Como não diz o ditado...
Diz o dito popular
De modo claro e preciso:
Manda quem pode.
Obedece quem tem juízo.
E quem manda, geralmente
Faz questão de seu mandato.
Como se o sabor do peixe
Dependesse da cor do prato.
E há mandares tão imensos
Que nem deixam seu mandante perceber
Que não haveria mando
Se não existisse alguém pra obedecer...
E há mandares tão tolos
De consistência tão vã
Que não percebem, na sua tolice,
A inevitável chegada do amanhã
Onde quem hoje manda e domina
E determina o que está certo e está errado
Será como o homem que desce a colina
E mergulha no alagado.
Vai meu verso, de improviso
Muda o dito popular...
Manda quem tem juízo.
Obedece quem já não tem necessidade de mandar.
30.4.03
23.4.03
Beatles
Após assistir maravilhado aos DVDs da serie Antology dos Beatles. Após escutar o novo CD duplo de Paul McCarntey quase só com musicas dos Beatles.
Um espaço de tempo
Entre continuar
E deixar de existir,
Permanecendo...
Como um concerto num telhado imaginário,
Um Yesterday lendário,
Um album branco e um Blackbird impressionando....
Uma batida, um piano, uma guitarra e um baixo
Dizendo Let it Beatles...
Strawberry Beatles forever...
While my quasepoema gently weeps.
Após assistir maravilhado aos DVDs da serie Antology dos Beatles. Após escutar o novo CD duplo de Paul McCarntey quase só com musicas dos Beatles.
Um espaço de tempo
Entre continuar
E deixar de existir,
Permanecendo...
Como um concerto num telhado imaginário,
Um Yesterday lendário,
Um album branco e um Blackbird impressionando....
Uma batida, um piano, uma guitarra e um baixo
Dizendo Let it Beatles...
Strawberry Beatles forever...
While my quasepoema gently weeps.
20.4.03
Eu li num blog
Ainda que se crie
Ou se transforme
na vida,
tudo se perde.
www.marcoscaiado.blogger.com.br
Ainda que tudo se perca
Como a água se perde do balde
Quando o balde entorna,
Ainda assim, mano Marcos,
Eu diria
Sem querer tentar fazer poesia:
Na vida nada se perde,
Nada se cria,
Posto que a vida é somente tudo que se transforma...
Ainda que se crie
Ou se transforme
na vida,
tudo se perde.
www.marcoscaiado.blogger.com.br
Ainda que tudo se perca
Como a água se perde do balde
Quando o balde entorna,
Ainda assim, mano Marcos,
Eu diria
Sem querer tentar fazer poesia:
Na vida nada se perde,
Nada se cria,
Posto que a vida é somente tudo que se transforma...
Os caminhos do coração
Aos pediatras do Brasil
Vai, menino,
Fazer Pediatria,
Vai tratar tosse,
Calcular hidratação,
Vai conferir as doses de vacina,
Prescrever Penicilina,
Ou escolher alguma Cefalosporina
De terceira geração,
Vai, meu amigo,
Trabalhar muito
E sempre
E todo dia,
Vai dar consulta,
Vai fazer plantão,
Passar a noite acordado,
Atendendo resfriado,
Não custa nada,
Ou quase nada, acredite,
Pelo menos pro bolso do seu patrão,
Vai, garoto,
Vai dar duro,
Vai cuidar de prematuro,
Falar de amamentação,
Vai, menino,
Com persistência,
Com paciência,
E com overdose de abnegação,
Sem esperar reconhecimento,
Vai trabalhar só pro teu sustento
E pra tua própria satisfação.
Vai, tonto,
Fazer Pediatria,
Vai diagnosticar apendicite,
Reconhecer rapidamente a difteria,
Vai aprender a tratar infecção,
Cuidar de criança com febre,
Cuidar de criança com gastrenterite,
Cuidar de criança com convulsão,
Vai pra batalha,
Mas vai preparado:
Um pequeno deslize,
Tudo errado,
Qualquer engano,
Grande confusão,
Não há lugar para falha ou distração...
Vai, teimoso,
Fazer Pediatria,
O teu destino está na tua mão.
Tu poderias
Ter escolhido Endoscopia,
Neurocirurgia,
Ou ir cuidar dos males do coração,
Ou porque não
Ter tentado Nutrologia,
Dermato,
Fisiatria,
Ter se especializado em Doenças do Pulmão,
Mas por descuido do teu anjo guia,
Ou por defeito de fabricação,
Por insistência, por teimosia,
Por desacerto ou por distração
Escolheste fazer Pediatria,
Vá em frente,
Honra com fé a tua decisão,
Leve o bom senso como companhia,
Faz do trabalho a tua obrigação,
Mas não te assustes
Se qualquer dia,
Por arrogância,
Por prepotência,
Ou por qualquer outra disritmia,
Te ameaçarem com Ordem de Prisão,
Custa um leão por dia a tua liberdade,
Não abre mão, porém, da tua dignidade,
Não cede um palmo da tua convicção,
Esquece o dano.
