29.9.07

Esse seu olhar...

É como se fosse um verso de Drummond,
Uma letra pra Chico Buarque musicar,
É como se fosse uma musica do Tom,
Esse seu olhar...

É como se fosse um passatempo bom
Que não deixasse o tempo passar,
É como Caetano criando um som,
Esse seu olhar...

É como se fosse coisa de cinema,
Raio de lua, risco de poema,
Banho de rio, beira de mar...

É como um doce que não termina,
Bela menina,
Esse seu olhar...

28.9.07

O que vale

A coisa que valoriza uma pessoa
Não é a idade e o sexo que ela tem,
Não é se o beijo é bom, se a boca é boa,
Não é o namorado dela é quem...

Não é se é nova demais ou se é coroa,
Se tem seu carro, se ganha bem,
Se é rico, e porque é rico, se ri à toa,
Se tá sempre faturando algum de alguém,

A coisa que valoriza o ser humano
Longe de ser o carro do ano,
É a consciencia tranquila, é a paz serena,

É errar e redimir-se diariamente,
Seguindo devagar e lentamente
Abandonando o que não vale à pena...
Orkutiana IV

Eu adiciono gente bonita
E gente feia, e gente nem tanto,
Gente tristinha, gente esquisita,
Gente que acredita em Pai de Santo,

Eu adiciono. Isso não me irrita.
Gente é bom demais. Eu não me espanto,
É como receber uma visita,
E se a conversa tá chatinha eu canto...

Eu adiciono quase toda gente
Triste, pra lá de baixo astral, contente,
Gente que vive com sono...

Eu não me importo com mesquinharias...
Não coleciono quinquilharias...
Não penso duas vezes... Adiciono...
Orkutiana III

Eu sempre adiciono os curiosos,
Os irremediaveis fofoqueiros,
Os insensatos, os maliciosos,
E os da própria inveja prisioneiros...

Adiciono profiles mentirosos,
Adiciono profiles interesseiros,
Adiciono profiles perigosos,
Adiciono profiles passageiros,

Eu sempre adiciono. E não me importo
Se é verdadeiro ou não o texto, a foto,
Se cada palavra contem sinceridade...

Eu simplesmente vou adicionando
Como que segue colecionando
Sementes pequenininhas de amizade...

Orkutiana II


 

Eu sempre adiciono caucasianos,

Mulatos, afros, índios, orientais,

Paranaenses, pernambucanos,

Nascidos em Quito, criados em La Paz,


 

Fãs de Cauby Peixoto ou Los Hermanos,

De Chico Buarque ou Science, tanto faz,

Gente com mais de cinqüenta anos,

Gente novinha demais...


 

Canhotos, destros, desajeitados,

Tímidos, loucos, bem apessoados,

Ricos, famosos e desconhecidos...


 

Os impacientes e os apressados,

Os que chegarem de todos os lados

Eu sempre os adiciono como amigos...


 


 


 


 


 


 

 

14.9.07

O Aleitamento materno


 

Ao mesmo tempo alimento e poesia,

Fermento sólido para a maternagem,

Para a articulação temporo-mandibular, um guia,

Para a família, motivo de tietagem,


 

Tese de doutorado para a Pediatria,,

Prova de fogo para a equipe de Enfermagem,

Para os alunos , uma minimonografia,

Para a mãe o pai e o filho, uma viagem...


 

Ao mesmo tempo poético e cientifico,

Instintivo, cultural, técnico, mítico,

É um misto de vontade com virtude...


 

Fonte da vida por ele preservada,

Força titânica em veste delicada,

Mapa da fonte da juventude...

O amor sem fim

Para Luisa


 

Por quanto tempo o amor que não termina?

A entrega total mais arrebatadora?

E o coração, por quanta adrenalina

Jura a jura de amor mais duradoura?


 

E a paixão mais pura e cristalina,

A mais incrivelmente arrasadora,

Em quanto tempo vira purpurina,

Resto de coisa própria pra vassoura?


 

E o que era absolutamente inseparável,

Inconfundivelmente inquebrantável

Em quanto tempo torna-se assim:


 

Pedaço, resto, lixo, pó, espuma,

Pedaço de nada, coisa nenhuma?

Quanto tempo dura o amor sem fim?


 


 


 


 


 


 


 


 

5.9.07

Idade nova...

Idade nova chegando...
Menos tempo, de hoje em diante, para errar...
Já faz bastante tempo, confesso, venho errando,
E já não há mais tanto tempo pra gastar...

Idade nova se completando...
E já sem tempo prá desperdiçar...
Desde que aqui cheguei fui me adaptando
Mas já está chegando a hora de voltar...

Idade nova, e eu fico imaginando
Que é como se a gente fosse se cansando
De querer tanto e de nunca se bastar...

Idade nova... Tempo de ir deixando
As vaidades de lado e ir caminhando
Até a idade do tempo se esgotar...