanto amor...
Não a despreze, nunca a recrimine,
Cuidar da própria lágrima não é crime,
É aprender a própria evolução...
A lágrima de dor, se bem cuidada
É como um bálsamo para a alma cansada,
É como um alívio para o coração...
Cuida da sua lágrima com carinho...
Nunca trate-a como coisa sem valor...
Seja simpática... Trate-a com jeitinho...
Aproxime-se dela se preciso for...
Converse com ela pelo caminho
Sobre sua insatisfação, sobre sua dor,
Sobre as vezes em que seu coração sofreu sozinho,
Sobre as vezes em que ele caiu por tanto amor...
Não a despreze, nunca a recrimine,
Cuidar da própria lágrima não é crime,
É aprender a própria evolução...
A lágrima de dor, se bem cuidada
É como um bálsamo para a alma cansada,
É como um alívio para o coração...
4.11.09
Cantoria II
Escrevo por um instante... Quase um cantico...
E a minha vida, nesse cantico, se completa...
Nem bem alegre nem triste nem romantico...
Quase uma senha secreta...
As vezes como um arqueólogo semantico,
As vezes igual, como uma linha reta...
As vezes básico demais, as vezes tantrico,
As vezes prosador, as vezes poeta...
E no instante em que escrevo, silencioso,
Esse silencio se assume poderoso
E desarruma meu coração.
E desse coração desarrumado
Vejo nascer o poema alinhavado
E não consigo encontrar explicação...
Escrevo por um instante... Quase um cantico...
E a minha vida, nesse cantico, se completa...
Nem bem alegre nem triste nem romantico...
Quase uma senha secreta...
As vezes como um arqueólogo semantico,
As vezes igual, como uma linha reta...
As vezes básico demais, as vezes tantrico,
As vezes prosador, as vezes poeta...
E no instante em que escrevo, silencioso,
Esse silencio se assume poderoso
E desarruma meu coração.
E desse coração desarrumado
Vejo nascer o poema alinhavado
E não consigo encontrar explicação...
3.11.09
Cantoria
Eu canto porque o instante silencia
E a minha vida nessa hora se incomoda...
Não sou alegre nem sou triste, todavia
Eu canto sambas de roda...
Eu canto porque o instante, como um guia,
Me pede pra cantar, e não me poda...
Faço da musica agradável companhia,
Da voz, minha orquestra de cordas...
Eu canto: Chico, Zeca Pagodinho,
Misturo Bach com uns sambas de Paulinho
E assim a musica livre se completa...
Meu reino por uma cantoria, é o que eu diria...
Meu reino por uma cantoria,
Batuca meu coração de poeta...
Eu canto porque o instante silencia
E a minha vida nessa hora se incomoda...
Não sou alegre nem sou triste, todavia
Eu canto sambas de roda...
Eu canto porque o instante, como um guia,
Me pede pra cantar, e não me poda...
Faço da musica agradável companhia,
Da voz, minha orquestra de cordas...
Eu canto: Chico, Zeca Pagodinho,
Misturo Bach com uns sambas de Paulinho
E assim a musica livre se completa...
Meu reino por uma cantoria, é o que eu diria...
Meu reino por uma cantoria,
Batuca meu coração de poeta...
20.10.09
A corredeira
Dize-me com que versos tu caminhas
E eu te direi o poeta que tu és...
A forma como tu rimas tuas linhas,
Os versos com que tu desenhas teus papéis...
Como tu tratas as coisas comezinhas,
De que maneira tu contas de um a dez,
Com que argumentos tu agradas as Rainhas,
Com que argumentos tu agradas as ralés...
Dize-me com que versos poemeias,
Espalhando poemas a mancheias
Como quem trama a revolução
E eu te direi o poeta em que te tornas
Cada vez que em palavras tu transformas
A corredeira de teu coração...
Dize-me com que versos tu caminhas
E eu te direi o poeta que tu és...
A forma como tu rimas tuas linhas,
Os versos com que tu desenhas teus papéis...
Como tu tratas as coisas comezinhas,
De que maneira tu contas de um a dez,
Com que argumentos tu agradas as Rainhas,
Com que argumentos tu agradas as ralés...
Dize-me com que versos poemeias,
Espalhando poemas a mancheias
Como quem trama a revolução
E eu te direi o poeta em que te tornas
Cada vez que em palavras tu transformas
A corredeira de teu coração...
18.10.09
18 de outubro
(Dia do Médico)
Gastrenterite aguda, pneumonia,
Abcesso, febre, vomitos, convulsão...
Palavras doentes por companhia,
Palavras pálidas por intima opção...
E desde o inicio quem arriscaria
De cada uma delas a significação?
Ptose, penfigo, hidrocefalia,
Apnéia, linfoma, decorticação...
Palavras doloridas e diárias,
Muitas vezes cruéis, como a urticária,
Outras tantas, gentis, como a amamentação...
Palavras que desenham seu caminho...
Quem dera escritas com o branco de seu linho...
Quem dera guardassem todas solução...
(Dia do Médico)
Gastrenterite aguda, pneumonia,
Abcesso, febre, vomitos, convulsão...
Palavras doentes por companhia,
Palavras pálidas por intima opção...
E desde o inicio quem arriscaria
De cada uma delas a significação?
Ptose, penfigo, hidrocefalia,
Apnéia, linfoma, decorticação...
Palavras doloridas e diárias,
Muitas vezes cruéis, como a urticária,
Outras tantas, gentis, como a amamentação...
Palavras que desenham seu caminho...
Quem dera escritas com o branco de seu linho...
Quem dera guardassem todas solução...
16.10.09
15.10.09
A companhia
Dize-me com quem andas
E eu te direi um versinhoo:
Quem anda muito se perde,
As vezes, devagarinho...
Dize-me então com quem andas
E eu te contarei baixinho
O que aprendi com um verso de Drummond:
Tinha uma pedra no meio do caminho...
Então? Com quem é que andas?
Com quem vais por estas bandas?
Com quem divides teus pés?
Dize-me, e então de presente,
Eu saberei imediatamente
Por com quem andas, quem és...
Dize-me com quem andas
E eu te direi um versinhoo:
Quem anda muito se perde,
As vezes, devagarinho...