Recorda-te sempre do soldado iraquiano
Lutando contra um gigante,
E segue adiante,
Sempre radiante,
Sempre na mão,
E ainda quando a febre não abaixe,
E o dado clínico não se encaixe,
E o resultado do exame só aumente a indecisão,
E ainda que o cliente nunca volte,
E ainda que o cinismo nunca falte,
E ainda que te ofendas
Quando um dia sem motivo te chamarem de furão,
Não desanimes,
A fibra e a persistência não são crimes,
Não é pecado a obstinação,
Vai menino...
A tua vocação é a tua chave.
É a tua escolta.
Segue, portanto, a fazer Pediatria,
Mas segue sempre adiante,
Vá,
Não volta,
Porque não há retorno
Para os Caminhos
Do Coração.
Vai, menino,
Fazer Pediatria,
Vai tratar tosse,
Calcular hidratação,
Vai conferir as doses de vacina,
Prescrever Penicilina,
Ou escolher alguma Cefalosporina
De terceira geração,
Vai, meu amigo,
Trabalhar muito
E sempre
E todo dia,
Vai dar consulta,
Vai fazer plantão,
Passar a noite acordado,
Atendendo resfriado,
Não custa nada,
Ou quase nada, acredite,
Pelo menos pro bolso do seu patrão,
Vai, garoto,
Vai dar duro,
Vai cuidar de prematuro,
Falar de amamentação,
Vai, menino,
Com persistência,
Com paciência,
E com overdose de abnegação,
Sem esperar reconhecimento,
Vai trabalhar só pro teu sustento
E pra tua própria satisfação.
Vai, tonto,
Fazer Pediatria,
Vai diagnosticar apendicite,
Reconhecer rapidamente a difteria,
Vai aprender a tratar infecção,
Cuidar de criança com febre,
Cuidar de criança com gastrenterite,
Cuidar de criança com convulsão,
Vai pra batalha,
Mas vai preparado:
Um pequeno deslize,
Tudo errado,
Qualquer engano,
Grande confusão,
Não há lugar para falha ou distração...
Vai, teimoso,
Fazer Pediatria,
O teu destino está na tua mão.
Tu poderias
Ter escolhido Endoscopia,
Neurocirurgia,
Ou ir cuidar dos males do coração,
Ou porque não
Ter tentado Nutrologia,
Dermato,
Fisiatria,
Ter se especializado em Doenças do Pulmão,
Mas por descuido do teu anjo guia,
Ou por defeito de fabricação,
Por insistência, por teimosia,
Por desacerto ou por distração
Escolheste fazer Pediatria,
Vá em frente,
Honra com fé a tua decisão,
Leve o bom senso como companhia,
Faz do trabalho a tua obrigação,
Mas não te assustes
Se qualquer dia,
Por arrogância,
Por prepotência,
Ou por qualquer outra disritmia,
Te ameaçarem com Ordem de Prisão,
Custa um leão por dia a tua liberdade,
Não abre mão, porém, da tua dignidade,
Não cede um palmo da tua convicção,
Esquece o dano.
Recorda-te sempre do soldado iraquiano
Lutando contra um gigante,
E segue adiante,
Sempre radiante,
Sempre na mão,
E ainda quando a febre não abaixe,
E o dado clínico não se encaixe,
E o resultado do exame só aumente a indecisão,
E ainda que o cliente nunca volte,
E ainda que o cinismo nunca falte,
E ainda que te ofendas
Quando um dia sem motivo te chamarem de furão,
Não desanimes,
A fibra e a persistência não são crimes,
Não é pecado a obstinação,
Vai menino...
A tua vocação é a tua chave.
É a tua escolta.
Segue, portanto, a fazer Pediatria,
Mas segue sempre adiante,
Vá,
Não volta,
Porque não há retorno
Para os Caminhos
Do Coração.
14.4.03
Resposta
(À um coração que após a leitura de A Prostituta me escreveu: Lindo poema social por um dia melhor... mas caro menino, não sei não! )
Não sabes?
Também não sei.
Se não sabemos, porque julgar?
Porque a lança no peito?
A pedra?
Ao invés disso, porque não observar?
Porque não aprender com a tempestade
A lição unica de saber se abrigar?
Se a mão obcecada da maldade
É a mesma mão que ensina a perdoar,
E se não sabes, e se não sei, e se talvez ninguém possa afirmar,
Porque não tentar ver com os olhos de ver
E tentar ouvir com os ouvidos de escutar?
Não sabes?
Também não sei...
Por isso preferi só poemar...
(À um coração que após a leitura de A Prostituta me escreveu: Lindo poema social por um dia melhor... mas caro menino, não sei não! )
Não sabes?
Também não sei.
Se não sabemos, porque julgar?
Porque a lança no peito?
A pedra?
Ao invés disso, porque não observar?
Porque não aprender com a tempestade
A lição unica de saber se abrigar?
Se a mão obcecada da maldade
É a mesma mão que ensina a perdoar,
E se não sabes, e se não sei, e se talvez ninguém possa afirmar,
Porque não tentar ver com os olhos de ver
E tentar ouvir com os ouvidos de escutar?
