Uma palavra
Aos que se foram
Uma palavra que não tem medida,
Uma medida sem tradução,
Um gosto amargo de despedida,
Uma pontada arranhando o coração...
Uma palavra para toda a vida,
Uma vontade de que não fosse não,
Uma saudade mal traduzida
Palavra feita de solidão...
Uma palavra que não se acaba,
Uma saudade presa na palavra,
Uma palavra: desolação...
Uma palavra de pronuncia amarga,
Uma palavra aberta, feito chaga,
Uma vontade de abraçar-te em vão...
31.10.05
30.10.05
Os prostitutas estão voltando
Em Campos, minha cidade, assim que foi anunciada a realização de uma nova eleição para prefeito, a classe politica fez profundas revisões ideológico-partidarias e iniciou o troca-troca de partido como quem troca de cueca suja...
Os prostitutas estão voltando...
Sem querer, entretanto, ofender as prostitutas...
Os prostitutas estão voltando,
Por qualquer raspa de voto se vendendo,
Pelo sabor de um cargo, vão trocando
De opinião ou de lider, dependendo...
Os prostitutas, de volta, se ofertando,
Pra qualquer eleitor se derretendo,
Sorrindo, conversando, discursando,
Fazendo, acontecendo, prometendo...
Os prostitutas de volta, se esmerando
Em revelar sempre bons principios quando
Na realidade não tem remendo...
Os prostitutas de volta, sempre em bando,
Por meio voto qualquer se desmanchando,
Por quase nada se desmerecendo...
Em Campos, minha cidade, assim que foi anunciada a realização de uma nova eleição para prefeito, a classe politica fez profundas revisões ideológico-partidarias e iniciou o troca-troca de partido como quem troca de cueca suja...
Os prostitutas estão voltando...
Sem querer, entretanto, ofender as prostitutas...
Os prostitutas estão voltando,
Por qualquer raspa de voto se vendendo,
Pelo sabor de um cargo, vão trocando
De opinião ou de lider, dependendo...
Os prostitutas, de volta, se ofertando,
Pra qualquer eleitor se derretendo,
Sorrindo, conversando, discursando,
Fazendo, acontecendo, prometendo...
Os prostitutas de volta, se esmerando
Em revelar sempre bons principios quando
Na realidade não tem remendo...
Os prostitutas de volta, sempre em bando,
Por meio voto qualquer se desmanchando,
Por quase nada se desmerecendo...
26.10.05
A dor
"A dor faz a evolução e a evolução anula progressivamente a dor."
Pietro Ubaldi
Não tem valor quando só desespera,
Só faz crescer a auto-compaixão...
É insuficiente, a dor, quando não gera
A complacencia, o perdão...
Nem é bastante quando dilacera
E ainda assim não toca o coração...
Se faz brotar, em quem a sente, a fera,
Carece, a dor, sofrer repetição...
Se não desarma, a dor fica latente...
Se não sublima, não é suficiente...
Não faz sentido a dor, não tem razão...
Inutil a dor, ainda quando diária...
Se não eleva, é desnecessária...
É espectro de dor... Não tem função...
"A dor faz a evolução e a evolução anula progressivamente a dor."
Pietro Ubaldi
Não tem valor quando só desespera,
Só faz crescer a auto-compaixão...
É insuficiente, a dor, quando não gera
A complacencia, o perdão...
Nem é bastante quando dilacera
E ainda assim não toca o coração...
Se faz brotar, em quem a sente, a fera,
Carece, a dor, sofrer repetição...
Se não desarma, a dor fica latente...
Se não sublima, não é suficiente...
Não faz sentido a dor, não tem razão...
Inutil a dor, ainda quando diária...
Se não eleva, é desnecessária...
É espectro de dor... Não tem função...
Como escrever um soneto
Invente um verso, qualquer um, primeiro,
E um outro verso logo em seguida.
Pra rima ficar feliz faça um terceiro.
E um quarto. Pronto. Quadra concluida.
Mas pro soneto tornar-se verdadeiro
Uma outra quadra há de ser acrescida...