Dize-me então com quem andas
E eu te contarei baixinho
O que aprendi com um verso de Drummond:
Tinha uma pedra no meio do caminho...
Então? Com quem é que andas?
Com quem vais por estas bandas?
Com quem divides teus pés?
Dize-me, e então de presente,
Eu saberei imediatamente
Por com quem andas, quem és...
A Cidade dos Anjos
(Para Roberta Profice)
Nunca chove na Cidade dos Anjos...
Na Cidade dos Anjos o vento nunca assusta...
Não há temporais, relampagos, trovoadas...
Nem raios além dos de um dia de sol...
Nunca chove lá como chove a chuva
Que alaga em poças
Nosso coração...
A Cidade dos Anjos traz suas praças
E calçadas
Trabalhadas com flores e borboletas
Além daqueles pequenos insetos multicoloridos
Da National Geograpihic
Cujo nome não sei dizer de cor...
Repleta de delicadezas,
A Cidade dos Anjos é um bordado
De sorrisos
Alinhavado
Com as malhas do coração gentil
De suas gentes...
Um dia,
Se eu tiver merecimento,
Quero pedir a Deus
Para visitar
A Cidade dos Anjos,
Onde moram os avós,
Os bisavós
E os velhinhos de nossa existencia...
Vou colher uma foto,
E depois de revelar
Colocarei ela num porta retratos
Ao lado da cabeceira da minha cama tosca
No meu quarto quase sem janelas
Onde venta lá fora
E chove as vezes,
E relampeja,
E trovoa...
E cada vez que eu olhar
Aquela foto colhida,
Eu me lembrarei
Do dia
Em que por bondade de Deus
Eu vi a Cidade dos Anjos
E por algum instante,
Entre Anjos,
Fui feliz...
(Para Roberta Profice)
Nunca chove na Cidade dos Anjos...
Na Cidade dos Anjos o vento nunca assusta...
Não há temporais, relampagos, trovoadas...
Nem raios além dos de um dia de sol...
Nunca chove lá como chove a chuva
Que alaga em poças
Nosso coração...
A Cidade dos Anjos traz suas praças
E calçadas
Trabalhadas com flores e borboletas
Além daqueles pequenos insetos multicoloridos
Da National Geograpihic
Cujo nome não sei dizer de cor...
Repleta de delicadezas,
A Cidade dos Anjos é um bordado
De sorrisos
Alinhavado
Com as malhas do coração gentil
De suas gentes...
Um dia,
Se eu tiver merecimento,
Quero pedir a Deus
Para visitar
A Cidade dos Anjos,
Onde moram os avós,
Os bisavós
E os velhinhos de nossa existencia...
Vou colher uma foto,
E depois de revelar
Colocarei ela num porta retratos
Ao lado da cabeceira da minha cama tosca
No meu quarto quase sem janelas
Onde venta lá fora
E chove as vezes,
E relampeja,
E trovoa...
E cada vez que eu olhar
Aquela foto colhida,
Eu me lembrarei
Do dia
Em que por bondade de Deus
Eu vi a Cidade dos Anjos
E por algum instante,
Entre Anjos,
Fui feliz...
6.9.09
50 anos
06/09/1959 - 06/09/2009
Abro a janela. Observo a paisagem.
É o futuro aparentemente a se mostrar.
Abro a janela como quem segue própria viagem.
Abro a janela. O futuro a respirar.
Da janela o futuro diz sua imagem
E chega como um trem sempre a chegar.
O futuro, como uma grande tecelagem.
Da janela, o futuro a me olhar...
E como um indagador insaciável
Pergunto a esse futuro imponderável:
_Qual é o tempo ainda que me cabe?
E o futuro, inteiro e silencioso,
Responde-me, num sopro cuidadoso:
_Quem é que sabe? E outra vez: _Quem é que sabe?
06/09/1959 - 06/09/2009
Abro a janela. Observo a paisagem.
É o futuro aparentemente a se mostrar.
Abro a janela como quem segue própria viagem.
Abro a janela. O futuro a respirar.
Da janela o futuro diz sua imagem
E chega como um trem sempre a chegar.
O futuro, como uma grande tecelagem.
Da janela, o futuro a me olhar...
E como um indagador insaciável
Pergunto a esse futuro imponderável:
_Qual é o tempo ainda que me cabe?
E o futuro, inteiro e silencioso,
Responde-me, num sopro cuidadoso:
_Quem é que sabe? E outra vez: _Quem é que sabe?
25.8.09
Arrastre al pecho...
A pele pronta: cor, temperatura,
O cheiro, como o arquiteto da procura,
Os movimentos bem direcionados...
O olhar atento, a lingua canolada,
Exteriorizda, preparada,
O instinto dispensando aprendizados...
Ávido e lucido, o recem-nascido
Como se usasse um sexto sentido
Movimenta lentamente as mãos, o rosto,
E segue silencioso nessa entrega:
A entrega da busca a desaguar na pega
Do seio sob a gota de colostro...
13.7.09
A dificuldade
A dificuldade é ter de explicar coisas tão basicas
Como se fossem códigos secretos...
Comportamentos comuns, coisinhas simples
Tratados como confusos dialetos...
Atitudes diárias tratadas com suspeita,
E sentimentos bons como dejetos...
A culpa aprisionando os pensamentos,
O estigma culpando os bons e os maus projetos...
Essa pra mim é a maior dificuldade...
Ter de provar mais que sinceridade...
Ter de provar inocencia...
Ver posta à prova sua vida, sua verdade,
Ver desprezada a sua capacidade
E abandonada a sua coerencia...
A dificuldade é ter de explicar coisas tão basicas
Como se fossem códigos secretos...
Comportamentos comuns, coisinhas simples
Tratados como confusos dialetos...
Atitudes diárias tratadas com suspeita,
E sentimentos bons como dejetos...
A culpa aprisionando os pensamentos,
O estigma culpando os bons e os maus projetos...
Essa pra mim é a maior dificuldade...
Ter de provar mais que sinceridade...
Ter de provar inocencia...
Ver posta à prova sua vida, sua verdade,
Ver desprezada a sua capacidade
E abandonada a sua coerencia...