Não sabes?
Também não sei...
Por isso preferi só poemar...
12.4.03
A prostituta
Talvez por gosto,
Talvez por necessidade,
Talvez curiosidade
Ou por falta de opção,
Ela emprestava seu corpo,
Ela alugava sua boca,
Oferecia seus olhos,
Mas guardava só pra si seu coração.
Talvez por medo,
Talvez por covardia,
Talvez por não se dar à luz do dia,
Talvez por sede
Ou experimentação,
A prostituta se prostituia
Com qualquer companhia,
De qualquer maneira
E por qualquer quinhão.
Roçava a sua pele
E os seus cabelos,
Mostrava sua barriga,
Passeava a sua mão.
Ela só não entregava o coração.
A prostituta
Da via Dutra,
Da Vialagos,
Do Vidigal,
Da Avenida Atlântica,
Da Lapa,
Do Largo do Machado,
Da Central,
A prostituta de Copacabana,
A prostituta do fim de semana,
A prostituta de ocasião,
A prostituta universitária,
A prostituta ordinária,
A salafrária,
A prostituta de caminhão,
Que dava a boca,
Que dava os dentes,
Que dava beijos cheios de paixão,
Era a mesma que por preço nenhum
E nem por nada
Oferecia seu coração.
E não negava por talvez um dia
Querer casar, ter filhos, mudar de profissão,
Ir morar em São Paulo, em São Francisco,
Em Pindamonhangaba ou Ribeirão,
Nem por noção nenhuma de pecado
Nem por arrependimento,
Por cautela, qual nada, nem cuidado,
Mas talvez porque por dentro
Da sua alma desalinhada
Permanecia guardada.
Sem que ela se desse conta, essa noção:
Vender o corpo,
Emprestar a pele,
Tocar a boca,
Passar a mão,
Meter os dentes,
Morder a carne,
Soltar o grito
De satisfação,
Feito uma fabrica de pecados
Feito uma fonte de gestos impensados,
Mas permanecer guardado
E absolutamente imaculado
O coração,
Como quem gasta as moedas
Com tolices
E deixa uma guardada pra voltar
Quando acabar a festa no salão.
Ah, prostitua,
Vadia,
Que se entrega fria
Por qualquer quinhão...
Tanta coisa pra aprender,
Tanta conduta,
Tanta culpa,
Tanta negação,
Tanta coisa errada
E condenada,
Tanta incorreção
Que quem diria
Que a poesia
Um dia te renderia
Carinho
Graça
E admiração:
Ninguém se gasta,
Ninguém se perde,
Ninguém capota na contra-mão
Quando se perde na vida
Mas não deixa destruir
Seu coração...
A única forma inconteste da verdade,
O único caminho de saída,
A única virtude,
A única formula da salvação...
Talvez por gosto,
Talvez por necessidade,
Talvez curiosidade
Ou por falta de opção,
Ela emprestava seu corpo,
Ela alugava sua boca,
Oferecia seus olhos,
Mas guardava só pra si seu coração.
Talvez por medo,
Talvez por covardia,
Talvez por não se dar à luz do dia,
Talvez por sede
Ou experimentação,
A prostituta se prostituia
Com qualquer companhia,
De qualquer maneira
E por qualquer quinhão.
Roçava a sua pele
E os seus cabelos,
Mostrava sua barriga,
Passeava a sua mão.
Ela só não entregava o coração.
A prostituta
Da via Dutra,
Da Vialagos,
Do Vidigal,
Da Avenida Atlântica,
Da Lapa,
Do Largo do Machado,
Da Central,
A prostituta de Copacabana,
A prostituta do fim de semana,
A prostituta de ocasião,
A prostituta universitária,
A prostituta ordinária,
A salafrária,
A prostituta de caminhão,
Que dava a boca,
Que dava os dentes,
Que dava beijos cheios de paixão,
Era a mesma que por preço nenhum
E nem por nada
Oferecia seu coração.
E não negava por talvez um dia
Querer casar, ter filhos, mudar de profissão,
Ir morar em São Paulo, em São Francisco,
Em Pindamonhangaba ou Ribeirão,
Nem por noção nenhuma de pecado
Nem por arrependimento,
Por cautela, qual nada, nem cuidado,
Mas talvez porque por dentro
Da sua alma desalinhada
Permanecia guardada.
Sem que ela se desse conta, essa noção:
Vender o corpo,
Emprestar a pele,
Tocar a boca,
Passar a mão,
Meter os dentes,
Morder a carne,
Soltar o grito
De satisfação,
Feito uma fabrica de pecados
Feito uma fonte de gestos impensados,
Mas permanecer guardado
E absolutamente imaculado
O coração,
Como quem gasta as moedas
Com tolices
E deixa uma guardada pra voltar
Quando acabar a festa no salão.
Ah, prostitua,
Vadia,
Que se entrega fria
Por qualquer quinhão...
