A Dúvida
Que graça tem, afinal, fazer poesia?
Passar o tempo inteiro escrevinhando?
E, ao transformar palavra em companhia,
Não reparar o tempo passando?
Que graça tem? Que toque de magia
Passar as horas rimando
Boneca com peteca, pia com tia?
Isso é comum desde quando?
Que graça tem que a tanta gente encanta?
Fazer poesia... Do que adianta?
Fazer poesia serve pra que?
Fazer poesia. Mania? Vicio?
Perda de tempo? Ócio? Desperdicio?
Para que serve escrever?
25.8.03
24.8.03
Soneto de amar demais
Eu vou fazer você gostar de mim.
Eu vou tentar fazer você gostar
Desse meu jeito de gostar assim...
Eu vou tentar fazer você me amar.
Você me procurar pra dizer sim.
Você lembrar de mim quando acordar.
E, pouco a pouco, sem achar ruim,
Você gostando até se apaixonar.
E ai provar do amor que te ofereço.
Fazer do meu amor seu endereço
E do meu coração sua morada.
Eu vou fazer você me amar de um jeito
Que seja pra você o amor perfeito...
Uma estória de amor apaixonada.
Eu vou fazer você gostar de mim.
Eu vou tentar fazer você gostar
Desse meu jeito de gostar assim...
Eu vou tentar fazer você me amar.
Você me procurar pra dizer sim.
Você lembrar de mim quando acordar.
E, pouco a pouco, sem achar ruim,
Você gostando até se apaixonar.
E ai provar do amor que te ofereço.
Fazer do meu amor seu endereço
E do meu coração sua morada.
Eu vou fazer você me amar de um jeito
Que seja pra você o amor perfeito...
Uma estória de amor apaixonada.
As canções de lembrar você
Demorou tanto esse caminhar,
Demorou tanto pra acontecer,
Tanta paisagem, tanto lugar,
Tanto prazer que nem era prazer,
Tantos lugares de viajar,
Tantas pessoas de conhecer,
Foi tanto tempo que deu pra pensar
Que eu já não tinha nada mais pra ver.
Até que um dia, sem eu planejar,
E sem que eu começasse a perceber,
Uma passagem para algum lugar
E algum poema que eu nem sei porque
Serviram como a chave de eu te achar,
Como um copinho de eu te beber.
E, sem que eu conseguisse me soltar,
E, sem que eu pretendesse me prender,
Aconteceu gostar. E de eu gostar
Aconteceu do coração querer.
E, como quem não sabe mais voltar,
E, como quem não escolhe o que fazer,
Foi algo assim como se aproximar,
Foi como um banho de bem-querer,
Foi como um cheiro de se encantar,
Foi como uma água boa de beber,
Foi como um gosto de despertar,
Foi como um pedacinho de prazer...
Demorou tanto tempo pra chegar,
Tantas palavras pra eu escrever,
Tantas conchinhas, tanta água do mar,
Tantas manhãs sem ver o sol nascer,
Que eu não sabia mais acreditar,
Que eu já pensava nem merecer...
Foi tanto Titanic a naufragar...
Foi tanta trilha de eu me perder,
Até que eu encontrei o seu olhar,
Seu jeito doce de ser...
Tanto custou pra essa manhã chegar...
Mas acabou por amanhecer...
E desde ai foi que eu dei de cantar
Canções que eu canto pensando em você,
Canções que eu canto pra te lembrar,
Canções que eu canto pra te dizer:
Demorei tanto pra te encontrar...
Não vou me dar ao luxo de te perder...
Demorou tanto esse caminhar,
Demorou tanto pra acontecer,
Tanta paisagem, tanto lugar,
Tanto prazer que nem era prazer,
Tantos lugares de viajar,
Tantas pessoas de conhecer,
Foi tanto tempo que deu pra pensar
Que eu já não tinha nada mais pra ver.
Até que um dia, sem eu planejar,
E sem que eu começasse a perceber,
Uma passagem para algum lugar
E algum poema que eu nem sei porque
Serviram como a chave de eu te achar,
Como um copinho de eu te beber.
E, sem que eu conseguisse me soltar,
E, sem que eu pretendesse me prender,
Aconteceu gostar. E de eu gostar
Aconteceu do coração querer.