27.6.09
17.6.09
O eremita
Prefere a clausura, nunca a complacencia,
Despreza a convivencia, abraçando a clausura,
Abandona o suave sabor da convivencia,
Adota a vida estéril, alheia e pura...
E ao preferir a reclusa como essencia,
Evita contatos, jamais se mistura,
Cultiva a intolerancia e a prepotencia,
E o isolamento como um icone de cultura...
Isola-se do mundo tanto e tanto,
Que é quase como um Deus, que é como um santo
Distante do outro mundo, o dos pecados...
Enclausurado, o eremita vive assim:
Ilha cercada de um entorno fraco e ruim,
Um Buda entre um bando de pobres coitados...
Prefere a clausura, nunca a complacencia,
Despreza a convivencia, abraçando a clausura,
Abandona o suave sabor da convivencia,
Adota a vida estéril, alheia e pura...
E ao preferir a reclusa como essencia,
Evita contatos, jamais se mistura,
Cultiva a intolerancia e a prepotencia,
E o isolamento como um icone de cultura...
Isola-se do mundo tanto e tanto,
Que é quase como um Deus, que é como um santo
Distante do outro mundo, o dos pecados...
Enclausurado, o eremita vive assim:
Ilha cercada de um entorno fraco e ruim,
Um Buda entre um bando de pobres coitados...
31.5.09
16.5.09
Os olhos de Erika
(à minha amiga Erika Márcia)
Erika Márcia e seus olhos fatais,
Desconcertantes, avassaladores,
Fontes de luz, córregos de paz,
Uma tsunami, um chamariz de amores...
Os olhos de Erika Márcia... Prá que mais?
Já estão lá neles todos os sabores,
Toda delicadeza e todo gás,
Todos os poemas, todos os louvores...
Olhar para esse olhar desconcertante
É como o gole de um vinho rascante:
Arranha ao mesmo tempo que inebria...
Sou seu fiel seguiidor, olhar de imã
Que atrai, desperta, desconcerta e anima
Meu coração e meu risco de poesia...
(à minha amiga Erika Márcia)
Erika Márcia e seus olhos fatais,
Desconcertantes, avassaladores,
Fontes de luz, córregos de paz,
Uma tsunami, um chamariz de amores...
Os olhos de Erika Márcia... Prá que mais?
Já estão lá neles todos os sabores,
Toda delicadeza e todo gás,
Todos os poemas, todos os louvores...
Olhar para esse olhar desconcertante
É como o gole de um vinho rascante:
Arranha ao mesmo tempo que inebria...
Sou seu fiel seguiidor, olhar de imã
Que atrai, desperta, desconcerta e anima
Meu coração e meu risco de poesia...
13.5.09
Ponha o seu coração na sua vida
(à minha amiga Roseleni)
Ponha o seu coração na sua vida,
Fazendo a sua vida renascer...
Sem ele a vida é um beco sem saida...
É o coração, ele só, que a faz viver...
Tome pois isso como coisa decidida.
Não deixe sua decisão esmorecer...
O coração faz a vida mais vivida...
O coração faz a vida acontecer...
Por isso não perca tempo e se decida,
Ponha o seu coração na sua vida
E desde ai faça por merecer
Toda paz, toda beleza escondida,
E toda delicadeza conhecida,
E a que ao homem ainda não é dado conhecer...
(à minha amiga Roseleni)
Ponha o seu coração na sua vida,
Fazendo a sua vida renascer...
Sem ele a vida é um beco sem saida...
É o coração, ele só, que a faz viver...
Tome pois isso como coisa decidida.
Não deixe sua decisão esmorecer...
O coração faz a vida mais vivida...
O coração faz a vida acontecer...
Por isso não perca tempo e se decida,
Ponha o seu coração na sua vida
E desde ai faça por merecer
Toda paz, toda beleza escondida,
E toda delicadeza conhecida,
E a que ao homem ainda não é dado conhecer...
11.5.09
8.5.09
Improviso para minha irmã
Minha irmã não tem nome,
Tem poesia
Nem voz tem minha irmã,
Tem rimas ricas,
A sua alma nunca está vazia...
Tem frutas doces
Mesmo quando citricas...
Minha irmã não tem rosto
Tem sonetos,
E redondilhas,
E versos livres...
E brilho tem a minha irmã querida
Capaz de impressionar
Hábeis ourives...
Não tem familia,
Filhos,
Marido,
Tem beneficiários
Dos dons seus...
Nem é daqui minha irmã.
Ela é um Anjo
Daqueles que são
Próximos de Deus...
E eu daqui
Observando tudo
Tentando a inutil
Definição
Não percebi
Que a alma pobre
E fraca
Não sabe definir
O coração...
Então,
Sem defini-la,
E extasiado,
Tento um poema
Para minha irmã
Nessa manhã gentil de sexta feira,
Porque ela torna gentil
Essa manhã...
Minha irmã não tem nome,
Tem poesia
Nem voz tem minha irmã,
Tem rimas ricas,
A sua alma nunca está vazia...
Tem frutas doces
Mesmo quando citricas...
Minha irmã não tem rosto
Tem sonetos,
E redondilhas,
E versos livres...
E brilho tem a minha irmã querida
Capaz de impressionar
Hábeis ourives...
Não tem familia,
Filhos,
Marido,
Tem beneficiários
Dos dons seus...
Nem é daqui minha irmã.
Ela é um Anjo
Daqueles que são
Próximos de Deus...
E eu daqui
Observando tudo
Tentando a inutil
Definição
Não percebi
Que a alma pobre
E fraca
Não sabe definir
O coração...
Então,
Sem defini-la,
E extasiado,
Tento um poema
Para minha irmã
Nessa manhã gentil de sexta feira,
Porque ela torna gentil
Essa manhã...
7.5.09
ABCdário materno
(de acordo com a ortografia dos Anjos)
Amar seu filho acima de tudo.
Brigar por esse amor com todas as forças do mundo.
Crescer como um gigante nos tempos de dificuldade.
Diminuir-se às vezes, como se não fosse um gigante.
Esperar a cada dia por dias melhores.
Falar usando a voz do coração.
Garantir a existencia do amanhã para a Humanidade inteira.
Habituar-se à entrega diária e sem cobranças.