Tanta coisa pra aprender,
Tanta conduta,
Tanta culpa,
Tanta negação,
Tanta coisa errada
E condenada,
Tanta incorreção
Que quem diria
Que a poesia
Um dia te renderia
Carinho
Graça
E admiração:
Ninguém se gasta,
Ninguém se perde,
Ninguém capota na contra-mão
Quando se perde na vida
Mas não deixa destruir
Seu coração...
A única forma inconteste da verdade,
O único caminho de saída,
A única virtude,
A única formula da salvação...
11.4.03
O amor engrandecido
(Carta a uma amiga)
Amiga.
Foi bom o curso sobre os Cangurus.
Teremos, eu e o grupo, muito trabalho pela frente.
Dificuldades.
Imensas.
Mas são elas o que nos move o coração.
Gostei de ver você.
Parece menos magra.
Uma aparência mais suave.
Mais pausada na conduta.
Mais centrada.
Que Deus ilumine seus caminhos nessa sua reaproximação com seu amor.
Só o conhecia através da sua voz.
Vê-lo de perto, assim, transformou-o para mim em um homem bem fisicamente e com suas estabilidades financeiras à mostra.
Tenho acompanhado seus caminhos, minha linda amiga.
Tenho percebido o tamanho da sua luta.
A imensidão das suas dificuldades.
Amanhã, quando aqui no Hospital perceberem a mudança no atendimento de nossos prematuros, poucos terão idéia do custo que foi chegar até aqui.
Do mesmo modo, hoje, quem te observa o sorriso e o andar suave e delicado não faz idéia do tamanho do leão que você precisa matar por dia para demonstrar essa delicadeza.
Das roupas que você precisa, sozinha, lavar passar e cuidar.
Dos cachorros que você ama e conversa e trata como amigos e ainda tem que administrar incompatibilidades entre eles.
Mas você encara de frente esses leões, rasga-lhes a boca diariamente, e sem se respingar, segue deliciosa e intrigante para sua vida.
Chico Buarque tem uma letra que diz muito do que é você e a sua vida:
Cantando e sambando na lama de sapato branco; glorioso
Um grande artista tem que dar lição
Quase rodando, caindo de boca
Mas com um pouco de imaginação
Sambando na lama sem tocar o chão... diz ele...
E enquanto ele canta você vive.
Assim.
Como quem samba na lama sem tocar o chão.
Você, amiga.
Grande artista dando a quem tem olhos de ver e ouvir a sua lição.
Volto ao momento em que conheci pela primeira vez o seu amor.
Percebi aquele homem vistoso e seu processo de reconquista.
Percebi em você a mulher de princípios sensatos, que nunca cedeu a delitos e descaminhos que a vida oferece, ali, cedendo com cuidado e cautela àquele anseio de retorno.
Amiga:
Acho que não sou ninguém para fazer esse tipo de comentário.
Por isso, se não quiser, não me leve a sério.
Não sou a pessoa indicada para falar o que a caneta tenta escrever agora.
Mas acredite:
Cabe ao que ama engrandecer a pessoa amada.
E, engrandecer por amor, significa proteger, sustentar, dar apoio, resguardo, carinho e resposta.
E ainda que o mundo chova e a vida troveje, quem ama e engrandece por amor a pessoa amada se transforma para ela no seu tempo de estio, seu arco-íris, seu sol.
Engrandecer, portanto, contém mais que simples exaltar, espalhar por ai que ama e faz e acontece.
Engrandecer e quase um pouco deixar de ser si mesmo.
Tornar-se um pouco o outro.
De modo que a vida de um e a vida do outro seja cada vez menos duas vidas, uma de cada um, mas uma só, uma vida dos dois.
E se há sintonia, porque há engrandecimento, a dor de cabeça que você sente e a roupa que você lava e os cães de que você cuida devem e precisam necessariamente ser a roupa e o cão e a dor que o homem que te ama e te engrandece sente e vive.
Do mesmo modo o cuidado com os filhos, a pressão alta, a pesca ou o parente doente que precisa dos cuidados do homem que você ama devem ser os filhos, a hipertensão, a pesca e o tio que morre de dor e que dessa hora em diante também é seu.
Não há seu trabalho nem dinheiro dele.
Não há limitação dele e facilidade sua.
E mesmo a idade, não há a dele e a sua.
Há uma única idade.
Uma única vida.
A idade do engrandecimento.
A vida engrandecida.
Desse momento em diante, amiga, o tolo que passa na rua e te chama de gostosa e a tola que cruza o caminho dele e o chama de gostoso serão como cegos.
Cegos porque tocam a ostra com as mãos.
Ficam com a casca.
Desprezam a pérola por ser pequenina e escondida.
E seguem por ai, colecionando cascas de ostras.
E desprezando perolas.
Perola que o amor que engrandece transformou seu coração para aquele que a ama.
Perola que seu coração que ama transformou o coração do amor que amas.
Daqui da minha vidazinha só me resta pedir a Deus para que essa reconquista seja calcada no engrandecimento.
Que esse engrandecimento seja construído com mãos desarmadas.
Com coração motivado.
