31.12.04

Feliz Ano Novo

Ano Novo... Vida Nova... Onde? Quando?
Em que poema, sonho, pensamento?
Procura com cuidado... Vai tentando...
Teu coração guarda um tesouro dentro...

24.12.04

Oração de Natal

Senhor Jesus.
Hoje é o Dia do teu Natal.
A Humanidade recorda nesta data os fatos ligados àqueles dias que transformaram a tua chegada numa grandiosa estória de símbolos inesquecíveis: os anuncios dos anjos, a viagem ate Belém num burrinho, o teu nascimento numa estrebaria, a alegria dos pastores comuns de guardar ovelhas quando receberam a noticia de teu nascimento, a visita dos Magos, a ira de Herodes...
Dois milênios se passaram...
Viemos hoje aqui neste teu dia e na tua presença, do mesmo modo como estiveram do teu lado os pastores, homens comuns do campo, guardadores de rebanho, somente para venerar esta data que guarda com ela o inicio de teu martírio e de teu exemplo de amor a Humanidade.
Trazemos, Senhor Jesus, as mãos vazias.
O ouro que nos cabia trazer, nós o perdemos pelo caminho, trocando-o por valores de realeza quase sem valor até que nos restassem somente algumas miseras patacas as quais acabamos por igualmente gastar e nada possuir além da lembrança do quanto já tivemos em mãos...
O incenso precioso era para tê-lo trazido conosco se não tivéssemos abandonado seu aroma quando nos sentimos atraídos por outros aromas que a nós nos pareceram mais atraentes: dois milênios foram tempo suficiente para nos perdermos em outras divindades e valores...
A mirra que intencionavamos trazer acabamos por derramá-la sem cuidado, desapercebendo dessa forma seus sinais de imortalidade infinita, e nos tornando frágeis e tolos e vãos...
Perdemos o rumo da Estrela que surgiu para nos guiar, por isso nos atrasamos tanto...
Trazemos hoje o coração enfraquecido e submerso neste mundo de desacerto e treva a que nos conduzimos...
Deste longo mergulho na sombra pudemos ver de perto o desafeto e o desamor tornarem-se gestos comuns e quase necessários...
Homens destruindo Torres Gêmeas e vendo suas nações dizimadas por caças e bombas sem motivo nenhum alem do ódio e da ira torpe e rude do coração mau...
Nos aproximamos perigosamente da fome e do flagelo e acabamos percebendo que nada ou quase nada podemos fazer ou tentar longe da tua infinita misericórdia...
Mas eis que é Natal, Senhor Jesus...
Temos ouvido, ecos deixados pelos Anjos em suas visitas, que para nosso bem nasceu Jesus, nosso Salvador...
É delicado o Cântico dos Anjos que nos chama em tom quase maternal: Hosana, Jesus nasceu...
É santificada essa Boa Nova...
E terna e pura a luz da tua Estrela...
Acolhedora a tua Manjedoura...
Suave o significado da tua Mensagem de amor...
Deliciosa a companhia dos magos e dos pastores...
Alegre a musica alegre que os presenciamos cantar e dançar como pediram-lhes a Legião de Anjos...
Acolhedora e agradável a tua gruta santa, a nos proteger da noite, do medo, do frio e da solidão que nos dilacera lá fora...
Ah, Menino Jesus...
Cordeiro de Deus que por nós, pecadores, derramou seu sangue para nos mostrar o caminho da salvação...
Estamos hoje, após dois milênios de noite e desamor angustiantes, diante de ti.
Recebe nossas mãos vazias...
E permanece nosso pensamento assim:
Extasiados com a complexidade de tua singeleza e admirados com a força gigantesca de tua aparente fragilidade...
Mestre amado,
Aqui está o nosso coração humilhado diante de teu exemplo...
Insufla nossa boca com teu sopro, fazendo-as cheias de palavras como as de Simeão: podemos partir em paz porque os nossos olhos viram a salvação.
Senhor Jesus,
Feliz Natal.
Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos Homens a quem Ele quer bem.
Que assim seja.

22.12.04

Poema de Natal XII

A Gruta

Cavada em pedra
Irregular e fria,
Parede desenhada
Em pedra bruta,
Quem olha
Nem repara
A suavidade
E singeleza
Que ela oculta:
Recebeu o Nazareno,
Protegeu Nosso Senhor,
Do vento frio,
Da noite alta,
Da escuridão sinistra
E absoluta,
Guardando-o
Em seu seio
Do mesmo modo
Que a casca
guarda a fruta.
A gruta.
De atrio cavado
Em rocha fria
E bruta.
Delicadeza
Inaparente
E oculta.
Berço da Boa Nova
Absoluta...
A gruta...

21.12.04

Poema de Natal XI

O burrinho

Pela estrada até Belém
Caminhou, por todo o dia,
Acompanhando, em silêncio,
Jesus, José e Maria.

Por que fora o escolhido
Para tão nobre hornaria?
Não tinha pelos de seda,
Não tinha pele macia.

Não era de raça pura,
Nem muito o quanto valia.
Não tinha o casco impecável,
Nem pasto, nem boa cria.

Não tinha sela aprumada,
Nem lugar na estrebaria.
Não tinha torte, nem nada,
Nem preço, nem garantia.

Nem porte altivo, o coitado,
Seu relinchar nem se ouvia,
Não tinha o couro escovado,
Nem era pra montaria...