E, como quem não sabe mais voltar,
E, como quem não escolhe o que fazer,
Foi algo assim como se aproximar,
Foi como um banho de bem-querer,
Foi como um cheiro de se encantar,
Foi como uma água boa de beber,
Foi como um gosto de despertar,
Foi como um pedacinho de prazer...
Demorou tanto tempo pra chegar,
Tantas palavras pra eu escrever,
Tantas conchinhas, tanta água do mar,
Tantas manhãs sem ver o sol nascer,
Que eu não sabia mais acreditar,
Que eu já pensava nem merecer...
Foi tanto Titanic a naufragar...
Foi tanta trilha de eu me perder,
Até que eu encontrei o seu olhar,
Seu jeito doce de ser...
Tanto custou pra essa manhã chegar...
Mas acabou por amanhecer...
E desde ai foi que eu dei de cantar
Canções que eu canto pensando em você,
Canções que eu canto pra te lembrar,
Canções que eu canto pra te dizer:
Demorei tanto pra te encontrar...
Não vou me dar ao luxo de te perder...
20.8.03
Como tocar o coração de Tati?
Qualquer canção de amor é uma canção de amor:
Não faz brotar amor e amantes
Porém, se essa canção nos toca o coração,
O amor brota melhor e antes.
Qualquer Canção - Chico Buarque/1980
E como tocar o coração de Tati?
Como fazê-lo vibrar quando me lê?
Que palavras devo usar no meu poema?
Que coisas devo dizer?
Que letra eu deveria que a acendesse
E a fizesse desejar me ver?
Como tocar o coracao de Tati?
E eu que pensei que eu soubesse escrever...
Eu faço rima e chamo de poesia
Mas o que eu quero isso eu nao sei fazer.
Ah, coração de Tati...
Como eu faço?
Eu tento e nao consigo tocá-lo...
Porque?
Qualquer canção de amor é uma canção de amor:
Não faz brotar amor e amantes
Porém, se essa canção nos toca o coração,
O amor brota melhor e antes.
Qualquer Canção - Chico Buarque/1980
E como tocar o coração de Tati?
Como fazê-lo vibrar quando me lê?
Que palavras devo usar no meu poema?
Que coisas devo dizer?
Que letra eu deveria que a acendesse
E a fizesse desejar me ver?
Como tocar o coracao de Tati?
E eu que pensei que eu soubesse escrever...
Eu faço rima e chamo de poesia
Mas o que eu quero isso eu nao sei fazer.
Ah, coração de Tati...
Como eu faço?
Eu tento e nao consigo tocá-lo...
Porque?
19.8.03
Nada não
Não fiz perguntas sobre o seu passado:
Como vivia,
Por onde andava
Ou o que fazia...
Não fiz pergunta nenhuma.
Ela sorria.
E me falou que gostava de poesia...
Nem quis saber sobre muita coisa:
Se trabalhava,
Se tinha estudo
Ou se gostava
De Roberto Marinho...
Ela me tratou, entretanto, com carinho...
Eu aprendi seu nome,
Fiz um verso
E dei, pra ela cuidar,
Meu corração...
E todo o resto
Foi só desimportancia...
Conversa...
Entulho...
Lastro...
Nada não...
Não fiz perguntas sobre o seu passado:
Como vivia,
Por onde andava
Ou o que fazia...
Não fiz pergunta nenhuma.
Ela sorria.
E me falou que gostava de poesia...
Nem quis saber sobre muita coisa:
Se trabalhava,
Se tinha estudo
Ou se gostava
De Roberto Marinho...
Ela me tratou, entretanto, com carinho...
Eu aprendi seu nome,
Fiz um verso
E dei, pra ela cuidar,
Meu corração...
E todo o resto
Foi só desimportancia...
Conversa...
Entulho...
Lastro...
Nada não...
17.8.03
Proposição
Quero ser seu
Mas não quero ser seu
Dono.
Quero cuidar do seu sono
E de voce acordada.
Quero poder dar tudo
E cobrar nada
E amar voce por toda a minha vida.
Quero ser sua porta de saida.
Ser o repouso da sua alma cansada.
Não quero saber seu segredo.
So quero
Chegar mais cedo
Do que voce precisar.
Quero ser como seu banho refrescante à beira-mar.
Quero ser seu companheiro.
Quero ser seu operário.