E que o passado nunca seja desprezado para que se evite repetições perigosas.
Gosto de você com o mesmo carinho de sempre.
Com o mesmo respeito de sempre.
E admirando mais cada vez a sua estória e sua integridade.
Você, menina que mora em subúrbio e que tem alma de princesa.
E há tanta princesa idiota por ai com alma suburbana...
Fica com meu carinho e admiração.
Beijo irmão.
Lembranças ao seu novo velho amor .
Seu amigo sempre e em qualquer tempo,
Luis.
(Carta a uma amiga)
Amiga.
Foi bom o curso sobre os Cangurus.
Teremos, eu e o grupo, muito trabalho pela frente.
Dificuldades.
Imensas.
Mas são elas o que nos move o coração.
Gostei de ver você.
Parece menos magra.
Uma aparência mais suave.
Mais pausada na conduta.
Mais centrada.
Que Deus ilumine seus caminhos nessa sua reaproximação com seu amor.
Só o conhecia através da sua voz.
Vê-lo de perto, assim, transformou-o para mim em um homem bem fisicamente e com suas estabilidades financeiras à mostra.
Tenho acompanhado seus caminhos, minha linda amiga.
Tenho percebido o tamanho da sua luta.
A imensidão das suas dificuldades.
Amanhã, quando aqui no Hospital perceberem a mudança no atendimento de nossos prematuros, poucos terão idéia do custo que foi chegar até aqui.
Do mesmo modo, hoje, quem te observa o sorriso e o andar suave e delicado não faz idéia do tamanho do leão que você precisa matar por dia para demonstrar essa delicadeza.
Das roupas que você precisa, sozinha, lavar passar e cuidar.
Dos cachorros que você ama e conversa e trata como amigos e ainda tem que administrar incompatibilidades entre eles.
Mas você encara de frente esses leões, rasga-lhes a boca diariamente, e sem se respingar, segue deliciosa e intrigante para sua vida.
Chico Buarque tem uma letra que diz muito do que é você e a sua vida:
Cantando e sambando na lama de sapato branco; glorioso
Um grande artista tem que dar lição
Quase rodando, caindo de boca
Mas com um pouco de imaginação
Sambando na lama sem tocar o chão... diz ele...
E enquanto ele canta você vive.
Assim.
Como quem samba na lama sem tocar o chão.
Você, amiga.
Grande artista dando a quem tem olhos de ver e ouvir a sua lição.
Volto ao momento em que conheci pela primeira vez o seu amor.
Percebi aquele homem vistoso e seu processo de reconquista.
Percebi em você a mulher de princípios sensatos, que nunca cedeu a delitos e descaminhos que a vida oferece, ali, cedendo com cuidado e cautela àquele anseio de retorno.
Amiga:
Acho que não sou ninguém para fazer esse tipo de comentário.
Por isso, se não quiser, não me leve a sério.
Não sou a pessoa indicada para falar o que a caneta tenta escrever agora.
Mas acredite:
Cabe ao que ama engrandecer a pessoa amada.
E, engrandecer por amor, significa proteger, sustentar, dar apoio, resguardo, carinho e resposta.
E ainda que o mundo chova e a vida troveje, quem ama e engrandece por amor a pessoa amada se transforma para ela no seu tempo de estio, seu arco-íris, seu sol.
Engrandecer, portanto, contém mais que simples exaltar, espalhar por ai que ama e faz e acontece.
Engrandecer e quase um pouco deixar de ser si mesmo.
Tornar-se um pouco o outro.
De modo que a vida de um e a vida do outro seja cada vez menos duas vidas, uma de cada um, mas uma só, uma vida dos dois.
E se há sintonia, porque há engrandecimento, a dor de cabeça que você sente e a roupa que você lava e os cães de que você cuida devem e precisam necessariamente ser a roupa e o cão e a dor que o homem que te ama e te engrandece sente e vive.
Do mesmo modo o cuidado com os filhos, a pressão alta, a pesca ou o parente doente que precisa dos cuidados do homem que você ama devem ser os filhos, a hipertensão, a pesca e o tio que morre de dor e que dessa hora em diante também é seu.
Não há seu trabalho nem dinheiro dele.
Não há limitação dele e facilidade sua.
E mesmo a idade, não há a dele e a sua.
Há uma única idade.
Uma única vida.
A idade do engrandecimento.
A vida engrandecida.
Desse momento em diante, amiga, o tolo que passa na rua e te chama de gostosa e a tola que cruza o caminho dele e o chama de gostoso serão como cegos.
Cegos porque tocam a ostra com as mãos.
Ficam com a casca.
Desprezam a pérola por ser pequenina e escondida.
E seguem por ai, colecionando cascas de ostras.
E desprezando perolas.
Perola que o amor que engrandece transformou seu coração para aquele que a ama.
Perola que seu coração que ama transformou o coração do amor que amas.
Daqui da minha vidazinha só me resta pedir a Deus para que essa reconquista seja calcada no engrandecimento.
Que esse engrandecimento seja construído com mãos desarmadas.