Impor-se através da força invisivel do amor.
Jamais desistir.
Lamber a cria mil vezes por dia.
Mostrar-se sempre disponivel.
"Nada a temer senão o correr da luta"
Olhar com jeito de quem compreende até o incompreensivel.
Parar de viver a própria vida para viver a vida de seu filho.
Quem se atreve a julgar-se ser maior que uma Mãe?
Registrar cada dia em seu coração.
Saber sem precisar perguntar.
Ter sem precisar possuir.
Unica e para sempre.
Ver sem precisar enxergar.
Xodó de mãe não tem preço.
Zelar com amor e carinho pelo bem do seu filho.
(de acordo com a ortografia dos Anjos)
Amar seu filho acima de tudo.
Brigar por esse amor com todas as forças do mundo.
Crescer como um gigante nos tempos de dificuldade.
Diminuir-se às vezes, como se não fosse um gigante.
Esperar a cada dia por dias melhores.
Falar usando a voz do coração.
Garantir a existencia do amanhã para a Humanidade inteira.
Habituar-se à entrega diária e sem cobranças.
Impor-se através da força invisivel do amor.
Jamais desistir.
Lamber a cria mil vezes por dia.
Mostrar-se sempre disponivel.
"Nada a temer senão o correr da luta"
Olhar com jeito de quem compreende até o incompreensivel.
Parar de viver a própria vida para viver a vida de seu filho.
Quem se atreve a julgar-se ser maior que uma Mãe?
Registrar cada dia em seu coração.
Saber sem precisar perguntar.
Ter sem precisar possuir.
Unica e para sempre.
Ver sem precisar enxergar.
Xodó de mãe não tem preço.
Zelar com amor e carinho pelo bem do seu filho.
21.4.09
Procuração (O verso brasileiro)
Nomeio para meu representante
O verso brasileiro, residente
Da rima, comportada ou dissonante,
Que torna o poema mais coerente...
Nomeio o verso, de hoje em diante,
E que esse titulo dure eternamente,
O verso, meu fiel acompanhante,
O verso bom, meu Principe Regente...
A ele entrego, em paz e confiante,
O meu destino deselegante
E todos os meus dias pela frente...
O verso, meu parceiro mais constante,
O verso brasileiro, doravante
O meu representante. Eu presente...
Nomeio para meu representante
O verso brasileiro, residente
Da rima, comportada ou dissonante,
Que torna o poema mais coerente...
Nomeio o verso, de hoje em diante,
E que esse titulo dure eternamente,
O verso, meu fiel acompanhante,
O verso bom, meu Principe Regente...
A ele entrego, em paz e confiante,
O meu destino deselegante
E todos os meus dias pela frente...
O verso, meu parceiro mais constante,
O verso brasileiro, doravante
O meu representante. Eu presente...
Procuração (A rima)
Procura-se rima de boa casta,
De letra nobre, de sentido são,
De texto fácil, de significação vasta,
De conteudo sem nenhuma exatidão,
Procura-se rima inédita, ainda que gasta,
Que possua força e qualificação,
Que seja como um boato que se alastra,
E ao mesmo tempo contida como um grão,
Procura-se rima bem apessoada,
Que seja comedida e comportada,
E faça a descompostura valer à pena...
Procura-se rima livre e disponível,
Que trate o inacreditável como crível,
E saiba dissolver-se no poema...
Procura-se rima de boa casta,
De letra nobre, de sentido são,
De texto fácil, de significação vasta,
De conteudo sem nenhuma exatidão,
Procura-se rima inédita, ainda que gasta,
Que possua força e qualificação,
Que seja como um boato que se alastra,
E ao mesmo tempo contida como um grão,
Procura-se rima bem apessoada,
Que seja comedida e comportada,
E faça a descompostura valer à pena...
Procura-se rima livre e disponível,
Que trate o inacreditável como crível,
E saiba dissolver-se no poema...
20.4.09
11.4.09
O coração II
O coração, espirito guardado,
Grande demais para ser seduzido,
Forte demais para ser desencorajado,
Extremamente audacioso para ser seguido,
Irriquieto demais para ser filmado,
Sagaz demais para ser distraido,
Extremamente incomum para ser fotografado,
Extremamente incomum pra ser servido,
Inédito, ágil, unico, escancarado,
Benéfico, espalhado, bem instruido,
Às vezes como um objeto não identificado,
Às vezes como um lugar não permitido,
O coração, cancela sem cadeado,
Tentar cercea-lo é causa sem sentido,
É livre o coração, mesmo trancado,
É fluido universal, mesmo contido,
Às vezes como um trem descarrilhado,
Às vezes suave, como um gemido,
Às vezes ruidoso como um brado,
Às vezes não como a flecha de um cupido,
O coração, cantado e decantado,
O coração, a quem tudo é permitido...
O coração, espirito guardado,
Grande demais para ser seduzido,
Forte demais para ser desencorajado,
Extremamente audacioso para ser seguido,
Irriquieto demais para ser filmado,
Sagaz demais para ser distraido,
Extremamente incomum para ser fotografado,
Extremamente incomum pra ser servido,
Inédito, ágil, unico, escancarado,
Benéfico, espalhado, bem instruido,
Às vezes como um objeto não identificado,
Às vezes como um lugar não permitido,
O coração, cancela sem cadeado,
Tentar cercea-lo é causa sem sentido,
É livre o coração, mesmo trancado,
É fluido universal, mesmo contido,
Às vezes como um trem descarrilhado,
Às vezes suave, como um gemido,
Às vezes ruidoso como um brado,
Às vezes não como a flecha de um cupido,
O coração, cantado e decantado,
O coração, a quem tudo é permitido...
9.4.09
O coração
O coração, espírito incontido,
Grande demais para ser formatado,
Ou, muitas vezes, para ser compreendido,
E muitas outras para poder ser explicado,
Por isso, alto demais para ser medido,
Complexo demais para ser domesticado,
Imenso o coração para ser todo lido,
Quase sem fim para ser inteiro decorado,
Etéreo demais para ser tolido,
Ou para ser, o coração, desativado,
Convicto demais para ser banido,
Coerente demais para ser barrado,
Barulhento demais para ser esquecido,
Inalcançavel demais para ser arrastado,
Vivo demais para ser desaprendido,
Veloz demais para ser desacelerado,
Enorme para ser todo destruido,
Ou para ser, por conta disso, controlado,
O coração. Como um poema vivo...