Mas não quero, nem por sonho,
Ser o seu proprietário.
Só seu par.
Mas se não acontecer...
Se essa proposição for recusada
E eu acabar não me tornando nada,
Nem dono, companhia, vicio, sede,
Nem cola, espelho, objetivo, grude,
Saida, acostamento, pasto, pouso, rede,
O seu maior pecado,
A sua maior virtude,
Se eu acabar me transformnando em nada
Do que eu pretendi
Um dia
Ser do seu lado,
Vou transformar voce em poesia,
Guardar seu nome muito bem guardado...
Voce, meu pedacinho de alegria...
Razão do meu coração descompassado.
Quero ser seu
Mas não quero ser seu
Dono.
Quero cuidar do seu sono
E de voce acordada.
Quero poder dar tudo
E cobrar nada
E amar voce por toda a minha vida.
Quero ser sua porta de saida.
Ser o repouso da sua alma cansada.
Não quero saber seu segredo.
So quero
Chegar mais cedo
Do que voce precisar.
Quero ser como seu banho refrescante à beira-mar.
Quero ser seu companheiro.
Quero ser seu operário.
Mas não quero, nem por sonho,
Ser o seu proprietário.
Só seu par.
Mas se não acontecer...
Se essa proposição for recusada
E eu acabar não me tornando nada,
Nem dono, companhia, vicio, sede,
Nem cola, espelho, objetivo, grude,
Saida, acostamento, pasto, pouso, rede,
O seu maior pecado,
A sua maior virtude,
Se eu acabar me transformnando em nada
Do que eu pretendi
Um dia
Ser do seu lado,
Vou transformar voce em poesia,
Guardar seu nome muito bem guardado...
Voce, meu pedacinho de alegria...
Razão do meu coração descompassado.
15.8.03
12.8.03
A função do poema
Eu hoje amanheci triste. O que ontem teve cor de delicadeza e brilho, nessa manhã me pareceu cinzento feito o breu e nuvem de chuva.
Corri para o poema e escrevi dois sonetos.
Algumas horas depois, as nuvens negras se dissiparam e o sol apareceu de novo.
Descobri que não se deve olhar para o amor de óculos escuros. A luz se confunde com as cores da lente e voce acaba pondo cores erradas nas cores exatas...
Era a função do poema naquele momento em que perdi o foco me proteger da minha desesperança...
Quando a desesperança se dissipou restou o poema. Ainda que triste, é mais suave que o alcool ou o tiro...
Viva a poesia.
Um verso só
Hoje, tenho certeza, fui mais um
Apaixonado, doce, dedicado...
Eu dei meu coração. Me abandonei.
Hoje sou só mais um abandonado.
Hoje, tenho certeza, não fui nada
Além de atenção e simpatia.
Fiz o que achava que era pra fazer
E no final sobrou só poesia.
Hoje, tenho certeza, estou sozinho...
Eu dei, prá quem não quis, o meu carinho...
Prá quem não aceitou, meu coração...
Hoje, tenho certeza, só me cabe
A palavra do verso que se sabe
Silencio, solitude, solidão...
O que vai ficar
Não vou mais esperar que voce goste de mim...
Que voce queira me entregar seu coração.
Ficar pedindo pra voce dizer sim
Quando o que voce quer é dizer não.
Não vou mais esperar em mim por seu carinho...
A hora de te ver à qualquer hora...
Eu sou sozinho. Eu sempre fui sozinho.
Por que tentar deixar de ser sozinho agora?
Por isso não vou mais esperar voce chegando...
Não mais imaginar voce me procurando...
Voce não quer ficar. Por isso some.
Mas guardo de lembrança o beijo recebido.
Lembranças do que foi, mas sem ter sido:
Seus olhos, seu sorriso, sua voz, seu nome...
Algumas horas após esses poemas tristes perderam o sentido e novas rimas os substituiram no lago dos versos cujos primeiros baldes de agua encantada serão derramadas aqui nesse blog nas próximas vezes...
Até que as proximas nuvens apareçam...
E assim continuamente...
Eis a função do poema...
Eu hoje amanheci triste. O que ontem teve cor de delicadeza e brilho, nessa manhã me pareceu cinzento feito o breu e nuvem de chuva.
Corri para o poema e escrevi dois sonetos.
