A Tribuna
Em 13 de abril de 1984 nosso pai Clovis Tavares de alguma forma nos deixou mais sós.
Neste 21 aniversario de sua partida recordo-me da imagem da Tribuna do Salão de Pregações da Escola Jesus Cristo que desde aquela data tem nos enchido o coração de todos com ternura e saudade...
Do alto da Tribuna, a voz vestida
De anjo, de guardião, de estrela-guia,
Falando da morte como quem vida,
Falando em prosa como quem poesia...
Do alto da Tribuna, a voz temida.
A multidão silenciava e ouvia.
Nem medo nem rancor, a voz... Despida
De preconceito, de hipocrisia...
Do alto da Tribuna, como um raio.
Dali do alto, como num ensaio
Para a outra vida que o aguardava...
Do alto da Tribuna, como um mito.
Dali do alto sempre. Como um rito.
Era dali que ele nos encantava.
27.3.05
23.3.05
O amor (A palavra)
Como ela surge? Do breu? Do nada?
Como é que desconcerta o pensamento?
Como é que quase sempre ela se agrada
De quem não tem nada por dentro?
Como é que deixa a alma hipertrofiada?
Por que é que trás, às vezes, sofrimento?
Por que é que chega com voz tão delicada?
Por que é que se vai, quando vai, feito um tormento?
Por que é que é sempre intocada
E, ainda que cantada e decantada,
Nunca experimenta o envelhecimento?
Como é real se é coisa imaginada?
Como é verdade se não pode ser provada?
Porque é que eu ainda tento?
Como ela surge? Do breu? Do nada?
Como é que desconcerta o pensamento?
Como é que quase sempre ela se agrada
De quem não tem nada por dentro?
Como é que deixa a alma hipertrofiada?
Por que é que trás, às vezes, sofrimento?
Por que é que chega com voz tão delicada?
Por que é que se vai, quando vai, feito um tormento?
Por que é que é sempre intocada
E, ainda que cantada e decantada,
Nunca experimenta o envelhecimento?
Como é real se é coisa imaginada?
Como é verdade se não pode ser provada?
Porque é que eu ainda tento?
Minha amiga foi morar em Friburgo
Na mala, roupas, bijouterias
E os já famosos óculos escuros.
Pelo menos dois dois livros: um de poesias
E outro sobre bebes prematuros.
Partiu em busca de melhores dias,
De novas alegrias pra alem-muros...
Talvez, cansada das mesmas alegrias...
Talvez por sentir-se em apuros...
Partiu levando as suas mãos vazias
Deixando pra tras velhas companhias
E uma ou outra recordação...
Que Deus te guie nessa caminhada
Amiga decidida e delicada
Que estará sempre em meu coração...
Na mala, roupas, bijouterias
E os já famosos óculos escuros.
Pelo menos dois dois livros: um de poesias
E outro sobre bebes prematuros.
Partiu em busca de melhores dias,
De novas alegrias pra alem-muros...
Talvez, cansada das mesmas alegrias...
Talvez por sentir-se em apuros...
Partiu levando as suas mãos vazias
Deixando pra tras velhas companhias
E uma ou outra recordação...
Que Deus te guie nessa caminhada
Amiga decidida e delicada
Que estará sempre em meu coração...
14.3.05
12.3.05
Versos para Maria Clara
Maria Clara, filha de meus sobrinhos Pedro e Juliana, minha sobrinha-neta
Maria Clara, Maria pura,
Maria rindo, Maria boa,
Mariazinha cheia de ternura,
Maria linda, um doce de pessoa...
Maria Clara, rara criatura,
Maria, que de tão leve, quase voa,
Clarinha, um pedacinho de candura,
Maria, bela como quem perdoa...
Maria Clara, caricatura
Da Luz Divina que nos abençoa,
O amor da tua familia te segura...
Eu te imagino, e fico rindo à toa...
Maria Clara, filha de meus sobrinhos Pedro e Juliana, minha sobrinha-neta
Maria Clara, Maria pura,
Maria rindo, Maria boa,
Mariazinha cheia de ternura,
Maria linda, um doce de pessoa...