Com coração motivado.
E que o passado nunca seja desprezado para que se evite repetições perigosas.
Gosto de você com o mesmo carinho de sempre.
Com o mesmo respeito de sempre.
E admirando mais cada vez a sua estória e sua integridade.
Você, menina que mora em subúrbio e que tem alma de princesa.
E há tanta princesa idiota por ai com alma suburbana...
Fica com meu carinho e admiração.
Beijo irmão.
Lembranças ao seu novo velho amor .
Seu amigo sempre e em qualquer tempo,
Luis.
9.4.03
Aos pais que Amamentam
O estudo da amamentação revela a figura do pai como incentivador do processo e o chama carinhosamente de Pai que Amamenta. Durante o I Seminário Nacional do Método Mãe Canguru estive com o Professor Marcus Renato (www.aleitamento.com.br) que me perguntou se eu tinha algum poema que falasse sobre o incentivo ao pai que amamenta. Confesso que nem sei se eu tinha. Mas agora eu sei que tenho. E dedico a meu professor e amigo Dr. Marcus Renato por seu papel e empenho nessa luta branca e pura. Que Deus te ilumine sempre, Professor.
Participai!
E sede assim como o seio materno.
Um funcionário exemplar.
Um mês inteiro a mais no calendário.
Um Missionário
Que não conhece o tempo de parar.
Portanto,
Participai!
Trazeis no nome o nome da força que nunca cai.
Do sono que nunca vem.
Da fidelidade infinita que não trai.
Por isso
Participai!
Doando força, particisuper-pai.
Participai pra toda obra. Essencialíssimo.
Participai-herói. Quase que o máximo.
Participentapai.
Décimo-quarto salário pago em dia.
Surpreendente feito poesia.
Exato feito um Hai-kai.
Participai!
Ocupando os espaços feito um gás
Até que não se reconheça mais
Onde começa, na letra, o estribilho,
Quem é o pai, quem a mãe, quem é o filho,
Numa interessantíssima trindade,
Consolidando a solidariedade
E a possibilidade de um novo tempo
Delicado e sutil feito um bonsai.
Portanto
Não recuseis a própria natureza.
Exercitai essa que é a vossa nobreza:
Participai!
O estudo da amamentação revela a figura do pai como incentivador do processo e o chama carinhosamente de Pai que Amamenta. Durante o I Seminário Nacional do Método Mãe Canguru estive com o Professor Marcus Renato (www.aleitamento.com.br) que me perguntou se eu tinha algum poema que falasse sobre o incentivo ao pai que amamenta. Confesso que nem sei se eu tinha. Mas agora eu sei que tenho. E dedico a meu professor e amigo Dr. Marcus Renato por seu papel e empenho nessa luta branca e pura. Que Deus te ilumine sempre, Professor.
Participai!
E sede assim como o seio materno.
Um funcionário exemplar.
Um mês inteiro a mais no calendário.
Um Missionário
Que não conhece o tempo de parar.
Portanto,
Participai!
Trazeis no nome o nome da força que nunca cai.
Do sono que nunca vem.
Da fidelidade infinita que não trai.
Por isso
Participai!
Doando força, particisuper-pai.
Participai pra toda obra. Essencialíssimo.
Participai-herói. Quase que o máximo.
Participentapai.
Décimo-quarto salário pago em dia.
Surpreendente feito poesia.
Exato feito um Hai-kai.
Participai!
Ocupando os espaços feito um gás
Até que não se reconheça mais
Onde começa, na letra, o estribilho,
Quem é o pai, quem a mãe, quem é o filho,
Numa interessantíssima trindade,
Consolidando a solidariedade
E a possibilidade de um novo tempo
Delicado e sutil feito um bonsai.
Portanto
Não recuseis a própria natureza.
Exercitai essa que é a vossa nobreza:
Participai!
4.4.03
A chave da felicidade
(carta à minha amiga Vanessa)
Anjo,
Li tua carta.
Recebi tua pergunta:
...se alguém pode ser tipo "responsável" por nossa felicidade...
Percebi, por tras dessa frase, um tom aflito.
Uma sede de resposta.
Hoje, revendo tuas observaçoes a respeito de tuas conversas com tuas colegas de estudo, posso reafirmar com a certeza que meu coração me gritä: Vanessa. É dado a cada um, de modo intransferivel e definitivo, a chave da própria felicidade.
E não há atenuantes para essa lei.
Disposições em contrário foram revogadas.
Sobrou o homem e a responsabilidade imensa que ele mesmo tem de se fazer feliz.
Nunca te apaixonaste de verdade?
Gostas de sofrer?
Te entregas inteira?
És impassivel feito pedra?
Fria feito o frio da noite de inverno de Campos do Jordão?
Quente feito o verão de Pernambuco na beira da praia de Boa Viagem?
Cearense? Paraibana? Pernambucana?
Iraquiana? Americana?
Preta? Branca? Amarela? Albina? És ariana?
Não importa.
A lei impassivel de falhas e que não admite acordos te diz:
Vanessa...