Algumas horas depois, as nuvens negras se dissiparam e o sol apareceu de novo.
Descobri que não se deve olhar para o amor de óculos escuros. A luz se confunde com as cores da lente e voce acaba pondo cores erradas nas cores exatas...
Era a função do poema naquele momento em que perdi o foco me proteger da minha desesperança...
Quando a desesperança se dissipou restou o poema. Ainda que triste, é mais suave que o alcool ou o tiro...
Viva a poesia.
Um verso só
Hoje, tenho certeza, fui mais um
Apaixonado, doce, dedicado...
Eu dei meu coração. Me abandonei.
Hoje sou só mais um abandonado.
Hoje, tenho certeza, não fui nada
Além de atenção e simpatia.
Fiz o que achava que era pra fazer
E no final sobrou só poesia.
Hoje, tenho certeza, estou sozinho...
Eu dei, prá quem não quis, o meu carinho...
Prá quem não aceitou, meu coração...
Hoje, tenho certeza, só me cabe
A palavra do verso que se sabe
Silencio, solitude, solidão...
O que vai ficar
Não vou mais esperar que voce goste de mim...
Que voce queira me entregar seu coração.
Ficar pedindo pra voce dizer sim
Quando o que voce quer é dizer não.
Não vou mais esperar em mim por seu carinho...
A hora de te ver à qualquer hora...
Eu sou sozinho. Eu sempre fui sozinho.
Por que tentar deixar de ser sozinho agora?
Por isso não vou mais esperar voce chegando...
Não mais imaginar voce me procurando...
Voce não quer ficar. Por isso some.
Mas guardo de lembrança o beijo recebido.
Lembranças do que foi, mas sem ter sido:
Seus olhos, seu sorriso, sua voz, seu nome...
Algumas horas após esses poemas tristes perderam o sentido e novas rimas os substituiram no lago dos versos cujos primeiros baldes de agua encantada serão derramadas aqui nesse blog nas próximas vezes...
Até que as proximas nuvens apareçam...
E assim continuamente...
Eis a função do poema...
11.8.03
Canção pra fazer Tati dormir
Descansa, anjo... Eu cuido do teu sono...
Repousa junto a mim teu coração.
Dorme tranqüila. Nada lá fora
Pode te ameaçar o sono agora.
Descansa. Fica leve. Sai do chão.
Descansa, anjo, que eu te protejo
Dos olhos da bruxa, do bicho papão.
Descansa enquanto aliso teus cabelos.
Descansa. Já não há mais pesadelos.
Descansa. Eu te dou minha proteção.
Esquece o teu cansaço. Deita o corpo.
Mergulha inteira no pensamento.
Eu faço a brisa soprar mansinho.
Invento um canto de passarinho
Pra que nada perturbe esse momento.
E dorme... Assim... Como quem perde a hora...
Como quem não tem hora pra acordar...
Dorme gostoso, moça morena
Do cabelo comprido, voz amena
E da risada boa de escutar...
Eu cuido pra que nada te aconteça.
Nada apareça de ruim que te incomode.
Nenhum barulho. Nenhum ruído.
Nenhuma coisa má. Nenhum perigo.
Nada te assuste. Nada te acorde.
Dorme tranqüila. Deixa que eu te cuido.
Nem muito frio. Nem muito calor.
Nenhum estrondo ou musica agitada.
Dorme. Eu me entendo com a madrugada.
Dorme. Eu me entendo com o Criador.
Mas nem que para isso eu me abandone
E até me esqueça eu mesmo de dormir.
E passe a noite te vigiando.
E passe a noite inteira te cuidando
E a noite passe sem eu sentir.
Então descansa. Eu cuido do resto.
Da dor. Do desconforto. Do cansaço.
Nada te preocupa mais. Descansa.
Dorme teu sono feito uma criança
E o que for preciso, deixa, eu faço:
Apago o Sol e reinvento a Lua.
Eu mudo as cores do meu País.
Eu troco o mar de lugar. Te trago a praia.
Levo a Bahia pro alto do Himalaia.
Misturo Guarapari com Paris.
Pego a Baia da Guanabara
E embrulho de presente pra trazer.
Chamo as estrelas pra cantar baixinho
Que é pra não amolar o teu soninho.
Preparo frases pra te dizer:
_Bom dia, Princesinha. _Dormiu bem?