Maria Clara, rara criatura,
Maria, que de tão leve, quase voa,
Clarinha, um pedacinho de candura,
Maria, bela como quem perdoa...
Maria Clara, caricatura
Da Luz Divina que nos abençoa,
O amor da tua familia te segura...
Eu te imagino, e fico rindo à toa...
7.3.05
O amor
Se fosse simples assim, como parece,
Ou tão fácil, como as vezes tudo indica,
Indiscutível, como a chuva quando desce
Pelas ladeiras da velha Vila Rica,
Fosse evidente, como o grão quando floresce
Ou como a flor, quando frutifica,
Ou talvez obvio, como quando amanhece,
Ou como o gosto da cica,
Eu saberia. Mas não.
E imponderável como o coração
E quase tão incompreensível quanto o tempo.
Por vezes não suporta um arranhão,
Por outras, desafia uma Nação...
Quem sabe, com certeza, o que tem dentro?
Se fosse simples assim, como parece,
Ou tão fácil, como as vezes tudo indica,
Indiscutível, como a chuva quando desce
Pelas ladeiras da velha Vila Rica,
Fosse evidente, como o grão quando floresce
Ou como a flor, quando frutifica,
Ou talvez obvio, como quando amanhece,
Ou como o gosto da cica,
Eu saberia. Mas não.
E imponderável como o coração
E quase tão incompreensível quanto o tempo.
Por vezes não suporta um arranhão,
Por outras, desafia uma Nação...
Quem sabe, com certeza, o que tem dentro?
1.3.05
A poesia em Minas
Eu fui à Minas colher poesias
Nas páginas dos livros, nas estantes,
Nas folhas de papel, brancas, mas frias,
Junto aos livreiros, comerciantes...
Eu fui à Minas, por esses dias,
(Minas tem versos impressionantes)
Voltei de lá com as minhas mãos vazias
E algumas conclusões desconcertantes...
Em Minas a poesia é sem limites...
Despenca do céu, feito estalactites...
Brota da terra, feito o ribeirão...
Está presente em todos os lugares:
Ladeiras, cachoeiras, montes, lares,
Invade e escapa do coração...
Eu fui à Minas colher poemas
Mas as palavras são sempre tão pequenas
Pro tanto de poesia que brota daquele chão...
Eu fui à Minas colher poesias
Nas páginas dos livros, nas estantes,
Nas folhas de papel, brancas, mas frias,
Junto aos livreiros, comerciantes...
Eu fui à Minas, por esses dias,
(Minas tem versos impressionantes)
Voltei de lá com as minhas mãos vazias
E algumas conclusões desconcertantes...
Em Minas a poesia é sem limites...
Despenca do céu, feito estalactites...
Brota da terra, feito o ribeirão...
Está presente em todos os lugares:
Ladeiras, cachoeiras, montes, lares,
Invade e escapa do coração...
Eu fui à Minas colher poemas
Mas as palavras são sempre tão pequenas
Pro tanto de poesia que brota daquele chão...
A musica em Minas
Eu fui a Minas conhecer a musica mineira,
Beber um pouco da sua harmonia.
Musica feita daquela maneira
Tem um segredo qualquer, alguma magia...
Eu fui à Minas subir ladeira
E descer ladeira tendo por companhia
A alma dessa gente cantadeira
De cantico, de cantiga, de cantoria...
E lá descobri a musica guardada
Na voz daquela gente, musicada
Pelos designios dos Céus...
Minas de cantos e de delicadezas...
Minas Gerais e Musica: irmãs siamesas...
A voz de um povo que parece a voz de Deus...
Eu fui a Minas conhecer a musica mineira,
Beber um pouco da sua harmonia.
Musica feita daquela maneira
Tem um segredo qualquer, alguma magia...
Eu fui à Minas subir ladeira
E descer ladeira tendo por companhia
A alma dessa gente cantadeira
De cantico, de cantiga, de cantoria...
E lá descobri a musica guardada
Na voz daquela gente, musicada
Pelos designios dos Céus...
Minas de cantos e de delicadezas...
Minas Gerais e Musica: irmãs siamesas...
A voz de um povo que parece a voz de Deus...
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