Como um poema, o coração, alado...
O coração, espírito incontido,
Grande demais para ser formatado,
Ou, muitas vezes, para ser compreendido,
E muitas outras para poder ser explicado,
Por isso, alto demais para ser medido,
Complexo demais para ser domesticado,
Imenso o coração para ser todo lido,
Quase sem fim para ser inteiro decorado,
Etéreo demais para ser tolido,
Ou para ser, o coração, desativado,
Convicto demais para ser banido,
Coerente demais para ser barrado,
Barulhento demais para ser esquecido,
Inalcançavel demais para ser arrastado,
Vivo demais para ser desaprendido,
Veloz demais para ser desacelerado,
Enorme para ser todo destruido,
Ou para ser, por conta disso, controlado,
O coração. Como um poema vivo...
Como um poema, o coração, alado...
7.4.09
5.4.09
Curantur
Um vinho, um video, um jogo de xadrez,
Um fim de semana pescando em Cabedelo,
Um verso de Shakespeare original em ingles,
Um Chico: Budapeste, A Fazenda Modelo,
Um feriado no final do mes,
Fazer as unhas, cortar cabelo,
Sair para jantar no japones,
Levar o cachorro pra tosar o pelo,
E quase nada em qualquer lugar,
Qualquer coisinha pode curar
Sem nenhum misterio, sem nenhuma ciencia,
Qualquer coisinha. É só experimentar.
É tiro e queda. Basta beliscar.
Qualquer besteira cura a carencia...
Um vinho, um video, um jogo de xadrez,
Um fim de semana pescando em Cabedelo,
Um verso de Shakespeare original em ingles,
Um Chico: Budapeste, A Fazenda Modelo,
Um feriado no final do mes,
Fazer as unhas, cortar cabelo,
Sair para jantar no japones,
Levar o cachorro pra tosar o pelo,
E quase nada em qualquer lugar,
Qualquer coisinha pode curar
Sem nenhum misterio, sem nenhuma ciencia,
Qualquer coisinha. É só experimentar.
É tiro e queda. Basta beliscar.
Qualquer besteira cura a carencia...
4.4.09
24.3.09
Nomenclatura II
Mundo, mundo,
Nem tão vasto assim...
E se eu me chamasse Joaquim?
Seria uma rima...
Uma das rimas mais usadas
No sertão...
E se eu me chamasse Olinto?
E se eu me chamasse Onofre?
E se eu me chamasse José Paulo Sebastião?
Mundo, mundo,
Nem tão vasto,
Nem tão vasto mas tão gasto,
Mundo, mundo, coitadinho,
E se eu me chamasse Zinho,
E se eu me chamasse, mundo, Gonzagão?
Mundo, mundo,
Nem tão vasto assim...
E se eu me chamasse Joaquim?
Seria uma rima...
Uma das rimas mais usadas
No sertão...
E se eu me chamasse Olinto?
E se eu me chamasse Onofre?
E se eu me chamasse José Paulo Sebastião?
Mundo, mundo,
Nem tão vasto,
Nem tão vasto mas tão gasto,
Mundo, mundo, coitadinho,
E se eu me chamasse Zinho,
E se eu me chamasse, mundo, Gonzagão?
Nomenclatura I
Mundo, mundo,
Vasto mundo,
Se eu me chamasse João de Barro
Não haveria nem rima
Nem solução...
Mundo, mundo,
Todo vasto,
E se eu me chamasse
Carlos Drummond
Ao invés de me chamar
Algum João?
Aí então, vasto mundo,
Quem sabe
Se lá no fundo
Da nascente onipotente
Da palavra,
A poesia
Não chegava
A uma conclusão?
Mundo, mundo,
Vasto mundo,
Se eu me chamasse João de Barro
Não haveria nem rima
Nem solução...
Mundo, mundo,
Todo vasto,
E se eu me chamasse
Carlos Drummond
Ao invés de me chamar
Algum João?
Aí então, vasto mundo,
Quem sabe
Se lá no fundo
Da nascente onipotente
Da palavra,
A poesia
Não chegava
A uma conclusão?
21.3.09
Conhecer voce
(para Cacá Happy)
Conhecer voce, assim, me fez sonhar
Com doce de coco,
Com comer chuvisco,
Com beber cerveja junto,
Com caminhar,
Com contar piada,
Com pintar o sete,
Com apostar corrida
Na beira do mar,
Me fez sonhar com hakuna matata,
Com felicidade
De não se acabar,
Como poesia quando nasce o dia,
Com poesia
Antes de se deitar,
Conhecer voce me fez fazer folia
Do pensamento querer acreditar
Em ser feliz,
Como a segunda via
De um verso
Que já não era pra contar,
Com coca-cola, vinho,
Agua de coco,
Peixinho frito,
Abraço de apertar,
Com dedos passeando por seus dedos,
Olhares desvendando
Seu olhar,
Conhecer voce me deu uma vontade
De ir a Paraiba pra buscar
Um grupo de forró de pe de serra
Pra gente junto
Forrozear,
E mais um tanto assim de coisa boa,
Passeio de canoa,
Trabalhar,
Catar conchinha
Tirar cara e coroa,
Brincar de pique esconde,
Volitar,
Nadar de costas,
Comer pamonha,
Brigar,
Fazer as pazes,
Se atracar,
Fugir para Fernando de Noronha,
Pegar um onibus
Pra Madagascar,
De invadir alguma livraria,
Sair de lá com livros de poesia,
E alguns outros livros
Que ensinem a voar,
Me deu vontade de voltar no tempo
E desde o inicio poder contar
Com seu sorriso,
Com seu pensamento,
Com seu jeitinho livre de falar
Das coisas boas,
Das coisas tristes,
Das coisas que algum dia vão chegar,
Ai que vontade me deu,
Moça bonita,
De ser alguem que possa ser seu par
Num jogo de ping pong,
De peteca,
De voley de praia,
De tardes de brincar
De amarelinha,
Queimado,
Malha,
Pique,
Buraco,
Video-game
Até cansar...