_Sonhou alguma coisa especial?
_Ta descansada? _Quer pão com queijo?
_Quer bolo de fubá? _Café com beijo?
_Quer ser a musa do meu carnaval?
E fico imaginando coisas boas
Pra te esperar acordar:
Brinquedos, brincadeiras, passatempos,
Recortes, origamis, cataventos...
E muitas musicas pra cantar...
Descansa. Eu te preparo essa alegria.
Delicia. Poesia. Encantamento.
Invento coisa nova com tempero.
Talco. Perfume. Banho de cheiro.
E um chafariz feito de envolvimento.
Pra proteger teu sono delicado.
Pra te manter dormindo, distraída.
Eu redescubro o verso mais sublime.
Eu torço contigo contra o meu time.
Eu te ofereço toda minha vida.
E a Lua cheia se aproximando
Traz para mim, de prata, um violão.
So pra eu cantar serenata dedilhada.
Fazendo musica na madrugada.
So pra deixar feliz teu coração.
Por isso dorme, Tati. Delicada.
Nada de mal vai te acontecer.
Eu dou um susto na bruxa malvada.
Dorme tranqüila, Tati, porque nada
Eu vou deixar mais te fazer sofrer.
Descansa, Anjo. Eu cuido de tudo.
Descansa, Anjo. Pode deixar.
Descansa que eu te guardo, Princesinha.
Descansa. E guarda esse poeminha
Que é feito de um pedaço de eu te amar.
Descansa, anjo... Eu cuido do teu sono...
Repousa junto a mim teu coração.
Dorme tranqüila. Nada lá fora
Pode te ameaçar o sono agora.
Descansa. Fica leve. Sai do chão.
Descansa, anjo, que eu te protejo
Dos olhos da bruxa, do bicho papão.
Descansa enquanto aliso teus cabelos.
Descansa. Já não há mais pesadelos.
Descansa. Eu te dou minha proteção.
Esquece o teu cansaço. Deita o corpo.
Mergulha inteira no pensamento.
Eu faço a brisa soprar mansinho.
Invento um canto de passarinho
Pra que nada perturbe esse momento.
E dorme... Assim... Como quem perde a hora...
Como quem não tem hora pra acordar...
Dorme gostoso, moça morena
Do cabelo comprido, voz amena
E da risada boa de escutar...
Eu cuido pra que nada te aconteça.
Nada apareça de ruim que te incomode.
Nenhum barulho. Nenhum ruído.
Nenhuma coisa má. Nenhum perigo.
Nada te assuste. Nada te acorde.
Dorme tranqüila. Deixa que eu te cuido.
Nem muito frio. Nem muito calor.
Nenhum estrondo ou musica agitada.
Dorme. Eu me entendo com a madrugada.
Dorme. Eu me entendo com o Criador.
Mas nem que para isso eu me abandone
E até me esqueça eu mesmo de dormir.
E passe a noite te vigiando.
E passe a noite inteira te cuidando
E a noite passe sem eu sentir.
Então descansa. Eu cuido do resto.
Da dor. Do desconforto. Do cansaço.
Nada te preocupa mais. Descansa.
Dorme teu sono feito uma criança
E o que for preciso, deixa, eu faço:
Apago o Sol e reinvento a Lua.
Eu mudo as cores do meu País.
Eu troco o mar de lugar. Te trago a praia.
Levo a Bahia pro alto do Himalaia.
Misturo Guarapari com Paris.
Pego a Baia da Guanabara
E embrulho de presente pra trazer.
Chamo as estrelas pra cantar baixinho
Que é pra não amolar o teu soninho.
Preparo frases pra te dizer:
_Bom dia, Princesinha. _Dormiu bem?
_Sonhou alguma coisa especial?
_Ta descansada? _Quer pão com queijo?
_Quer bolo de fubá? _Café com beijo?
_Quer ser a musa do meu carnaval?
E fico imaginando coisas boas
Pra te esperar acordar:
Brinquedos, brincadeiras, passatempos,
Recortes, origamis, cataventos...
E muitas musicas pra cantar...
Descansa. Eu te preparo essa alegria.
Delicia. Poesia. Encantamento.
Invento coisa nova com tempero.
Talco. Perfume. Banho de cheiro.
E um chafariz feito de envolvimento.
Pra proteger teu sono delicado.