És a unica responsável por sua própria felicidade.
Pelo simples motivo que esta felicidade é o ponto de sua chegada.
O objetivo de sua vida.
Como a planta busca o sol, ainda que não julgue, compreenda ou mesmo saiba, e apenas busca, também assim buscas ser feliz.
Apaixonada pelo carinho do homem que amas?
Julgas por isso estar entregando a ele a chave de teu ser feliz, porque é a presença dele que te faz sorrir e é a distancia dele o que te faz perder o sorriso e empalidecer sua cor?
É por isso que presumes estar entregando a ele a tua chavinha de ser feliz?
Tolice.
As tuas amigas, em treinamento para a profissão de médico, que mais que uma profissão, é um modo de vida, um treinamento da alma, estão incorrendo num erro primário, Vanessa.
Confundir o sinal com a doença.
Desprezar o diagnóstico diferencial so porque associaram os sintomas ao primeiro quadro que imaginaram, ao imediato que conheciam...
Cuidado, anjo.
Um dia em minha vida também entreguei todo amor que havia em mim a quem, por cansaço, por tédio ou por falta de sede ou sede de outros mares, o desprezou.
Esse desprezo me conduziu quase ao meu fim.
Ao poço do fundo do oco de mim.
No dia, em que percebi que não morreria, sobrevivi.
Pode se dizer, de modo superficial, que transferi por muito tempo a responsabilidade da minha felicidade a quem amei e entreguei meu amor...
E que a perda daquele carinho me roubou a paz.
Pode se dizer isso.
E se dizendo assim, acabar compreendendo somente a metade.
Mas exames detalhados e mais apurados são capazes de mostrar, ao invés disso, uma alma que, por imperfeita, presumiu a entrega como saida.
Julgou ter entregue a chave da felicidade a dominio alheio .
Julgou ter encontrado seu caminho de felicidade indizivel.
Quando um dia, por descuido ou falta de poesia, a chave presumidamente entregue tornou-se chave jogada fora por quem presumidamente a recebeu e se cansou de guardar e tomar conta, então, nesse dia, descobri-me, embora assustado e quase sem saber acreditar, ainda de posse dela, da chave da minha felicidade.
Guardada em mim.
No fundo da alma.
Quase escondida sob lembranças e coisas quase esquecidas.
Palavras quase já nem faladas.
Ela, a chave, estava ali.
Era minha.
Ainda.
Inteira.
Onde a entrega?
Onde o dominio da sua posse passado?
A aparente transferencia da chave da felicidade para outro era só a aparencia.
Já aprendeste que o tamanho do sopro não significa o tamanho da lesão cardiaca?
Já aprendeste que um dos comemorativos da difteria é a dissociação incomum entre o pulso e a temperatura?
Já aprendeste que lingua geográfica e mancha mongólica assustam mas não sao doença?
Já aprendeste que um simples impetigo pode ferir mortalmente o rim?
Já aprendeste que um corte na lingua imenso pode sangrar assustadoramente e cura sozinho e não se sutura?
Aprender tudo isso não te faz pensar que o todo é maior que a parte?
Compreender que o todo é maior que a parte não te faz aceitar que a aparente entrega é só o desejo dela?
Que quando se diz: fulano me faz feliz e eu não seria nada se não fosse ele na verdade o que esta ocorrendo é uma imensa sensação e desejo de que isso seja verdadeiramente verdade?
Entrega-te, Vanessa.
Guarda-te.
Apaixona-te desesperadamente.
Torna-te dependente absoluta do homem que amas.
Ou simplesmente brinque com a paixão encantadora dos tolos a teus pés.
Vive do teu modo.
Do modo como te pede a razão ou te chama o coração.
Mas nunca te esqueças, anjo.
Ainda que infelizmente.
Ainda que: _ Que Pena!
A tua e a minha felicidade são coisa de nosso dominio.
Definitivo.
Pessoal.
Intransferivel.
E ainda que o entregues.
E te entregues.
E te des.
Fiel a toda prova.
Ainda assim
Restará dentro de ti.
Num canto guardado da tua alma.
Num gesto intocado do teu pensamento.
Na beira de tua idéia.
Na semente de ti,
Ela.
A chave.
Da tua felicidade.
E descobrirás nesse dia
Que ela nunca se foi.
Esteve sempre contigo.
E serás, então, dessa vez, ainda que unicamente dessa vez, verdadeiramente então feliz.
Beijo.
O amigo,
Luis.
(carta à minha amiga Vanessa)
Anjo,
Li tua carta.
Recebi tua pergunta:
...se alguém pode ser tipo "responsável" por nossa felicidade...
Percebi, por tras dessa frase, um tom aflito.
Uma sede de resposta.
Hoje, revendo tuas observaçoes a respeito de tuas conversas com tuas colegas de estudo, posso reafirmar com a certeza que meu coração me gritä: Vanessa. É dado a cada um, de modo intransferivel e definitivo, a chave da própria felicidade.
E não há atenuantes para essa lei.
Disposições em contrário foram revogadas.