E ir assim, como essa poesia
Que até parece que se nega
A terminar...
Me deu vontade
Ao conhecer voce,
De ser,
Permanecer,
Continuar...
(para Cacá Happy)
Conhecer voce, assim, me fez sonhar
Com doce de coco,
Com comer chuvisco,
Com beber cerveja junto,
Com caminhar,
Com contar piada,
Com pintar o sete,
Com apostar corrida
Na beira do mar,
Me fez sonhar com hakuna matata,
Com felicidade
De não se acabar,
Como poesia quando nasce o dia,
Com poesia
Antes de se deitar,
Conhecer voce me fez fazer folia
Do pensamento querer acreditar
Em ser feliz,
Como a segunda via
De um verso
Que já não era pra contar,
Com coca-cola, vinho,
Agua de coco,
Peixinho frito,
Abraço de apertar,
Com dedos passeando por seus dedos,
Olhares desvendando
Seu olhar,
Conhecer voce me deu uma vontade
De ir a Paraiba pra buscar
Um grupo de forró de pe de serra
Pra gente junto
Forrozear,
E mais um tanto assim de coisa boa,
Passeio de canoa,
Trabalhar,
Catar conchinha
Tirar cara e coroa,
Brincar de pique esconde,
Volitar,
Nadar de costas,
Comer pamonha,
Brigar,
Fazer as pazes,
Se atracar,
Fugir para Fernando de Noronha,
Pegar um onibus
Pra Madagascar,
De invadir alguma livraria,
Sair de lá com livros de poesia,
E alguns outros livros
Que ensinem a voar,
Me deu vontade de voltar no tempo
E desde o inicio poder contar
Com seu sorriso,
Com seu pensamento,
Com seu jeitinho livre de falar
Das coisas boas,
Das coisas tristes,
Das coisas que algum dia vão chegar,
Ai que vontade me deu,
Moça bonita,
De ser alguem que possa ser seu par
Num jogo de ping pong,
De peteca,
De voley de praia,
De tardes de brincar
De amarelinha,
Queimado,
Malha,
Pique,
Buraco,
Video-game
Até cansar...
E ir assim, como essa poesia
Que até parece que se nega
A terminar...
Me deu vontade
Ao conhecer voce,
De ser,
Permanecer,
Continuar...
20.3.09
Isso é com eles lá
(Lula diz: Crise é tsunami nos EUA e, se chegar ao Brasil, será 'marolinha')
Não é uma tsunami. É uma marolinha.
Não é uma tragédia. É uma coisa à toa.
Não é uma desgraça. É uma desgracinha
Que pode acometer qualquer pessoa.
Não é um Titanic afundando. É uma canoinha.
Uma canoinha que parece uma canoa.
Não é pure nem pirão. É só farinha.
Não é nenhum temporal. É só garoa.
Isso é porque é na sua vida. Não na minha
Que segue plácida e sossegadinha
E que de tão plácida, às vezes até me enjoa...
Crise? Que crise? A crise da vizinha?
Mas isso é lá com ela, coitadinha...
Tem nada a ver com a minha vida boa...
(Lula diz: Crise é tsunami nos EUA e, se chegar ao Brasil, será 'marolinha')
Não é uma tsunami. É uma marolinha.
Não é uma tragédia. É uma coisa à toa.
Não é uma desgraça. É uma desgracinha
Que pode acometer qualquer pessoa.
Não é um Titanic afundando. É uma canoinha.
Uma canoinha que parece uma canoa.
Não é pure nem pirão. É só farinha.
Não é nenhum temporal. É só garoa.
Isso é porque é na sua vida. Não na minha
Que segue plácida e sossegadinha
E que de tão plácida, às vezes até me enjoa...
Crise? Que crise? A crise da vizinha?
Mas isso é lá com ela, coitadinha...
Tem nada a ver com a minha vida boa...
17.3.09
Uma flor é para sempre
(para minha irmã Margarida no dia do seu aniversário)
Margarida significa dádiva,
Margarida significa vida,
Nenhuma duvida, entretanto,
Margarida significa...
Como pode,
Sendo tão frágil,
Ao mesmo tempo ser tão forte
E ser tão rica?
Margarida significa alivio, alento,
Margarida significa poesia...
Ternura, abrigo, afago, acolhimento,
Conhecimento,
Força,
Garantia...
Margarida significa escora,
Exemplo, molde, casa, inspiração,
Palavra mágica que não se explica,
Perfume doce que escapa e fica,
Margarida significa coração...
(para minha irmã Margarida no dia do seu aniversário)
Margarida significa dádiva,
Margarida significa vida,
Nenhuma duvida, entretanto,
Margarida significa...
Como pode,
Sendo tão frágil,
Ao mesmo tempo ser tão forte
E ser tão rica?
Margarida significa alivio, alento,
Margarida significa poesia...
Ternura, abrigo, afago, acolhimento,
Conhecimento,
Força,
Garantia...
Margarida significa escora,
Exemplo, molde, casa, inspiração,
Palavra mágica que não se explica,
Perfume doce que escapa e fica,
Margarida significa coração...
13.3.09
Seguindo...
(aos que acompanham este blog)
Descobrindo a rima pobre ainda escondida
No vão da telha, no ralo da calçada,
Na cantoria, no céu de Aparecida,
Na inconstencia da palavra dada,
Recolhendo a rima rica ainda perdida
No olhar sem rumo da moça abandonada,
No fundo do poço, no fim da vida,
No bebe que nasce com a clavicula fraturada,
Seguindo o verso que não foi escrito,
O excomungado, o fétido, o maldito,
O recuperado pelo toque da poesia,
Buscando o significado da palavra
Que o bisavo do meu avo gostava
De ler, às vezes, ao final do dia...
Quem vem comigo?
(aos que acompanham este blog)
Descobrindo a rima pobre ainda escondida
No vão da telha, no ralo da calçada,
Na cantoria, no céu de Aparecida,
Na inconstencia da palavra dada,
Recolhendo a rima rica ainda perdida
No olhar sem rumo da moça abandonada,
No fundo do poço, no fim da vida,
No bebe que nasce com a clavicula fraturada,
Seguindo o verso que não foi escrito,
O excomungado, o fétido, o maldito,
O recuperado pelo toque da poesia,
Buscando o significado da palavra
Que o bisavo do meu avo gostava
De ler, às vezes, ao final do dia...