Escreva mais um verso corriqueiro...
Segunda quadra. Missão cumprida.
Ta quase pronto. Quase completo.
Uma outra frase aqui e o seu projeto
Possui, já, duas quadras e um terceto...
Escreva mais um verso e de uma olhada:
Parece que, agora sim, não falta nada,
Está prtonto pra uso o seu soneto...
Invente um verso, qualquer um, primeiro,
E um outro verso logo em seguida.
Pra rima ficar feliz faça um terceiro.
E um quarto. Pronto. Quadra concluida.
Mas pro soneto tornar-se verdadeiro
Uma outra quadra há de ser acrescida...
Escreva mais um verso corriqueiro...
Segunda quadra. Missão cumprida.
Ta quase pronto. Quase completo.
Uma outra frase aqui e o seu projeto
Possui, já, duas quadras e um terceto...
Escreva mais um verso e de uma olhada:
Parece que, agora sim, não falta nada,
Está prtonto pra uso o seu soneto...
19.10.05
Pela vida...
Eu sempre sim. O sim que é pela vida.
Pela não cooperação, o sim, com o mal.
A não violencia como unica saida.
A não violencia como habito essencial.
Eu sempre o sim da alma convencida
A não cooperar com o caos social,
Com a morte por tiro, com a bala perdida,
Com o revolver como simbolo nacional,
Com a violencia banalizada,
Com a estupidez como gesto habitual,
Com a morte, como se a vida fosse nada
E como se matar fosse normal...
Se a bala que estraçalha o corpo humano
E faz jorrar o sangue onde antes não,
Gerando panico por causar o dano,
Causando a morte por hipotensão,
Se a bala que transpassa a artéria aorta,
Se a bala, causadora da lesão
Que torna a coisa viva coisa morta
Contar com minha eventual aprovação,
Eu perderei a minha dignidade...
Eu nunca mais merecerei perdão...
Quem se associa à animalidade
Não faz por merecer a compaixão...
Eu sempre sim. Até quando as pistolas
Forem expulsas das nossas escolas
E ali entrarem somente a letra e o pão...
Eu sempre sim. Até quando os gatilhos
Pouparem a vida dos nossos filhos,
Poupando a honra da nossa nação...
Um sim para que mortes desse jeito:
Um tiro no abdome, outro no peito,
Desapareçam de circulação...
O armamentismo cruel e insensato
Vulgarizou a morte, o assassinato,
O crime, o sangue, o ódio sem razão...
Eu sempre sim. Pela vida. Menos tiros.
Mais alegrias. Menos suspiros.
Diante da bala ninguém é cidadão...
Pela esperança. Pela decencia.
Pela não cooperação com a violencia.
Não disse Cristo a Pedro assim, em vão:
Pedro, embainha a tua espada...
Passarão o Céu e a Terra, como um nada,
Mas as palavras de Jesus não passarão...
Eu sempre sim. O sim que é pela vida.
Pela não cooperação, o sim, com o mal.
A não violencia como unica saida.
A não violencia como habito essencial.
Eu sempre o sim da alma convencida
A não cooperar com o caos social,
Com a morte por tiro, com a bala perdida,
Com o revolver como simbolo nacional,
Com a violencia banalizada,
Com a estupidez como gesto habitual,
Com a morte, como se a vida fosse nada
E como se matar fosse normal...
Se a bala que estraçalha o corpo humano
E faz jorrar o sangue onde antes não,
Gerando panico por causar o dano,
Causando a morte por hipotensão,
Se a bala que transpassa a artéria aorta,
Se a bala, causadora da lesão
Que torna a coisa viva coisa morta
Contar com minha eventual aprovação,
Eu perderei a minha dignidade...
Eu nunca mais merecerei perdão...
Quem se associa à animalidade
Não faz por merecer a compaixão...
Eu sempre sim. Até quando as pistolas
Forem expulsas das nossas escolas
E ali entrarem somente a letra e o pão...
Eu sempre sim. Até quando os gatilhos
Pouparem a vida dos nossos filhos,
Poupando a honra da nossa nação...