Pra te manter dormindo, distraída.
Eu redescubro o verso mais sublime.
Eu torço contigo contra o meu time.
Eu te ofereço toda minha vida.
E a Lua cheia se aproximando
Traz para mim, de prata, um violão.
So pra eu cantar serenata dedilhada.
Fazendo musica na madrugada.
So pra deixar feliz teu coração.
Por isso dorme, Tati. Delicada.
Nada de mal vai te acontecer.
Eu dou um susto na bruxa malvada.
Dorme tranqüila, Tati, porque nada
Eu vou deixar mais te fazer sofrer.
Descansa, Anjo. Eu cuido de tudo.
Descansa, Anjo. Pode deixar.
Descansa que eu te guardo, Princesinha.
Descansa. E guarda esse poeminha
Que é feito de um pedaço de eu te amar.
10.8.03
O Coração guardado
O coração guardado com carinho
Não se mistura com as coisas que ela faz...
Não toca nas lixeiras do caminho...
Não troca flertes com qualquer rapaz...
O coração guardado se preserva
Da dor, do mal, da podridão, do medo,
Feito uma luz que se guarda da treva...
Feito um Tesouro guardado e seu segredo...
O coração guardado permanece
Fonte de vida, lago de esperança,
Repouso de descanso e bem estar...
O coração guardado feito prece
Que faz dessa mulher uma criança
Que quer sorrir, pular, cantar, crescer, brincar...
O coração guardado com carinho
Não se mistura com as coisas que ela faz...
Não toca nas lixeiras do caminho...
Não troca flertes com qualquer rapaz...
O coração guardado se preserva
Da dor, do mal, da podridão, do medo,
Feito uma luz que se guarda da treva...
Feito um Tesouro guardado e seu segredo...
O coração guardado permanece
Fonte de vida, lago de esperança,
Repouso de descanso e bem estar...
O coração guardado feito prece
Que faz dessa mulher uma criança
Que quer sorrir, pular, cantar, crescer, brincar...
Inalcançável
Cheguei bem perto. Vi o que havia dentro.
Aproximei-me demais tentando entrar.
Eu pude ouvir o som do pensamento...
Acreditei haver chegado lá.
Mas uma tranca na porta de entrada
E um muro alto por proteção...
Como uma Fortaleza resguardada...
Como uma Fortaleza, o coração...
Tentei tomar pra mim... Escorregava...
Trazer comigo. Em vão, pois me escapava...
Tentei correr atrás... Mas fui mais lento...
E desde então dei de escrever poemas...
Julguei ter sido um SIM o que era apenas
O ruído das palavras contra o vento...
Cheguei bem perto. Vi o que havia dentro.
Aproximei-me demais tentando entrar.
Eu pude ouvir o som do pensamento...
Acreditei haver chegado lá.
Mas uma tranca na porta de entrada
E um muro alto por proteção...
Como uma Fortaleza resguardada...
Como uma Fortaleza, o coração...
Tentei tomar pra mim... Escorregava...
Trazer comigo. Em vão, pois me escapava...
Tentei correr atrás... Mas fui mais lento...
E desde então dei de escrever poemas...
Julguei ter sido um SIM o que era apenas
O ruído das palavras contra o vento...
A Menina do Poema
A Menina do Poema foi embora
E não lembrou de se despedir...
Levou as rimas
Levou os risos
Levou os beijos meus no seu partir...
A Menina do Poema foi pra longe
E não deixou aviso nem recado...
Tentei segui-la,
Mas me perdi...
Eu nunca compreendi
O meu pecado.
A Menina do Poema foi embora...
Não leu os versos que eu escrevi...
E pra que serve um poema
Atordoado
Que já não sabe pra onde ir?
A Menina do Poema foi embora
Levando a luz que imaginei ser minha...
Silencio...
Sombra...
Palidez...
Penumbra...
E a voz que já não canta mais,
Sozinha...
A Menina do Poema foi embora
Sem despedida.
Sem explicação.
Restou a letra
Quase inconformada
Dizendo:
Volta pro meu coração...
A Menina do Poema foi embora
E não lembrou de se despedir...
Levou as rimas
Levou os risos
Levou os beijos meus no seu partir...
A Menina do Poema foi pra longe
E não deixou aviso nem recado...