Quem vem comigo?
11.3.09
Se agum dia...
À minha amiga Carla Brasil
A brisa vai cansar e vai querer parar,
O mar, também cansado, igualmente vai querer
Parar de vir à praia e parar pra descansar,
E mesmo o sol é capaz de não querer nascer...
A poesia vai perder-se e deixar de rimar,
O ritimo e a métrica vão se desentender,
O pássaro cantor vai esquecer de cantar,
O repentista, num improviso, vai se perder...
O soneto vai amanhecer escancarado,
O cisne branco aparecer malhado,
A hora certa vai perder a hora,
"À cores" vai posar de "preto e branco",
A rima rica de verso manco,
Se algum dia voce, minha amiga, for embora...
À minha amiga Carla Brasil
A brisa vai cansar e vai querer parar,
O mar, também cansado, igualmente vai querer
Parar de vir à praia e parar pra descansar,
E mesmo o sol é capaz de não querer nascer...
A poesia vai perder-se e deixar de rimar,
O ritimo e a métrica vão se desentender,
O pássaro cantor vai esquecer de cantar,
O repentista, num improviso, vai se perder...
O soneto vai amanhecer escancarado,
O cisne branco aparecer malhado,
A hora certa vai perder a hora,
"À cores" vai posar de "preto e branco",
A rima rica de verso manco,
Se algum dia voce, minha amiga, for embora...
10.3.09
Quasepoesias
Após ler comentário da Rosangela que diz: "Este blog não é "quase poesia"... é "mais que poesia"...É inalcançável! Escapa de nós. A Gente corre atrás, mas não alcança"
São só poesias escritas sem critérios,
Sem regras que não sejam o coração...
São como insights diários esses versos...
São quasepoesias... Poesias não...
Após ler comentário da Rosangela que diz: "Este blog não é "quase poesia"... é "mais que poesia"...É inalcançável! Escapa de nós. A Gente corre atrás, mas não alcança"
São só poesias escritas sem critérios,
Sem regras que não sejam o coração...
São como insights diários esses versos...
São quasepoesias... Poesias não...
2.3.09
27.2.09
O pequeno verso
Um verso pequeno,
De palavra incerta
E de significado
Insignificante,
É certamente um verso
Mais que suficiente
Pra ser como um Davi
Diante de um gigante...
Um verso minimo,
De palavra torta
E mal escolhida,
Tem o impressionante
Poder de conduzir
A carne morta
À vida além da vida
E mais adiante...
Um verso todo
De palavra quase,
Mesmo sem sentido,
Tem um tom triunfante...
Um verso pequeno,
De palavra incerta
E de significado
Insignificante,
É certamente um verso
Mais que suficiente
Pra ser como um Davi
Diante de um gigante...
Um verso minimo,
De palavra torta
E mal escolhida,
Tem o impressionante
Poder de conduzir
A carne morta
À vida além da vida
E mais adiante...
Um verso todo
De palavra quase,
Mesmo sem sentido,
Tem um tom triunfante...
26.2.09
A volta
Depois dos dias de samba e de doideira,
Nessa manhã de sol de quinta feira
A poesia voltou, timida e breve,
Num verso quase de eter, quase nada,
Pra contrastar com o ziruguidum da batucada
E com o batuque do coração de quem a escreve.
A volta silenciosa da palavra
Que longe de toda folia descansava
E longe de toda gente adormecia
É pois assim, silenciosa e etérea,
E imprevisível, como a bactéria,
A volta definitiva da poesia...
Depois dos dias de samba e de doideira,
Nessa manhã de sol de quinta feira
A poesia voltou, timida e breve,
Num verso quase de eter, quase nada,
Pra contrastar com o ziruguidum da batucada
E com o batuque do coração de quem a escreve.
A volta silenciosa da palavra
Que longe de toda folia descansava
E longe de toda gente adormecia
É pois assim, silenciosa e etérea,
E imprevisível, como a bactéria,
A volta definitiva da poesia...
22.2.09
21.2.09
20.2.09
19.2.09
12.2.09
A minha amiga Roberta Profice
Sabe das letras o sentido inteiro,
E das palavras o significado.
Tem do poema o paladar e o cheiro,
Do verso tem o tom cadenciado.
Sabe do coração o paradeiro,
Do amor conhece o um lado e o outro lado,
Da dor já decorou todo tempero,
E traz o coração já estampado
Da multiplicidade de um salgueiro
E da ternura de um gesto abençoado.
A minha amiga do Rio de Janeiro
A quem esse versinho é dedicado...
Sabe das letras o sentido inteiro,
E das palavras o significado.
Tem do poema o paladar e o cheiro,
Do verso tem o tom cadenciado.
Sabe do coração o paradeiro,
Do amor conhece o um lado e o outro lado,
Da dor já decorou todo tempero,
E traz o coração já estampado
Da multiplicidade de um salgueiro
E da ternura de um gesto abençoado.
A minha amiga do Rio de Janeiro
A quem esse versinho é dedicado...
6.2.09
Caminho
Devagarinho...
Um dia
Eu tive pressa,
Já não tenho mais.
Perigo
Em cada encosta
Escondidinho,
Pra não falar
Do calor
Que às vezes faz...
E as vezes chove,
E outras
Um friozinho...
Tem dias que a fome
Não me deixa em paz...
E nada faz cansar,
Chutar o balde,
Ficar olhando
Insistente
Só prá trás...
É de amanhã,
É de sonho
Meu caminho,
Já foi um dia
Só espasmos
Cerebrais...
Hoje é semente,
O universo
Num grãozinho...
É quase nada...
Mas é todo gás...
O meu caminho...
Devagarinho...
Um dia
Eu tive pressa,
Já não tenho mais.
Perigo
Em cada encosta
Escondidinho,
Pra não falar
Do calor
Que às vezes faz...
E as vezes chove,
E outras
Um friozinho...
Tem dias que a fome
Não me deixa em paz...
