30.12.05

Felicidade sempre

Felicidade sempre.
Mesmo quando rala,
Quando longe,
Quando triste,
Mesmo quando a gente
Acha que não existe,
Felicidade sempre,
Vitaminada,
Purpurinada,
Reluzente,
Trazendo um Ano Novo
So pra gente,
E ainda que isso seja só poesia,
E ainda hoje em dia
Todo dia seja igual
A todo dia,
E ainda que a felicidade
Esteja ausente,
Eu te desejo sempre
Felicidade,
E sempre,
Porque a felicidade
É geralmente
Persistente,
Reticente,
Paciente,
Coerente
E intermitente...
Portanto,
Experimente
Simpresmente
Felicidade
Que é uma vez
E é para sempre...

9.12.05

Assim...

O coração é assim:
Desatinado,
Desinibido,
Descontraido,
Desabalado...
Às vezes crê no que não faz sentido...
Às vezes foge pelo lado errado...
Às vezes morre da flexa de um cupido...
Às vezes foge de um anjo alado...
O coração é assim:
Às vezes julga-se um senhor sabido...
Às vezes sente-se um pobre coitado...
O coração é assim:
Inesgotável,
Mágico,
Indefinido...
Eternamente
Desconcertado...

5.12.05

O Coração Materno
Ao escutar, dia desses, Chopin, recordei-me da minha infancia, da minha mãe ao piano, de como eu era feliz...
E chorei...

O piano Essenfelder na sala da frente
Da nossa casa, na Rua Benta Pereira,
Tocando Chopin delicadamente...
A minha mãe, assim, dessa maneira,

Ao piano da sala, docemente,
Por dedicação ou por brincadeira
Tocava Chopin pra gente
Na nossa casa, por nossa infancia inteira...

Noturnos clareando aqueles dias,
Berceuses como se fossem poesias,
Todos os sabados pela manhã...

O piano na sala e, delicado,
O coração da minha mãe, emocionado,
Ouvindo a minha mãe tocar Chopin...