Tentei segui-la,
Mas me perdi...
Eu nunca compreendi
O meu pecado.
A Menina do Poema foi embora...
Não leu os versos que eu escrevi...
E pra que serve um poema
Atordoado
Que já não sabe pra onde ir?
A Menina do Poema foi embora
Levando a luz que imaginei ser minha...
Silencio...
Sombra...
Palidez...
Penumbra...
E a voz que já não canta mais,
Sozinha...
A Menina do Poema foi embora
Sem despedida.
Sem explicação.
Restou a letra
Quase inconformada
Dizendo:
Volta pro meu coração...
8.8.03
O Desejo...
No meio do caminho a palavra: interrompido...
Bandeiras vermelhas na beira-mar...
As frases do poema, sem sentido...
E tudo era um sinal: Vai devagar...
E toda gente a repetir: Cuidado...
E os mais experientes: Não vai não...
E tudo concluia: há algo errado...
Mas o poeta seguiu seu coração...
E caminhou, ignorando alarmes,
PERIGO escrito com letras enormes...
Passagem proibida... Ponte estreita...
E caminhou, sem dar ouvido a nada...
Resta aguardar, após a madrugada,
O amanhecer do Dia da Colheita...
No meio do caminho a palavra: interrompido...
Bandeiras vermelhas na beira-mar...
As frases do poema, sem sentido...
E tudo era um sinal: Vai devagar...
E toda gente a repetir: Cuidado...
E os mais experientes: Não vai não...
E tudo concluia: há algo errado...
Mas o poeta seguiu seu coração...
E caminhou, ignorando alarmes,
PERIGO escrito com letras enormes...
Passagem proibida... Ponte estreita...
E caminhou, sem dar ouvido a nada...
Resta aguardar, após a madrugada,
O amanhecer do Dia da Colheita...
Encantamento
Morar na praça do pensamento...
Beber da agua da bica do entrelace...
Surfar nas ondas do deslumbramento
Como se nada mais importasse...
Passar perfume de envolvimento...
Se alimentar das raizes do entregar-se...
Criar um mundo de sonho e ir morar dentro...
Isso é encantar-se...
Como nas Fábulas Encantadas,
Viver um Conto de Fadas
E Mil e Uma Noites de alegria,
Para que na milésima segunda
O encanto acabe feito um mar que afunda
A Embarcação construida de poesia...
Morar na praça do pensamento...
Beber da agua da bica do entrelace...
Surfar nas ondas do deslumbramento
Como se nada mais importasse...
Passar perfume de envolvimento...
Se alimentar das raizes do entregar-se...
Criar um mundo de sonho e ir morar dentro...
Isso é encantar-se...
Como nas Fábulas Encantadas,
Viver um Conto de Fadas
E Mil e Uma Noites de alegria,
Para que na milésima segunda
O encanto acabe feito um mar que afunda
A Embarcação construida de poesia...
A unica forma
Eu passo o tempo escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Sem perceber a hora de parar...
As vezes eu chego a caminhos delicados,
As vezes me canso dos meus pecados
Que eu passo o tempo fingindo ignorar...
E continuo escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Palavras imensas de não terminar...
Às vezes eu me espanto quando leio...
Às vezes nem lembro que existe freio...
Às vezes nem sinto a chuva chegar...
E permaneço escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Feito uma frase de não se bastar...
Tem dias que nem vejo anoitecendo...
Tem dores que nem sinto mais doendo...
Tem vezes que eu nem sei continuar...
Eu passo o tempo escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Sem perceber a hora de parar...
As vezes eu chego a caminhos delicados,
As vezes me canso dos meus pecados
Que eu passo o tempo fingindo ignorar...
E continuo escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Palavras imensas de não terminar...
Às vezes eu me espanto quando leio...
Às vezes nem lembro que existe freio...
Às vezes nem sinto a chuva chegar...
E permaneço escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo,
Escrevendo, escrevendo
Feito uma frase de não se bastar...
Tem dias que nem vejo anoitecendo...
Tem dores que nem sinto mais doendo...
Tem vezes que eu nem sei continuar...
O beijo de Tati
Tati me pediu um poema...
Acho que acabei escrevendo uma cantada...
Vc me desculpa, Tati?
Como é que será o gosto
Do beijo que vem de Tati?
Terá sabor de chiclete?