E nada faz cansar,
Chutar o balde,
Ficar olhando
Insistente
Só prá trás...
É de amanhã,
É de sonho
Meu caminho,
Já foi um dia
Só espasmos
Cerebrais...
Hoje é semente,
O universo
Num grãozinho...
É quase nada...
Mas é todo gás...
O meu caminho...
5.2.09
3.2.09
Danças
Gastei rimas ricas
E pleonasmos
Tentando um verso
Gostoso de se ler...
Palavras disfarçadas
De poemas...
Disfarces
Dançarinos
Do escrever...
Gastei o que eu tinha,
O que eu pensei que eu tinha,
O que eu não tinha
E o que eu tentava ter...
Gastei oxitonos
E onomatopéias,
Metáforas
Que usei sem conhecer...
E o verso
Como sempre indiferente
Sumiu
Como quem morre
Sem nascer...
Gastei rimas ricas
E pleonasmos
Tentando um verso
Gostoso de se ler...
Palavras disfarçadas
De poemas...
Disfarces
Dançarinos
Do escrever...
Gastei o que eu tinha,
O que eu pensei que eu tinha,
O que eu não tinha
E o que eu tentava ter...
Gastei oxitonos
E onomatopéias,
Metáforas
Que usei sem conhecer...
E o verso
Como sempre indiferente
Sumiu
Como quem morre
Sem nascer...
1.2.09
Desavenças
Gastei lapiseiras
Rascunhando versos
Que as letras não quiseram
Registrar...
Palavras,
Rimas,
Frases inteiras,
Quem há de compreender
A poesia?
Provoca,
Arrisca,
Finge que chega
E de repente
Dá de evaporar...
Sonetos,
Versos livres,
Quadras,
Frases,
E nada escrito
Só por ironia...
Onde é que o poema
Que avisa que vem
E se manda,
Onde é que esse poema
Vai morar?
Gastei lapiseiras
Rascunhando versos
Que as letras não quiseram
Registrar...
Palavras,
Rimas,
Frases inteiras,
Quem há de compreender
A poesia?
Provoca,
Arrisca,
Finge que chega
E de repente
Dá de evaporar...
Sonetos,
Versos livres,
Quadras,
Frases,
E nada escrito
Só por ironia...
Onde é que o poema
Que avisa que vem
E se manda,
Onde é que esse poema
Vai morar?
30.1.09
Aprendenças
Gastei meus rascunhos
Tentando um verso
Que a poesia
Me pediu para escrever...
Usufruindo
Da companhia
Das tantas coisas
Pra se dizer...
Tentei sonetos
E redondilhas,
E frases
E fonemas
Sem pecado...
Gastei meus rabiscos
Num palavreado
Que se perdeu
Sem se deixar ler...
Palavras desenhando
Aprendizados...
Versos inteiros
De não se conter...
Gastei meus rascunhos
Tentando um verso
Que a poesia
Me pediu para escrever...
Usufruindo
Da companhia
Das tantas coisas
Pra se dizer...
Tentei sonetos
E redondilhas,
E frases
E fonemas
Sem pecado...
Gastei meus rabiscos
Num palavreado
Que se perdeu
Sem se deixar ler...
Palavras desenhando
Aprendizados...
Versos inteiros
De não se conter...
27.1.09
10.1.09
Somos todos pornográficos
A rede social Facebook resolveu tirar do ar fotos de mulheres amamentando seus filhos nas quais apareçam o bico do seio ou a auréola. A explicação oficial é que as fotos constituem pornografia, uma vez que mostram partes do seio consideradas obscenas.
Somos todos pornográficos, então:
As mães, os filhos, os apoiadores...
Fanáticos por peito, por pega, por sucção,
E pelos hormonios liberadores...
Somos os pornográficos da nova geração:
Os pornográficos sem falsos pudores,
Os sem pecado, e por isso sem perdão,
Apaixonados aconselhadores...
Somos os obscenos sem pecados,
Os pornograficos apaixonados,
Tirem-nos do ar... Mas não tem jeito...
Ainda assim continuaremos,
E cada vez mais fotografaremos
O bico do seio, a aréola e o leite do peito...
A rede social Facebook resolveu tirar do ar fotos de mulheres amamentando seus filhos nas quais apareçam o bico do seio ou a auréola. A explicação oficial é que as fotos constituem pornografia, uma vez que mostram partes do seio consideradas obscenas.
Somos todos pornográficos, então:
As mães, os filhos, os apoiadores...
Fanáticos por peito, por pega, por sucção,
E pelos hormonios liberadores...
Somos os pornográficos da nova geração:
Os pornográficos sem falsos pudores,
Os sem pecado, e por isso sem perdão,
Apaixonados aconselhadores...
Somos os obscenos sem pecados,
Os pornograficos apaixonados,
Tirem-nos do ar... Mas não tem jeito...
Ainda assim continuaremos,
E cada vez mais fotografaremos
O bico do seio, a aréola e o leite do peito...
Amamentação dói...
Dedicado à propaganda anti-amamentista espalhada pelo mundo...
Dói mais a omissão injustificada,
O silêncio daqueles que tem o que dizer,
Dói mais a inapetencia conformada
(o mesmo que a falta de fome de saber)
Dói mais a usura desenfreada,
A falta de vontade de aprender,
A propaganda mal intecionada
Que não se importa em mentir se é pra vender...
Dói mais a alma que se faz contaminada,
Que escolhe a escuridão escancarada
Como faz o que não é cego e nem quer ver...
Dói mais a morte da criança desmamada,
A vida humana desamparada,
Dói mais viver tudo isso e não se doer...
Dedicado à propaganda anti-amamentista espalhada pelo mundo...
Dói mais a omissão injustificada,
O silêncio daqueles que tem o que dizer,
Dói mais a inapetencia conformada
(o mesmo que a falta de fome de saber)
Dói mais a usura desenfreada,
A falta de vontade de aprender,
A propaganda mal intecionada
Que não se importa em mentir se é pra vender...
Dói mais a alma que se faz contaminada,
Que escolhe a escuridão escancarada
Como faz o que não é cego e nem quer ver...
Dói mais a morte da criança desmamada,
A vida humana desamparada,
Dói mais viver tudo isso e não se doer...
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