Sobrou o homem e a responsabilidade imensa que ele mesmo tem de se fazer feliz.
Nunca te apaixonaste de verdade?
Gostas de sofrer?
Te entregas inteira?
És impassivel feito pedra?
Fria feito o frio da noite de inverno de Campos do Jordão?
Quente feito o verão de Pernambuco na beira da praia de Boa Viagem?
Cearense? Paraibana? Pernambucana?
Iraquiana? Americana?
Preta? Branca? Amarela? Albina? És ariana?
Não importa.
A lei impassivel de falhas e que não admite acordos te diz:
Vanessa...
És a unica responsável por sua própria felicidade.
Pelo simples motivo que esta felicidade é o ponto de sua chegada.
O objetivo de sua vida.
Como a planta busca o sol, ainda que não julgue, compreenda ou mesmo saiba, e apenas busca, também assim buscas ser feliz.
Apaixonada pelo carinho do homem que amas?
Julgas por isso estar entregando a ele a chave de teu ser feliz, porque é a presença dele que te faz sorrir e é a distancia dele o que te faz perder o sorriso e empalidecer sua cor?
É por isso que presumes estar entregando a ele a tua chavinha de ser feliz?
Tolice.
As tuas amigas, em treinamento para a profissão de médico, que mais que uma profissão, é um modo de vida, um treinamento da alma, estão incorrendo num erro primário, Vanessa.
Confundir o sinal com a doença.
Desprezar o diagnóstico diferencial so porque associaram os sintomas ao primeiro quadro que imaginaram, ao imediato que conheciam...
Cuidado, anjo.
Um dia em minha vida também entreguei todo amor que havia em mim a quem, por cansaço, por tédio ou por falta de sede ou sede de outros mares, o desprezou.
Esse desprezo me conduziu quase ao meu fim.
Ao poço do fundo do oco de mim.
No dia, em que percebi que não morreria, sobrevivi.
Pode se dizer, de modo superficial, que transferi por muito tempo a responsabilidade da minha felicidade a quem amei e entreguei meu amor...
E que a perda daquele carinho me roubou a paz.
Pode se dizer isso.
E se dizendo assim, acabar compreendendo somente a metade.
Mas exames detalhados e mais apurados são capazes de mostrar, ao invés disso, uma alma que, por imperfeita, presumiu a entrega como saida.
Julgou ter entregue a chave da felicidade a dominio alheio .
Julgou ter encontrado seu caminho de felicidade indizivel.
Quando um dia, por descuido ou falta de poesia, a chave presumidamente entregue tornou-se chave jogada fora por quem presumidamente a recebeu e se cansou de guardar e tomar conta, então, nesse dia, descobri-me, embora assustado e quase sem saber acreditar, ainda de posse dela, da chave da minha felicidade.
Guardada em mim.
No fundo da alma.
Quase escondida sob lembranças e coisas quase esquecidas.
Palavras quase já nem faladas.
Ela, a chave, estava ali.
Era minha.
Ainda.
Inteira.
Onde a entrega?
Onde o dominio da sua posse passado?
A aparente transferencia da chave da felicidade para outro era só a aparencia.
Já aprendeste que o tamanho do sopro não significa o tamanho da lesão cardiaca?
Já aprendeste que um dos comemorativos da difteria é a dissociação incomum entre o pulso e a temperatura?
Já aprendeste que lingua geográfica e mancha mongólica assustam mas não sao doença?
Já aprendeste que um simples impetigo pode ferir mortalmente o rim?
Já aprendeste que um corte na lingua imenso pode sangrar assustadoramente e cura sozinho e não se sutura?
Aprender tudo isso não te faz pensar que o todo é maior que a parte?
Compreender que o todo é maior que a parte não te faz aceitar que a aparente entrega é só o desejo dela?
Que quando se diz: fulano me faz feliz e eu não seria nada se não fosse ele na verdade o que esta ocorrendo é uma imensa sensação e desejo de que isso seja verdadeiramente verdade?
Entrega-te, Vanessa.
Guarda-te.
Apaixona-te desesperadamente.
Torna-te dependente absoluta do homem que amas.
Ou simplesmente brinque com a paixão encantadora dos tolos a teus pés.
Vive do teu modo.
Do modo como te pede a razão ou te chama o coração.
Mas nunca te esqueças, anjo.
Ainda que infelizmente.
Ainda que: _ Que Pena!
A tua e a minha felicidade são coisa de nosso dominio.
Definitivo.
Pessoal.
Intransferivel.
E ainda que o entregues.
E te entregues.
E te des.
Fiel a toda prova.
Ainda assim
Restará dentro de ti.
Num canto guardado da tua alma.
Num gesto intocado do teu pensamento.
Na beira de tua idéia.
Na semente de ti,
Ela.
A chave.
Da tua felicidade.
E descobrirás nesse dia
Que ela nunca se foi.
Esteve sempre contigo.
E serás, então, dessa vez, ainda que unicamente dessa vez, verdadeiramente então feliz.
Beijo.
O amigo,
Luis.
Assinar:
Postagens (Atom)