De bala de chocolate?
Terá sabor de veneno?
Terá gosto de suspiro?
Será gostoso e sereno
Ou perigoso delírio?
Se o beijo for como o gosto
Do seu rosto delicado
Será um beijo suave
Com tempero de pecado.
Se for como a cor morena
Da sua pele macia
Será um beijo sereno
Feito truque de magia.
Se for como a cor bonita
Do seu cabelo ondulado
Terá o sabor que excita
Só em ser imaginado.
Que gosto terá o beijo
Que vem da boca de Tati?
Será que terá gosto de aventura?
Será que terá gosto de paixão?
Será daqueles que deixa a gente mole
E entrega sem pensar o coração?
Terá sabor de coisa que apaixona?
Terá sabor de coisa duradoura?
Será que é relaxante feito espuma?
Será que é coisa assim, provocadora?
Se for gostoso feito o seu sorriso
Ou delicado feito a sua voz
Terá sabor de coisa sem juízo...
Terá um gostinho de quero mais...
Ah, Tati,
Não me maltrate,
Me deixa experimentar o beijo seu...
Me deixa descobrir o gosto dele...
Me mostra, como se ele fosse meu...
Quem sabe eu o descubra delicado
E de outra vez eu o perceba intenso
E de uma outra cheio de pecado
E de outra vez desarme o meu bom senso,
E cada vez assim, de uma maneira
Suave e intempestivo, água e vinho,
Discreto e delicado, outras nem tanto,
Por vezes mais levado, molhadinho,
Por vezes, comportado, quase santo,
E assim todos os beijos num só beijo
E cada vez um sabor diferente
Eu possa descobrir cada um deles
Como quem lê um livro lentamente...
Até que o tempo passe e eu compreenda
Que o gosto do beijo de Tati é mais que um gosto...
É alguma coisa linda, além da lenda...
Além da delicadeza do seu rosto...
E nesse dia, maravilhado,
Como quem descobriu o que queria
Eu possa te dizer, apaixonado,
Tati, teu beijo tem gosto de poesia...
Tati me pediu um poema...
Acho que acabei escrevendo uma cantada...
Vc me desculpa, Tati?
Como é que será o gosto
Do beijo que vem de Tati?
Terá sabor de chiclete?
De bala de chocolate?
Terá sabor de veneno?
Terá gosto de suspiro?
Será gostoso e sereno
Ou perigoso delírio?
Se o beijo for como o gosto
Do seu rosto delicado
Será um beijo suave
Com tempero de pecado.
Se for como a cor morena
Da sua pele macia
Será um beijo sereno
Feito truque de magia.
Se for como a cor bonita
Do seu cabelo ondulado
Terá o sabor que excita
Só em ser imaginado.
Que gosto terá o beijo
Que vem da boca de Tati?
Será que terá gosto de aventura?
Será que terá gosto de paixão?
Será daqueles que deixa a gente mole
E entrega sem pensar o coração?
Terá sabor de coisa que apaixona?
Terá sabor de coisa duradoura?
Será que é relaxante feito espuma?
Será que é coisa assim, provocadora?
Se for gostoso feito o seu sorriso
Ou delicado feito a sua voz
Terá sabor de coisa sem juízo...
Terá um gostinho de quero mais...
Ah, Tati,
Não me maltrate,
Me deixa experimentar o beijo seu...
Me deixa descobrir o gosto dele...
Me mostra, como se ele fosse meu...
Quem sabe eu o descubra delicado
E de outra vez eu o perceba intenso
E de uma outra cheio de pecado
E de outra vez desarme o meu bom senso,
E cada vez assim, de uma maneira
Suave e intempestivo, água e vinho,
Discreto e delicado, outras nem tanto,
Por vezes mais levado, molhadinho,
Por vezes, comportado, quase santo,
E assim todos os beijos num só beijo
E cada vez um sabor diferente
Eu possa descobrir cada um deles
Como quem lê um livro lentamente...
Até que o tempo passe e eu compreenda
Que o gosto do beijo de Tati é mais que um gosto...
É alguma coisa linda, além da lenda...
Além da delicadeza do seu rosto...
E nesse dia, maravilhado,
Como quem descobriu o que queria
Eu possa te dizer, apaixonado,
Tati, teu beijo tem gosto de poesia...
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