Era um burrinho de carga
E só pra isso servia.
Mas que não fosse pesada,
Além do que ele podia.

Não reclamou da distância,
Do cansaço que sentia.
Cumpriu somente o papel
Que a vida lhe oferecia.

Era um burrinho, mais nada.
Seu nome, ninguém sabia,
Mas que, em silêncio, levava
Para Belém o Messias...

Talvez, por isso, o burrinho
Tenha tido a primazia
De acompanhar, em silêncio,
Jesus, José e Maria.

20.12.04

Poema de Natal X

As criancinhas de Belém
Dedicado a Francisco Candido Xavier

Mt. 2, 16
“Percebendo Herodes que tinha sido enganado pelos Magos, ficou irritadíssimo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e nas redondezas, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo exato que os Magos lhe haviam indicado”.


Meninos e meninas sacrificados
Pela crueldade de mãos assassinas.
Bebes ainda de colo assassinados,
Tão sem pecados, meninos e meninas...

Tão pequeninos tão sem pecados,
Morrer tão cedo assim, trágica sina...
Impiedosamente massacrados...
O pavor disseminando a dor e a ruína...

Meninos e meninas, Deus vos guarde.
A morte vos tocou com tanto alarde,
Com tanta dor, com tanto inconformismo...

Que Deus vos tenha em Sua companhia
E cale o horror que vos tornou um dia
Os primeiros Mártires do Cristianismo...

19.12.04

Poema de Natal IX

Maria vai ter com Isabel

E se encontraram,
E se abraçaram,
E conversaram
A respeito do que haviam
Ouvido
E visto...
Naquela hora
Daquele dia
Sem que ninguém reparasse ou percebesse
Um outro grande encontro acontecia:
Isabel preparando João Batista...
Maria preparando Jesus Cristo...

9.12.04

Poema de Natal VIII
A Estrela de Belém.

A Estrela de Belém
Há dois milênios
Indicou à Humanidade a direção.
A Humanidade se perdeu na usura
Como quem nega a cura
E cospe o pão.
A Humanidade se vestiu da ira,
E se perdeu inteira,
E se afogou num mar
De tenebroso não...

E esse mar de tormenta e desengano
Levou o homem a um caminho insano
Onde não há respeito.
Não há segurança,
Ninguém confia em ninguém.

Resta somente à Humanidade atordoada
Que vem tomando a direção errada
Seguir, usando a fé que ainda tem,
A mesma direção anunciada
Há dois mil anos pela luz imaculada
Da estrela de Belém...

8.12.04

Poema de Natal VII

José e Maria

Nenhum dos dois duvidou
Das coisas que o Anjo dizia.
Maria honrou a José,
José dignificou Maria.

Nenhum dos dois recusou
A missão que lhes cabia.
Maria ficou com José,
José ficou com Maria.

Nenhum sinal de fraqueza,
Nenhuma indelicadeza,
Nenhuma descortesia...

Somente bondade e fé:
Maria inteira em José,
José completo em Maria...

7.12.04

Poema de Natal VI

Maria, Mãe de Jesus


_Salve, Maria! O Senhor é contigo!
E assim o Anjo se Anunciou.
O Senhor é contigo, Maria!
O Senhor, por sua graça, te tocou.

_Maria, tu darás a luz a um filho.
Assim o Nosso Pai determinou.
_Será chamadi Filho do Altissimo.
Falou o Anjo à Maria, que aceitou.

Não discutiu, não temeu, não foi emborta.
Cumpriu, serena e suave, a sua hora,
Santa Maria, Mãe de Jesus...

Maria, noiva, por Deus escolhida
Para ser Mãe do Senhor, a Luz da Vida,
Maria, Mãe de Cristo, Anjo de Luz...
Poema de Natal V

José, o Pai de Jesus.

Não reagiu. Não temeu. Não foi embora.
Assegurou a honra de Maria.
E como quem sustenta, como escora,
Como o calor que dissipa a névoa fria,

Não teve duvidas naquela hora,
Permanecendo, como quem confia.
Como um andor para Nossa Senhora.
Como uma luz para a Estrela Guia.

José, o carpinteiro. Homem de bem.
O escolhido para, em Belém,
Seguir Maria e sustentar sua luz.

José, que amou com honra a virgem concebida.
José. Um gesto nobre por toda a vida.
José. O Pai do Menino Jesus.

2.12.04

Poema de Natal IV

O dinheiro que temos
Guardamos em local seguro:
No Banco, ou escondido
Em cantos reservados.
Também nossos metais
São sempre bem guardados
Em caixas fechadas
Com bons cadeados.
As terras que possuímos,
Nós as temos
Em papéis sempre
Bem documentados.
E assim como as terras,
A nossa casa,
A nossa safra de cana,
Os nossos gados...

Mas porque fomos tão rudes
Ao receber
Com gestos e modos
Tão desleixados
Justo o Cordeiro de Deus
Que veio ao mundo
Pra tirar nossos pecados?


Poema de Natal III

Um homem,
Uma mulher
E um burrinho
Seguindo no caminho
De Belém.
Um homem,
Uma mulher
E um burrinho
Acompanhados
De mais ninguém.
Nada demais, a principio,
E, no entanto,
Quem há de contestar
A realidade:
Um homem,
Uma mulher
E um burrinho...
E o futuro
Da Humanidade...