27.7.05

O Amor
Aos amigos Erick e Giselle que recentemente se declararam marido e mulher.
Erick é meu colega de plantão e poesia: www.diadeplantao.zip.net

Nem é preciso que seja extravagante,
Inesgotável o amor, amor sem fim,
Absolutamente transbordante,
Não é preciso que seja o amor assim

Absolutamente espetacular, feito um diamante,
Escrito inteiro de palavra sim,
Não é preciso que seja impressionante
Como uma musica de Jobim...

Basta que feito de sinceridade,
Que guarde sempre boa vontade,
Supere as crises de contradição...

Basta que seja, então, amor, mais nada,
A unir quem ama à pessoa amada,
Basta que venha do coração...

18.7.05

Os que escaparam...
É o próprio poema quem faz reverencia ao primeiro livro de poesias do autor deste blog, A PALAVRA DADA, recentemente lançado pela Editora Scortecci.
Pedidos e contatos: lamtavares@globo.com


Os que eram letra diária, pensamento,
Os que eram treinamento de retiro,
Continuos, assim como é o escapamento,
E repentinos, como é o suspiro,

E sem limites, como o firmamento,
E naturais como eu quando respiro,
Resolveram um dia ir morar dentro
Da página descendente do papiro...

E foi assim: registro após registro,
Depois de cada um deles ser revisto,
Os que escaparam, por algum motivo,

Hoje encarnaram, moram numa estante,
E, reformatados, de hoje em diante
Passeiam por ai dentro de um livro...

7.7.05

Poemita para que Vero luego lo perfeccione
Escrito em portugues para minha amiga argentina
http://www.pixlog.net/default.php?u=verittenn
que esta com sinusite. Vero amou tanto minha cartinha que versou para espanhol.
Fiquei feliz e preferi postar a versao.
:)


Vero... Ponete bien...
Con vos enferma el sol no sale...
El poema no rima...
La samba parece tango...
El tango parece samba...
La voz no sale del corazón porque está roto y triste...
Ponete bien, Vero...
Ven a hacer salir el sol con un brillo intenso...
Un poema inventar rimas sin fin...
A la samba sambar...
Al tango sonar como si fuera el bandoneon de piazzola...
Ponete bien para que mi voz grite muy alto desde aqui, desde Brasil...
Umun grito que podrá ser oido por todo Buenos Aires:
"Vero, nenita linda, nosotros te amamos"

4.7.05

A Epistaxe
Certa vez escrevi num poema feito para minha mãe:
" E desde então, quando há ventania
Eu uso o vento pra escrever poesia
E o Anjo fica sempre do meu lado..."
Dia desses fui submetido por uma crise hipertensiva que se fez acompanhar por epistaxe intensa (sangramento nasal volumoso)...
Após intervenção médica adequada a pressão se normalizou e o sangramento cedeu...
Mas, seguindo a dica do poema anterior, usei o vento pra escrever poesia...
:)

Ao colega Dr. Odilon Silva

Surge do nada, e, sem pedir licença,
Vestindo-se de rubra cachoeira,
Aos poucos vai se revelando imensa
E ameaçadora, e traiçoeira...

Registro inconfundível de uma doença,
Bajula a morte bem à sua maneira...
Sorri às custas da crise hipertensa
E chora, feito chuva carpideira...

A epistaxe. O liquido, quando escorre
É como um grito avisando: trata ou morre,
Ou estanca a vida ou estanca a hemorragia...

A epistaxe. Senha incompassiva.
Ou voce vive ou deixa que ela viva
E quem vencer escreve uma poesia...