Um sim para que mortes desse jeito:
Um tiro no abdome, outro no peito,
Desapareçam de circulação...
O armamentismo cruel e insensato
Vulgarizou a morte, o assassinato,
O crime, o sangue, o ódio sem razão...
Eu sempre sim. Pela vida. Menos tiros.
Mais alegrias. Menos suspiros.
Diante da bala ninguém é cidadão...
Pela esperança. Pela decencia.
Pela não cooperação com a violencia.
Não disse Cristo a Pedro assim, em vão:
Pedro, embainha a tua espada...
Passarão o Céu e a Terra, como um nada,
Mas as palavras de Jesus não passarão...
6.10.05
A Escola Jesus Cristo faz 70 anos
Em 27 de outubro de 2005 a EJC, fundada em 1935, faz aniversário...
A Escola Jesus Cristo faz setenta anos
Cumprindo sua missão,
Acompanhando, compreendendo,
Tomando conta do nosso coração...
Setenta anos, a Escola Jesus Cristo,
Exercitando a multiplicação
Do pão, do peixe, da luz, da vida,
Da gentileza, da gratidão...
E faz setenta a Escola Jesus Cristo,
Como quem recebe o visto,
Como quem guarda o mérito do louro...
Ah, minha Escola setentenária...
Ah, minha fonte de amor diária...
A Escola Jesus Cristo... Ah, meu tesouro...
Em 27 de outubro de 2005 a EJC, fundada em 1935, faz aniversário...
A Escola Jesus Cristo faz setenta anos
Cumprindo sua missão,
Acompanhando, compreendendo,
Tomando conta do nosso coração...
Setenta anos, a Escola Jesus Cristo,
Exercitando a multiplicação
Do pão, do peixe, da luz, da vida,
Da gentileza, da gratidão...
E faz setenta a Escola Jesus Cristo,
Como quem recebe o visto,
Como quem guarda o mérito do louro...
Ah, minha Escola setentenária...
Ah, minha fonte de amor diária...
A Escola Jesus Cristo... Ah, meu tesouro...
A contra-mão
Após escutar o novo CD de Zeca Baleiro, onde ele afirma que o melhor da vida é sexo e ócio...
Meu caro e prezadissimo patricio:
Melhor é sexo e ócio? E é só isso?
Nenhum cantinho para o coração?
Eu tento concordar... Mas é dificil.
Se o melhor é o sexo e o ócio, desde o inicio
Eu devo ter tomado a contra-mão...
Após escutar o novo CD de Zeca Baleiro, onde ele afirma que o melhor da vida é sexo e ócio...
Meu caro e prezadissimo patricio:
Melhor é sexo e ócio? E é só isso?
Nenhum cantinho para o coração?
Eu tento concordar... Mas é dificil.
Se o melhor é o sexo e o ócio, desde o inicio
Eu devo ter tomado a contra-mão...
2.10.05
O ódio
Nem é preciso que seja um ódio intenso,
Desabalado, desconcertante,
Feito uma lama de petróleo, denso,
Feito um Rio Amazonas, transbordante...
Nem necessário que seja, o ódio, imenso
Feito uma onda gigante,
Tampouco que ele seja tão extenso
Quanto é o aneurisma dissecante...
Basta que seja ódio pra que seja
Como uma artéria que já não lateja,
Como uma doença sem cura...
Basta que seja ódio, e isso basta
Para que seja a escuridão nefasta
E absoluta, como a sepultura...
Nem é preciso que seja um ódio intenso,
Desabalado, desconcertante,
Feito uma lama de petróleo, denso,
Feito um Rio Amazonas, transbordante...
Nem necessário que seja, o ódio, imenso
Feito uma onda gigante,
Tampouco que ele seja tão extenso
Quanto é o aneurisma dissecante...
Basta que seja ódio pra que seja
Como uma artéria que já não lateja,
Como uma doença sem cura...
Basta que seja ódio, e isso basta
Para que seja a escuridão nefasta
E absoluta, como a sepultura...
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